quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

AS EXTERNALIDADES POSITIVAS E NEGATIVAS DO BURACO NEGRO - BOA NOITE!

CADA ESCOLHA É UMA RENÚNCIA

Desmate cresce 52% em 14 cidades das líderes de lista

Um ano após a entrada em vigor do plano emergencial para combate ao desmatamento nos 36 municípios que mais devastavam a Amazônia, dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que, embora tenha havido redução média de 7% no desmate, em 14 dessas cidades as derrubadas cresceram 52%.

Em janeiro de 2008, o governo suspendera as licenças para desmatamento no grupo de municípios --a maioria no Pará e em Mato Grosso.
Em Nova Ubiratã (MT), o total de áreas abertas subiu de 19,7 km2 entre agosto de 2006 e julho de 2007, para 143,2 km2 no período posterior, um aumento de 624%. Em Marcelândia (MT), campeã de desmate segundo o Ministério do Meio Ambiente, o aumento foi de 132%.
Nos outros 22 municípios, a redução média foi de 32%, com destaque para Porto Velho (RO), que registrou a maior redução em termos de área, e Brasil Novo (PA), com maior redução proporcional.

Considerando apenas os 36 municípios da lista, as derrubadas caíram de 5.246 km2 para 4.897 km2.
da Agência Folha,
em Campo Grande,
Belém e SP

Aquecimento global pode ser irreversível, diz estudo

Uma equipe de cientistas especializados em meio ambiente nos Estados Unidos fez um alerta de que muitos dos efeitos das mudanças climáticas podem ser irreversíveis. Em artigo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", os cientistas afirmam que as temperaturas na Terra podem se manter altas por até mil anos, mesmo se as emissões de gás carbônico (CO2) fossem eliminadas hoje.
Segundo os pesquisadores, se o nível de CO2 na atmosfera continuar a subir, vai chover menos em áreas que já são secas no sul da Europa, na América do Norte e em partes da Ásia e da Austrália. Eles também afirmam que, atualmente, os oceanos estão desacelerando o aquecimento global ao absorver calor, mas que em algum momento vão liberar este calor de volta à atmosfera.

Mudanças nos EUAA divulgação das conclusões dos ambientalistas coincide com o pedido feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que a Agência Americana de Proteção Ambiental reveja as regras de emissão de gás carbônico por veículos de passageiros. Vários Estados americanos, liderados pela Califórnia, querem introduzir leis para obrigar as montadoras a melhorar drasticamente a eficiência do uso de combustíveis. A medida encontrou oposição de vários setores, que argumentam que essa decisão poderia derrubar a demanda por novos carros neste período de recessão. Os cientistas envolvidos na nova pesquisa dizem que políticos precisam agir imediatamente para contrabalançar os danos já provocados ao meio ambiente.

Rajesh Mirchandani
De Los Angeles para a BBC News

Em Belém, os antiglobalistas se reorganizam em torno do combate ecológico


Onde foram parar os antiglobalistas? Apesar de a crise financeira ter abalado as certezas dos liberais mais fervorosos, aqueles que há quase dez anos se impunham como uma força ascendente de oposição à globalização liberal, no estardalhaço do primeiro fracasso da OMC em Seattle (EUA), estão ausentes dos debates sobre a reforma do capitalismo, que faz parte da agenda das grandes potências e principalmente do Fórum de Davos, que acontece esta semana.


Oito anos após sua primeira edição em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial (FSM) foi aberto na terça-feira (27 de janeiro) para cinco dias em Belém, às portas da Amazônia, voltando para o Brasil após desvios pela Ásia e pela África e um ano "em branco" em 2008, durante o qual o Fórum deu lugar a uma jornada de ação mundial que passou praticamente despercebida. Quase 100 mil pessoas são esperadas na capital do Estado do Pará, sinal da atração que esse espaço único de encontros e debates continua a exercer sobre os movimentos da sociedade civil.

Os antiglobalistas ficaram de fora? "

O Fórum Social Mundial é movimentado por uma renovação permanente de organizações que querem se juntar novamente ao processo", garante Catherine Gaudard, do Comitê Católico contra a Fome e pelo Desenvolvimento (CCFD), ao mesmo tempo em que reconhece que o movimento perdeu visibilidade.Nem todos compartilham desse otimismo.

"O movimento se difundiu na América Latina, pois coincidiu ali com uma onda progressista; na Europa, ele logo perdeu o fôlego, e em outros lugares ele não pegou", considera Gustavo Marin, da Fundação para o Progresso Humano, que além disso julga severamente a "produção" do FSM: "Na prática, ela se resume a três documentos""."Os mais pobres são as primeiras vítimas do desajuste climático"De fato, para que a reunião não se limitasse a um grande grito de protesto, em 2005 foram redigidos cadernos de propostas. Mas a iniciativa não foi em frente. "Não haverá uma única voz antiglobalização que nos dê um novo modelo ideal de sociedade. A crise atual nos faz ver com mais clareza o absurdo de certos mecanismos perversos do capitalismo. Mas o outro mundo no qual acreditamos se construirá na diversidade", explica o brasileiro Chico Whitaker, um dos fundadores do Fórum.

Ele lembra que a regulamentação mais rígida dos mercados e o controle dos paraísos fiscais são ideias que foram trazidas pelos antiglobalistas.Se a crise financeira está no centro dos debates, o Fórum 2009 assume, entretanto, uma coloração nova, com a posição concedida à mudança climática e à crise ecológica. "Esse sinal é muito importante. A mudança climática não é simplesmente uma questão ambiental, é com urgência que os movimentos sociais devem tomar conta dela.

As populações mais pobres serão as primeiras vítimas do desajuste climático", explica Kátia Maia, da Oxfam International, que vê ali uma oportunidade de reforçar os laços entre ONG de proteção ambiental e movimentos sociais.É o que também espera Cândido Grzybowski, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase): "Aqueles que quiserem preservar o ambiente deverão levar em conta o destino das populações". Luta contra o aquecimento, agrocombustíveis e segurança alimentar, acesso aos recursos naturais, dívida ecológica... Não faltam assuntos onde se cruzam o meio ambiente e as lutas sociais. A Amazônia é o melhor símbolo disso, e o Fórum realmente espera ter um peso no debate internacional.Belém também será a ocasião para se fazerem ouvir milhares de indígenas, representantes desses povos nativos tão pouco considerados nas discussões internacionais. A sobrevivência deles depende de decisões que os Estados tomarão ou não para preservar os grandes ecossistemas planetários.

Laurence Caramel
Enviado especial a Belém
Le Monde

O CLIMA E O VALOR DA BIODIVERSIDADE COLOCOU AMAZÔNIA NA AGENDA MUNDIAL (1)


Com o aumento da preocupação mundial com o aquecimento global e com o futuro do planeta, cresceu também atenção internacional sobre a Amazônia.
Algumas das razões fundamentais que explicam por que a região é estratégica para o resto do mundo.
Primeira razão: a floresta exerce um papel fundamental no ciclo de carbono que influi na formação do clima mundial.
Aquecimento global
Cerca de 200 bilhões de toneladas de carbono são absorvidas por vegetação tropical em todo o mundo, dos quais cerca de 70 bilhões apenas pelas árvores amazônicas.
Hoje, estima-se que a Amazônia absorva cerca de 10% das emissões globais de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis em carros e fábricas, por exemplo.
Por outro lado, as altas taxas de desmatamentos fazem com que mais carbono se converta em dióxido de carbono, seja no momento em que as árvores são queimadas para 'limpar' áreas de floresta, seja mais lentamente através da decomposição de madeira não-queimada.
Estima-se que cerca de 20% das emissões globais de gases que causam o efeito estufa provêm da derrubada de florestas tropicais em todo o mundo.
E, segundo o IPPC – Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU – o aquecimento global está ligado diretamente à concentração de CO2 na atmosfera.
De acordo com o relatório Stern sobre a economia da mudança climática encomendado pelo governo britânico e divulgado em 2006, a perda de bosques naturais contribui mais que o setor de transporte para as emissões.

O mesmo documento alertou que, sozinha, a destruição de mata tropical pode lançar nos próximos quatro anos mais carbono na atmosfera que todos os vôos do inicio da aviação até 2025.

O desmatamento – e não a queima de combustíveis fósseis – explica por que o Brasil figura entre os cinco maiores emissores de gases que causam o efeito estufa.
Com informações da BBC Brasil

O CLIMA E O VALOR DA BIODIVERSIDADE COLOCOU AMAZÔNIA NA AGENDA MUNDIAL (2)

A segunda razão é o potencial da região amazônica para agir como o que os cientistas denominam 'ponto de inflexão' para o clima global neste ano.

Um estudo divulgado em fevereiro deste ano por uma equipe de cientistas da Universidade de Oxford, do Instituto Potsdam e de outros centros de pesquisa concluiu que a floresta amazônica é a segunda área do planeta mais vulnerável à mudança climática depois do Oceano Ártico.

A idéia central é que a seca da Amazônia e/ou o aumento no desmatamento poderiam gerar um ciclo vicioso: a grande redução na área de floresta amazônica geraria um aumento significativo nas emissões de CO2, que por sua vez elevariam as temperaturas globais, que assim causariam a seca da Amazônia.

Cientistas e especialistas que trabalham em modelos de clima discordam em relação a quando este ponto de inflexão poderia ocorrer, até em relação à possibilidade de que ocorra.
O britânico Centro Hadley vê como "muito provável" que a Amazônia seja duramente afetada pela mudança climática nas próximas décadas.
Outras estimativas levando em conta todos os modelos recentes sugerem uma probabilidade de 10% a 40%.

Por baixa que seja a probabilidade, entretanto, as mudanças na Amazônia devem ter "alto impacto" no clima mundial.




Biodiversidade

A terceira e mais importante. A Amazônia é importante pela sua biodiversidade.

É a maior porção de floresta tropical, com o maior reservatório biológico da Terra – cerca de 30% das espécies terrestres de todo o mundo.
A região dá ao Brasil o título de país com maior biodiversidade do mundo, com mais de 50 mil espécies catalogadas de plantas, 1,7 mil espécies de aves e entre 500 e 700 tipos – por categorias – de anfíbios, mamíferos e répteis.

Tão grande é sua biodiversidade que um único arbusto na Amazônia pode contar mais espécies de formigas que todas as Ilhas Britânicas, enquanto um só hectare de floresta pode ter mais de 480 espécies de árvores.

Toda esta rica biodiversidade está ameaçada pela combinação destrutiva de desmatamento com mudança climática.

Mesmo com tantos pontos de interrogação sobre o futuro da Amazônia e seu efeito no clima mundial, cientistas concordam que, por causa de sua diversidade genética e o papel crucial da região na definição do clima do planeta, é urgente encontrar a melhor combinação política para conservar suficiente da floresta.

Com Informações da BBC Brasil

NOVAS NEGOCIAÇÕES COM AS FARC DA COLÔMBIA LIBERARÁ MAIS REFENS NESTE FINAL DE SEMANA




Farc devem libertar reféns no domingo, diz senadora colombiana Piedad Córdoba (na foto).

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) devem libertar alguns de seus reféns no próximo domingo, de acordo com a senadora colombiana Piedad Córdoba.
A senadora, que já auxiliou nas negociações para a libertação de outros reféns, afirmou nesta quarta-feira que foram dadas a ela as coordenadas exatas do local do resgate."Eu já tenho as coordenadas, a operação está a caminho e a primeira liberação acontece no domingo, depois acontecerão três entregas sucessivas", disse a senadora a repórteres.Segundo ela, dois políticos locais e quatro membros das forças de segurança colombianas que estão em poder da guerrilha devem ser libertados.
Fonte: BBC Brasil

AS MANCHETES DESTA QUINTA FEIRA, 29 DE JANEIRO


MANCHETES DE ALGUNS DOS PRINCIPAIS JORNAIS DO BRASIL NESTA QUINTA FEIRA
Globo: Lula amplia Bolsa Família um dia após cortar o Orçamento

- Folha: Lula amplia Bolsa Família e dá merenda para jovens

- Estadão: FMI derruba previsão de crescimento para o Brasil

- JB: O choque da violência

- Correio: Debate sobre praça chega ao Planalto

- Valor: Distribuição de lucros cresce em plena crise

- Gazeta Mercantil: CVM quer mais transparência nas assembléias
- Diário do Pará : Benefício Federal - Governo amplia a Bolsa Família
Acesse aqui maiores os detalhes das informações dos jornais

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Y AGORA COMO É QUE FICA? QUEM PAGA A CONTA DA FARRA FINANCEIRA?

FMI reduz previsão de crescimento do Brasil para 1,8% em 2009

A economia do Brasil poderá crescer somente 1,8% em 2009, segundo previsão divulgada nesta quarta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A nova previsão significa uma revisão para baixo em relação à previsão feita em novembro pelo FMI, de um crescimento de 3% para o Brasil neste ano.

nova previsão significa uma revisão para baixo em relação à previsão feita em novembro pelo FMI, de um crescimento de 3% para o Brasil neste ano.

O relatório do fundo prevê ainda um crescimento mundial de 0,5% em 2009, no nível mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial.Em novembro, o FMI havia previsto um crescimento global de 2,2% em 2009. Em um relatório divulgado nesta quarta-feira, a entidade explica a revisão argumentando que as dificuldades financeiras no mundo continuam agudas, apesar das várias políticas de incentivo adotadas recentemente em vários países, e que isso está atrapalhando a economia. "Uma recuperação econômica sustentável não será possível até que a funcionalidade do setor financeiro seja restaurada e o mercado de crédito seja desobstruído", diz o documento. Recuperação Ainda assim, o FMI prevê que a economia mundial deve passar por uma recuperação gradual em 2010, com crescimento máximo projetado para 3%.

DE VOLTA A KEYNES - E SCHUMPETER?

Reproduzo literalmente (leia neste blog, se não é assinante da Folha ) um artigo de Delfim Netto, tão criticado quando Ministro da ditadura e hoje, respeitado e ouvido, quando a crise da economia mundial toca as portas do Brasil.
Refere-se o ex-ministro da utilização de forma indiscriminada, entretanto de forema positiva, de conceitos e idéias de economistas que foram a base de propostas de modelos econômicos. Aí estão: Smith, Marx, Walras, Marshall e Keynes.
Da minha conta e risco acrescento o Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) que foi um dos mais importantes economistas do século XX. Suas teorias foram uma resposta ao enfoque neoclássico (tradicional) que colocava apenas no mercado a questão do progresso técnico, como fator fundamental para alcançar o crescimento econômico e acima de tudo o desenvolvimento, sem esquecer suas condicionantes para a transformação da economia (novas fontes energéticas, novas formas de gestão, novos mercados, empresários inovadores, etc.).

Por que Keynes?
Antonio Delfim Netto

OS ECONOMISTAS dão o nome de "bem público" aos bens ou serviços que gozam de duas propriedades: 1) ninguém pode ser excluído de seu uso e 2) o uso que cada um faz dele não diminui a quantidade disponível para os outros, como é o caso, por exemplo, da defesa nacional.

Existem pessoas cujo pensamento tem um vigor e uma originalidade (mas não clareza) que gozam das propriedades dos bens públicos: transformam-se em instituições. Alguns economistas de várias tribos (esta expressão já está na "Riqueza das Nações"), Adam Smith (1723-1790), Karl Marx (1819-1883), Leon Walras (1834-1910), Alfred Marshall (1842-1924) e John Maynard Keynes (1883-1946), assumiram esse "status".

Existe um Smith, um Marx, um Walras, um Marshall e um Keynes para cada um de nós. Seus pensamentos são tão vigorosos e originais que depois de nos atingirem nunca mais nos livramos completamente deles. Felizmente não são claros. É essa ambiguidade que permite que cada um deles possa ser o "nosso" sem que isso impeça que seja também dos "outros", cada um à sua maneira.Nenhum deles produziu uma "explicação" definitiva do "universo econômico". Todos, entretanto, viram alguns aspectos fundamentais da vida econômica (e de sua influência sobre a condição humana) que um dia, talvez, integrarão uma compreensão da contínua e crescente complexidade que a domina.

É por isso que hoje todos podemos ser um pouco smithianos, marxistas, walrasianos, marshallianos e keynesianos, sem arrependimento, sem vexame e sem contradição.O que parece inegável é que a crise que estamos vivendo, produzida pela maléfica "autonomização" do sistema financeiro, encontra a sua melhor explicação em Keynes. Afinal isso não deveria ser surpresa: ele enxergou mais longe porque subiu nos ombros dos antecessores que, às vezes, finge ignorar. Com a sua teoria monetária da produção, ele colocou a moeda, o crédito, a demanda e a incerteza no coração do sistema.

Os macroeconomistas, em lugar de continuarem a cultivar uma teoria monetária obviamente estéril, e os economistas "financeiros", em lugar de procurarem distribuições "gordas" para justificar os "desastres" nos preços dos ativos, deveriam procurar desenvolver a intuição keynesiana sobre como funciona a economia tocada a crédito quando o futuro é rigorosamente opaco e imprevisível.É hora de aceitar que entre os modelos de equilíbrio geral (que fazem a "ciência" de alguns de nossos bons economistas) e a economia monetária da produção existe distância intransponível. Naqueles, a moeda e o crédito sempre serão fatores essencialmente estranhos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

AMAZÔNIA, BELÉM - FÓRUM SOCIAL MUNDIAL SUCESSO DE PÚBLICO

Trânsito de Belém fica congestionado em primeiro dia de debates do Fórum Social Mundial
Da Agência Brasil
Em Belém (PA)

O movimento do primeiro dia do Fórum Social Mundial já é visível no trânsito de Belém. De hoje (27) até domingo (1º) a capital paraense deve receber 120 mil pessoas, um acréscimo de 10% na população local.

O trajeto de menos de 20 quilômetros entre o aeroporto e a Universidade Federal do Pará (UFPA), umas das sedes de atividades do fórum, que geralmente é feito em 30 minutos, na manhã de hoje chegou a levar 2h30 para ser percorrido.

O maior ponto de congestionamento é a avenida Perimetral, principal acesso à UFPA e à Universidade Federal Rural da Amazônia.As obras de duplicação da avenida, prometidas pelo governo do Estado para o fórum, não ficaram prontas a tempo.A caminhada de abertura do fórum, marcada para as 15h (horário local), vai fechar as duas das mais movimentadas avenidas de Belém. A previsão é de que 100 mil pessoas participem da marcha.

VICE-PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR: NÃO TENHO MEDO DA MORTE, TENHO MEDO DE PERDER A DIGNIDADE

Estado de saúde do vice-presidente José Alencar é estável, diz boletim médico
Do UOL NotíciasEm São Paulo


O estado do vice-presidente José Alencar é estável. Ele se recupera de uma cirurgia para a retirada de tumores no abdômen. Já se passaram as primeiras 24 horas desde que o vice-presidente deixou o centro cirúrgico. De acordo com os médicos que participaram da operação, José Alencar está reagindo bem nesse período, que é muito importante para a recuperação.

Na manhã desta terça-feira, ele está sedado, respira por aparelhos e mantém os sinais vitais. Inclusive, o bom funcionamento do rim. Hoje, o presidente Lula deve vir a São Paulo para participar das comemorações do aniversário da Previdência e é esperada a presença dele no Hospital Sírio Libanês. Ainda não existe previsão de quando José Alencar vai deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O Hospital Sírio Libanês divulgou às 10h45 desta sexta-feira o último boletim médico sobre o estado de saúde do vice-presidente José Alencar, que foi submetido a uma cirurgia para retirada de tumores no último domingo.

Boletim Médico - Vice-Presidente

da República - Sr.José AlencarJosé Alencar Gomes da Silva, 77 anos, Vice-Presidente da República, segue internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após submeter-se a cirurgia de alta complexidade para retirada de tumores no retroperitônio (porção posterior do abdome), no domingo, 25/1. O paciente está estável, respira por aparelhos e mantém todos os sinais vitais normais, inclusive com bom funcionamento do rim.As equipes que assistem ao Vice-Presidente são coordenadas pelos professores doutores Paulo Hoff (oncologista clínico), Roberto Kalil Filho (cardiologista) e Ademar Lopes (cirurgião-oncologista).

Não tenho medo da morte, tenho medo de perder a dignidade, declarou em uma ocasião o vice-presidente José Alencar. Depois confessou que eram poucos os brasileiros com os quais se poderia tirar uma foto. Um homem digno, o Brasil reza para que se recupere pronto. Um exemplo de esforço e luta pela vida. Convive com um câncer por mais de 10 anos e já passou por inúmeras cirurgias, das quais saiu sempre mais fortalecido.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

AGORA ACONTECE QUE ATÉ O SEXO FAZ MAL - DEU NO THE NEW YORK TIMES (SÓ PODIA SER LÁ)



Sex and Depression: In the Brain, if Not the Mind

Sexo e depressão: se não na mente, no cérebro

Richard A. Friedman (The New York Times)

Como todo mundo sabe, sexo é bom.

Será? Nos últimos anos, recebi vários pacientes para quem o sexo não apenas não é prazeroso; mas de fato parece fazer mal.

Um deles, um jovem de 20 e poucos anos, descreveu dessa maneira: "Depois do sexo, eu me sinto literalmente dolorido e deprimido por cerca de um dia inteiro".

Do contrário, ele tem uma ficha limpa de saúde, tanto médica quanto psiquiátrica: bem ajustado, trabalhador, com muitos amigos e uma família unida.

Acreditem, eu poderia ter fabricado uma explicação muito facilmente. Ele tinha conflitos escondidos em relação ao sexo, ou tinha sentimentos ambivalentes em relação a sua parceira. Quem não tem?

Mas pesquisei o quanto pude para encontrar uma boa explicação, e não consegui achar nenhuma. Apesar de seus sintomas e ansiedade serem bastante reais, disse que ele não tinha nenhum problema psiquiátrico importante que necessitasse de tratamento. Ele ficou claramente desapontado ao deixar meu consultório.

Não pensei muito sobre o caso até algum tempo depois, quando conheci outra paciente com uma queixa similar. Era uma mulher de 32 anos que passava por períodos de quatro a seis horas de depressão intensa e irritabilidade depois de um orgasmo, sozinha ou com um parceiro. Era tão ruim que ela estava começando a evitar o sexo.

Recentemente, um colega psicanalista - um homem conhecido por sua capacidade de desvendar psicopatologias - telefonou para mim sobre outro caso. Ele estava intrigado com uma mulher de 24 anos que ele considerava psiquiatricamente saudável, exceto por uma intensa depressão que durava várias horas depois do sexo.

Não há nada estranho em sentir um pouco de tristeza depois do prazer sexual. Conforme diz o ditado, depois do sexo os animais ficam tristes. Mas esses pacientes experimentavam uma intensa disforia que durava muito tempo e era muito perturbadora para ser descartada como simples tristeza.

Ainda assim, é difícil resistir à tentação de especular sobre explicações psicológicas em relação ao comportamento sexual. Os psiquiatras gostam de brincar que tudo está relacionado ao sexo, exceto o próprio sexo, o que é outra forma de dizer que praticamente todo comportamento humano é permeado por um significado sexual escondido.

Talvez, mas eu me perguntava se nesses casos, não seria algo menos profundo como um simples desvio na neurobiologia do sexo que fazia com que esses pacientes se sentissem tão mal.

Pouco se sabe sobre o que acontece no cérebro durante o sexo. Em 2005, o Dr. Gert Holstege da Universidade de Groningen na Holanda usou a tomografia por emissão de pósitrons para escanear o cérebro de homens e mulheres durante o orgasmo. Ele descobriu, entre outras mudanças, uma diminuição drástica de atividade na amígdala, a região do cérebro envolvida no processamento dos estímulos de medo. Além de causar prazer, o sexo claramente reduz o medo e a ansiedade.

A antropóloga Helen E. Fischer, de Rutgers, usou imagens de ressonância magnética funcional para observar mais amplamente o circuito neural do amor romântico. Para um grupo de homens e mulheres jovens que disseram estar apaixonados, ela mostrou uma foto do objeto da paixão e de uma pessoa neutra. Os sujeitos mostraram uma ativação notável no circuito de recompensa de dopamina do cérebro apenas em resposta ao amado, similar à resposta do cérebro a outras recompensas como dinheiro e comida.

Será que alguns pacientes têm uma atividade particularmente forte na amígdala depois do orgasmo que faz com que eles se sintam mal?

A literatura de pesquisa não diz praticamente nada sobre depressão induzida pelo sexo, mas uma pesquisa no Google revelou vários websites e salas de discussão sobre algo chamado tristeza pós-coito. Quem imaginaria? Lá, eu li vários depoimentos quase idênticos aos dos meus pacientes, com indicações de vários remédios para a doença.

Quando os médicos avaliam os tratamentos comuns e não conseguem encontrar nada, como eu fiz, num território sem mapa com poucas evidências quanto ao que fazer, eles consideram os chamados tratamentos novos. Frequentemente, você prescreve um desses tratamentos baseado em sua especulação sobre a biologia por trás da síndrome em questão. Isso pode envolver o uso de drogas aprovadas em situações para as quais elas dificilmente foram prescritas.

Uma pista para um possível tratamento é que o Prozac e seus similares, inibidores da recaptura de serotonina, normalmente interferem no funcionamento sexual em determinado grau. A serotonina é boa para o humor, mas muita quantidade dela no cérebro e na medula espinhal é definitivamente ruim para o sexo.

Eu achava que, se pudesse de alguma forma modular a resposta sexual dos meus pacientes, torná-la menos intensa, isso poderia diminuir o estado emocional negativo depois. Em outras palavras, eu exploraria os efeitos colaterais normalmente indesejados dos SSRI para um possível efeito terapêutico.

Como qualquer um que tenha tomado uma dessas drogas para depressão pode confirmar, pode levar algumas semanas até que você se sinta melhor, mas os efeitos colaterais, como a disfunção sexual, são normalmente imediatos. Para os meus pacientes, isso acabou se mostrando uma vantagem. Depois de apenas duas semanas tomando o medicamento, ambos disseram que apesar de o sexo ser menos prazeroso em intensidade, não foi seguido por crise emocional.

Agora, há pelo menos três razões possíveis para os pacientes se sentirem melhor: a droga funcionou; ela teve um efeito placebo; ou houve uma flutuação aleatória dos sintomas - eles teriam melhorado se não tivessem feito nada.

Eu sugeri parar o tratamento, e retomar se o problema voltasse. Em ambos os casos, os sintomas voltaram e depois diminuiram com a droga - sugerindo, baseado nesse minúscula amostra, que o efeito da droga era real.

Se esses pacientes me ensinaram alguma coisa, é que os problemas sexuais nem sempre escondem problemas psicológicos profundos e sombrios. A verdade é que o órgão sexual mais importante dos seres humanos é o cérebro. O sexo pode ser o mais físico dos atos, mas a depressão também pode ser física - às vezes sem um significado maior do que um desvio na biologia.

Governo do Estado investe cerca de 21 milhões em obras no bairro do Guamá - a UFPA agradece


A governadora Ana Júlia Carepa entregou neste domingo 25, a primeira etapa das obras de duplicação da Avenida Perimetral e do terminal de ônibus da Universidade Federal do Pará (UFPA). Acompanhada de secretários, do prefeito de Belém, Duciomar Costa, do reitor Alex Fiúza e de comunitários, Ana Júlia Carepa percorreu o trecho de 1km da duplicação e visitou as instalações do primeiro bloco do terminal rodoviário. O governo do Estado investiu cerca de 21 milhões de recursos próprios nas duas obras.
O terminal possui áreas específicas para despachantes, banheiros, lanchonetes e vai operar nessa primeira fase com 20 linhas e capacidade para até 300 ônibus/dia. A estrutura está pronta para atender às demandas do Fórum Social Mundial, que se inicia na próxima terça-feira 27, data em que o terminal entra em operação. As obras continuam em execução e devem ser totalmente concluída em maio próximo.
A governadora entregou ao morador Célio Bastos o título de regularização de seu imóvel, emitido pelo Instituto de Terra do Pará (Iterpa). O imóvel está assentado em uma área doada pela UFPA, ao governo do Estado. Ao todo, 40 famílias receberam seus títulos imobiliários. Ana Júlia Carepa destacou que "graças ao compromisso da universidade com os temas sociais muitas famílias terão, finalmente, seus imóveis regularizados".
Para Célio Batista, que mora no local há 30 anos, a titulação das áreas é a realização de um sonho e da luta pela casa própria. O governo deverá entregar 4.800 títulos até 2010, dos quais 2.400 em parceria com a UFPA.
Duciomar Costa enfatizou a importância do trabalho integrado entre as instâncias de poder como forma de ampliar os benefícios à população. “Estamos aqui para nos darmos as mãos e lutar para levar obras de melhorias e qualidade de vida aos quatro cantos da nossa cidade”. A comitiva visitou ainda o terminal hidroviário construído pela UFPA e a Prefeitura. O píer já está concluído e vai receber embarcações durante o FSM.
A governadora conclamou a todos a receberem bem os povos de todos os continentes que chegam a Belém para o FSM e ressaltou que "é possível morar na floresta e cuidar dela, para esta e as gerações futuras, usufruindo com equilíbrios as riquezas da floresta".
Fonte: Agência Pará

AMAZÕNIA, BELÉM - FÓRUM SOCIAL MUNDIAL A TODO VAPOR


O credenciamento para o FSM 2009 de pessoas e organizaçoes retorna às 8 horas de 26 e segue até o dia 30, no ginásio da UFRA. INFORMAMOS QUE NÃO SERÁ PERMITIDO O ACESSO DE VEÍCULOS NO INTERIOR DA UNIVERSIDADE. Cultura e imprensa terão locais e dias específicos. ACESSE AQUI.


O Grupo de Facilitação do FSM 2009 está disponibilizando alguns tradutores voluntários durante o Fórum. Se houver requerimento de tradutores nas línguas: Inglês, Espanhol, Francês e Português, por favor, enviar a demanda ao email: traducao@fsm2009amazonia.org.br

A lista contempla, dentro do possível, as mudanças e adequações solicitadas pelas organizações proponentes à coordenação do evento. Consulte a lista para encontrar a atividade desejada.

AMAZÔNIA, BELEM - AGRESSÃO SEXUAL A CRIANÇAS E ADOLESCENTES - POUCO SE FALA E NADA SE FAZ

Pelo menos 936 crianças e adolescentes receberam atendimento assistencial por terem sofrido alguma violência sexual ano passado.
do jornal O lIBERAL

O número real é maior, mas ainda não se sabe em que dimensão porque a integração dos serviços voltados para o problema ainda não é completa. Atualmente, a rede de atenção às crianças e adolescentes abusados ou explorados sexualmente - caso em que alguém lucra com a venda do corpo - oferece vários serviços, da identificação do caso à proteção da vítima.
O serviço com mais postos de atendimento no Pará é o do conselho tutelar. Mesmo sem disporem de total infraestrutura, esses locais são considerados a principal porta de entrada para as denúncias. É de lá que partem os casos para o Propaz, instalado na Santa Casa de Misericórdia, no qual as vítimas recebem atenção psicológica e médica.

Dependendo da situação, meninos e meninas são encaminhados para o atendimento hospitalar (reconstrução de órgãos, partos ou abortos legais) ou a família para programas sociais (bolsas e projetos de geração de renda). A delegacia especializada instalada também na Santa Casa acolhe as denúncias e toca o inquérito para ser remetido à Justiça. Se a situação pedir, a criança pode ainda ser integrada ao programa de proteção de vítimas.

PROTEÇÃO
A engrenagem é boa, segundo coordenação, mas saber se o carro acomoda todo mundo e está andando como deveria ainda não é possível. É ao pedir informações e a cadeia se quebra. Cada um fala sobre o que oferta isoladamente e para onde encaminhou, mas não se tem um responsável pelo monitoramento. Na capital paraense, por exemplo, além do Propaz, entidades civis prestam serviços para esse público sendo o programa Jepiara um que concentra da assistência psicológica à jurídica, além de capacitação para profissionais.
Tanto o monitoramento quanto o diagnóstico de todos os casos atendidos pelo poder público ou entidade civil estão previstos nos planos nacional e estadual de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil. Em Belém, onde também foi montado um plano municipal, o fórum de representantes (inclui Funpapa, Creas, Cedeca) não se reúne faz tempo porque órgãos municipais não se dispõem.

Estado terá rede de enfrentamento
O diretor de Cidadania e Direitos Humanos da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Luiz Romano, afirma que o órgão está cumprindo algumas metas. Entre elas está o diagnóstico sobre as vítimas e os serviços assistenciais disponíveis. O levantamento dos casos e da rede de atendimento foi encomendado à Fundação de Amparo ao Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) e deve ficar pronto em dois meses.

Ele também cita um banco de dados que será concluído pelo Prodepa até o final do semestre. Através de uma parceria, foi possível incluir o público infanto-juvenil no arquivo que está sendo montado sobre a violência contra a mulher. Romano afirma que a articulação das redes de enfrentamento é o objetivo do programa estadual que foi dividido em três etapas. A primeira é a análise da situação a partir do diagnóstico em execução.

QUALIFICAÇÃO
A segunda e a terceira, à espera da conclusão da primeira, prevêem a organização da rede assistencial através de cursos e o monitoramento das ações executadas para conferir os resultados. Porém, algumas ações voltadas ao atendimento das vítimas já estão sendo ampliadas. É o caso da recente implantação dos Centros de Referência em Assistência Social (Creas) regionais em Breves, Santarém e Tailândia.

A escolha dos locais, diz, já se baseou em dados preliminares que apontam 16 municípios como os mais problemáticos: Santarém, Trairão, Oriximiná, Itaituba, Rurópolis, Breves, Portel, Soure, Salvaterra, Belterra, Alenquer, Altamira, Marabá, Marituba, Belém e Ananindeua. 'Sem diagnóstico é trabalhar no escuro. É preciso saber quais as condições para os municípios enfrentarem o problema para se ter referência de quais são as prioridades e avaliar se está as ações estão dando certo', diz.

Ano passado, 85 contraíram DSTs
Somente o Propaz atendeu 936 vítimas ano passado, 813 em 2007 e 1.005 em 2006. Os casos exigem assistência especializada por causa da dificuldade de identificação e sequelas provocadas. Em 2008, 85 crianças e adolescentes atendidas contraíram Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). A coordenadora do Propaz, Eugênia Fonseca, revela que o serviço já atendeu criança de 2 anos de idade com grave laceração dos órgãos genitais causada pela violência sexual. O caso exigiu atendimento hospitalar urgente.

Muitas precisam de atendimento clínico por causa de DST. Outras, exigem atenção mais complexa porque a violência gerou uma gravidez indesejada. Ano passado, 43 meninas foram submetidas ao aborto legal porque não aceitaram a gravidez provocada pela violência. O procedimento é feito após análise que comprova se tratar de estupro e perícia que atesta gestação de até 23 semanas.

Eugênia diz que as vítimas precisam de acompanhamento psicológico por tempo prolongado porque essa situação e a violência em si deixam traumas. Se não tratados, eles podem gerar problemas mais graves no futuro. Há vítimas que estão há dois e até três anos em tratamento. Muitas abandonam o serviço. Outras são encaminhadas para abrigos provisórios (Funpapa, Dulce Accioli, CVC, EAPI, EAPE, Centro Maria do Pará). Algumas também são encaminhadas para programas que utilizam atividades lúdicas como tratamento complementar (CRAS, Jepiara, Gempac, Fundação Tancredo Neves, Curro Velho, Funpapa).

Foram muitos anos de descaso e de falta de políticas públicas, pelos sucessivos governos, para atender um segmento da população que sempre foi esquecida , por não ter voz nem canais de expressão que lutassem pelos seus direitos. Recem agora se começa a delinear uma ação que ainda se encontra na fase de diagnóstico.

FALA O CHEFE DA CASA CIVIL DO GOVERNO ANA JULIA - (integra do Blog Espaço Aberto)



PUTY ATACA ELITES LOCAIS, REAFIRMA ALIANÇA PT-PMDB E NEGA SAÍDA DA CASA CIVIL

(do BLOG Espaço Aberto http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/

Quem imaginava um chefe da Casa Civil do governo Ana Júlia arrogante ou irônico, no programa Jogo Aberto, da Rádio Tabajara FM 106.1, no sábado que passou, deve ter quebrado a cara. Cláudio Puty (na foto) se revelou uma pessoa diferente daquela que é pintada na Imprensa de Belém. Chegou sozinho à emissora e entrou no estúdio molhado pela chuva que caía na ocasião. Não reclamou de nada. E não deixou nenhuma pergunta sem resposta, encarando com naturalidade as provocações feitas pelos jornalistas Carlos Mendes e Francisco Sidou.Puty fez revelações e também desmentidos, além de uma crítica indireta ao prefeito Duciomar Costa pelo pouco empenho da PMB na realização do Fórum Social Mundial. Lembrando que a saúde é municipalizada, revelou que o governo estadual interveio diretamente na saúde para ajudar a prefeitura a dar "conta do recado" para que o FSM pudesse acontecer sem problemas. Um resumo do debate.

Segue um resumo sobre os principais assuntos abordados pelo chefe da Casa Civil durante o programa:

ALIANÇA PT-PMDB

“Não é verdade que exista rompimento e não há qualquer perspectiva de que isso venha a acontecer. Quem estimula um rompimento e vive plantando isso na Imprensa é o PSDB. Ele quer sair do isolamento. Divergências entre os aliados são normais. Às vezes um órgão não vai bem e é preciso mexer. Não há nada demais nisso. O PMDB foi muito importante para derrotar o PSDB. Precisamos de aliados para manter a governabilidade. Nós e o PMDB temos trabalhado para manter a aliança".

ELEIÇÃO EM 2010

"As conversas que correm entre os aliados são as seguintes: o interesse do PMDB é ter o deputado federal Jader Barbalho como candidato ao Senado. O interesse do PT é disputar a outra vaga ao Senado com os deputados Paulo Rocha e Zé Geraldo. Há ainda a Maria do Carmo, se ela não voltar à Prefeitura de Santarém. No conjunto desses interesses, a Ana Júlia seria candidata à reeleição. Estamos conversando também com o PV e o PPS, que não fazem parte da aliança. Dentro de 15 dias, vocês terão novidades".

SAÍDA DO GOVERNO

"Eu estava em férias no Peru e comecei a receber telefonemas de que a Imprensa estava noticiando minha saída da Casa Civil. Eu respondia: poxa, o cara mal saí de férias por 10 dias e já estão dizendo que ele está fora do governo. Nada disso é verdadeiro. A governadora já me disse que não há qualquer intenção dela em me tirar da Casa Civil. Falam e repetem mentiras na Imprensa como se fossem verdades. Nem me preocupo em procurar esses veículos para desmentir, porque não tem coisa pior que desmentir o que não existe".

ELITES

"Na função que ocupo muitas vezes durante o dia sou obrigado a dizer ‘não’. As elites fazem pressão por nomeações e cargos de DAS. Tem gente que me achado malvado e alguns setores da imprensa distorcem seus conceitos sobre mim. Essas elites vivem criticando o Bolsa Família, não aceitam que a Ana Júlia tenha chegado ao governo, mas adoram um contracheque oficial. As elites de Belém são originárias do Marajó. Elas se apropriaram do Estado para conduzir seus interesses. Temos que combater isso e resistir a essas pressões".

SAÚDE NO FÓRUM SOCIAL

"Construímos, graças aos recursos federais, 10 Centros Integrados de Serviços (CIS), que cobrirão as áreas de emergência médica e odontológica do Fórum. Haverá dez hospitais de campanha com capacidade para 10 leitos em cada um. Além disso, cadastramos 270 leitos nas redes pública e privada".

SEGURANÇA PÚBLICA

"A governadora não dorme preocupada em dar um choque de gestão no policiamento de Belém para combater a onda de violência e criminalidade. Os R$ 50 milhões que foram investidos em segurança para o Fórum servirão ao benefício da população depois que o evento passar. Tinha muito policial fardado servindo aos poderosos. Botamos esse pessoal na rua para cuidar da segurança de todos os habitantes".

DEBATES

"Morei nos Estados Unidos e na Itália e vi que nesses países as emissoras de rádio fazem muitos debates, colocando frente a frente pessoas das mais diferentes e extremadas opiniões. Fico emocionado ao ver uma emissora como a Rádio Tabajara(radiotabajarafm@hotmail.com
preocupada em promover debates de idéias. É importante ouvir, por exemplo, políticos de extrema esquerda e de extrema direita".

PUBLICIDADE DO GOVERNO

"Nos governos do PSDB eles tinham acordo com determinado grupo de comunicação para gastar com publicidade. As verbas eram centralizadas. O que é estranho é que eles faziam muita publicidade, mas o orçamento do setor era baixo. No governo da Ana, o orçamento com publicidade tem distribuição mais democrática entre os meios de comunicação. A partir de junho de 2008 houve um aumento de inserções do governo na TV".

COMPARAÇÃO

"O PSDB pouco fez de serviços públicos e gastou muito com obras suntuosas, de muita visibilidade. Saúde, moradia e educação são três exemplos, se compararmos os governos do PSDB com o nosso. Ainda no meio do mandato da Ana Júlia, já fizemos duas vezes mais do que todo o governo Jatene pela educação. Em moradia, eles construíram três mil casas e nós já fizemos 10 mil. Os recursos para investimento em saúde da família, que eram 18% no governo deles, no da Ana já estão em 32% e devem chegar a 50%".

COMUNICAÇÃO

"Concordo com o Francisco Sidou. Tem muito DAS e pouca comunicação no governo. O Delfim Neto tem uma frase que eu gosto muito. Ele costuma dizer que reduzir despesa com pessoal é teoria de economista desocupado. Só um economista fora do governo defende esse tipo de coisa. Quando entrei na Casa Civil, ouvi que era preciso reduzir o número de assessores, mas isso não é fácil de mexer. Resumo da ópera: estamos fazendo esforço para melhorar a comunicação do governo. Temos obras em pleno andamento, como a do PAC Tucunduba e outras obras do PAC pelo Pará, mas que não aparecem. A governadora sabe disso. Mas a grande obra do governo que precisa ser mostrada é o tratamento às pessoas, aos mais pobres. Vou adiantar uma coisa: o governo vai fazer licitação descentralizada de combustíveis, de telefonia, e também reduzir gastos com DAS".

O QUE OS VISITANTES DO FSM NÃO VERÃO (1)



Laranjal do Jari, município de fronteira na Amazônia. Fonte: G.Enríquez/2007.

domingo, 25 de janeiro de 2009

O QUE OS VISITANTES DO FSM NÃO VERÃO (2)



Uma viajem entre Santarém e Alenquer. G. Enríquez/2007.

O QUE OS VISITANTES DO FSM NÃO VERÃO (3)



Caminho à Floresta Nacional de Tapajós. Desmatamento em áreas de proteção ambiental (APA) para criação de gado e plantio de soja. Ainda restam algumas castanheiras no fundo da área dedicada aos plantios de soja. G.Enríquez/2007.

sábado, 24 de janeiro de 2009

QUEDA DE 82% DO DESMATAMENTO ANUNCIA "IMAZON" AH, ENTÃO TÁ.

Adalberto Veríssimo, pesquisador e coordenador do Projeto Transparência Florestal, afirma que as ações do governo estão gerando resultados. "No inicio de 2008 o governo anunciou uma série de medidas de combate ao desmatamento e algumas medidas duras como a lista dos 36 municípios que mais desmataram, confisco de bois e corte de créditos. Essas medidas tiveram efeito, mesmo antes da crise financeira". Para ele, a tendência é que esta queda continue nos próximos meses, também influenciada pela crise econômica.

Pensar um novo modelo de economia seria o próximo passo para o combate à devastação, já que essas medidas funcionaram em curto prazo, mas não garantem a sustentabilidade. "Agora (o governo) precisa apresentar uma agenda econômica, com outra maneira de usar as florestas sem devastar", afirma Veríssimo.

Em novembro, o estado que mais desmatou foi o Pará (60%), seguindo por Rondônia (12%), Mato Grosso (10%), Acre (10%) e Amazonas (8%). Em dezembro, o estado campeão foi Mato Grosso que devastou 65% do total de floresta, seguido pelo Pará (20%), Rondônia (10%) e Amazonas (5%).

Em ambos os meses as áreas privadas ou em diversos estágios de posse lideraram o ranking de desmatamento. Em novembro 71% ocorreu nessas áreas e em dezembro foi 76%. Os assentamentos de Reforma Agrária contribuíram com 6% (novembro) e 19% (dezembro). Já as Unidades de Conservação foram responsáveis por 6% em novembro e 4% de desflorestamento no mês seguinte e as Terras Indígenas com 1% em cada mês.

Algumas das parceria e apoios do IMAZON.

Apoio
Fundação Gordon & Betty Moore
Fundação David & Lucille Packard
Estado de Meio Ambiente-SEMA-PA

Parceria:
Instituto Centro de Vida (ICV) – Mato Grosso
Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA)
Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (SEMA)
Ministério Público Federal do Pará
Ministério Público Estadual do Pará
Ministério Público Estadual de Roraima
Ministério Público Estadual do Amapá
Ministério Público Estadual de Mato Grosso

HOMENAGEM DA JOAQUIN SABINA A JOÃO MANUEL SERRAT- FIM DE SEMANA

CAMINANTE NO HAY CAMINO, SE HACE CAMINO AL ANDAR - DESPUÉS DE 35 AÑOS

HOJE PODE SER UM BOM DIA, DEPENDE SÓ DE VOCÊ - FIM DE SEMANA

FIM DE SEMANA DE FOLGA, NINGUÉM É DE FERRO






Apesar de que não é uma obrigação escrever todos os dias e renovar as postagens do blog, tenho escrito com relativa freqüência. Entretanto, neste fim de semana me darei uma folga. Segunda feira retorno.

Feliz fim de semana!!!


Deixo para desfrute uma música do grupo musical chileno ILLAPU com uma das suas melhores interpretações e uma vista de Santiago que mostra a pobreza que ainda existe nas ruas da capital do Chile.





sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

TIRADO DO DISCURSO DE OBAMA


"Que estamos em meio a uma crise é bem conhecido agora. Nosso país está em guerra, contra uma ampla rede de violência e ódio. Nossa economia está gravemente enfraquecida, consequência da ganância e da irresponsabilidade da parte de alguns, mas também de um fracasso coletivo nosso em fazer escolhas difíceis e em preparar o país para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos eliminados; empresas fechadas. Nosso sistema de saúde é muito caro; nossas escolas reprovam muitos; e cada dia traz novas provas de que as formas como usamos a energia reforçam nossos adversários e ameaçam nosso planeta".
"Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, entendemos que a grandeza nunca é dada. Ela precisa ser merecida. Nossa jornada nunca foi feita de atalhos ou de deixar por menos. Não foi uma trilha para os fracos de coração --para aqueles que preferem o lazer ao trabalho, ou apenas a busca de prazeres e riquezas e fama. Ao invés disso, tem sido uma jornada para os que assumem riscos, os realizadores, os que fazem as coisas --alguns celebrados, mas mais frequentemente homens e mulheres obscuros em suas obras--, que nos conduziram pelo longo e acidentado caminho em direção à prosperidade e liberdade".

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL DIA 25 COMEÇA CREDENCIAMENTO



Dia 25, as 12 horas, começa o credenciamento do FSM 2009.
O credenciamento para o FSM 2009 começa às 12 horas do dia 25 de janeiro, no Ginásio de Esportes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). É exigido comprovante de pagamento e documento de identificação. Cultura e imprensa terão locais e dias específicos.

O Credenciamento de delegados, participantes e organizações será no GINASIO DA UFRA. Início: dia 25, às 12 horas

Credenciamento de delegações e organizações
Credenciamento de grandes grupos, apenas os coordenadores/as e/ou, responsáveis pela inscrição deverão ter acesso ao interior do ginásio para confirmar ou realizar o credenciamento de sua delegação
Novas inscrições
Organizações e indivíduos podem fazer novas inscrições no posto de credenciamento. Para indivíduos e organizações, o pagamento poderá ser feito no local, em moeda brasileira (Real), tanto para brasileiros como pessoas e organizações de fora do Brasil.
Imprensa
O credenciamento de imprensa será no GINÁSIO DA UFPA (portão 2º Basico), também a partir dia 25 de janeiro, ao meio dia.
Início – 25/01 (a partir das 12 horas)
Credenciamento de Atividades Culturais
Os grupos selecionados para compor a programação cultural do FSM 2009 devem se credenciar a partir do dia 26 de janeiro, na escola Virgílio Libonati (Dentro da UFRA, ao lado do Ginásio da UFRA)
Início – 26/01 –
Acampamento da Juventude
Início: Dia 25 a partir da 12 horas, no Ginásio da UFRA.
Demais dias e horários de credenciamento geral
Entre 26 e 31, o credenciamento poderá ser feito das 8 às 20 horas.
Pagamento
As pessoas ou organizações que não fizeram o pagamento, ainda poderão acessar o site para imprimir o boleto e pagar em qualquer agência bancária até o vencimento. Pessoas e organizações inscritas fora do Brasil, poderão fazer o pagamento online ou no ato do credenciamento em moeda brasileira (real).

AMAZÔNIA BELÉM - FÓRUM SOCIAL MUNDIAL: DO ATRASO DE DAVOS À PROMESSA DE BELÉM

DAVOS E O FSM
Por Marco Aurélio Weissheimer e Clarissa Pont

Quando o FSM nasceu, como contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, a globalização ainda era cantada em prosa e verso e, seus críticos, taxados de anacrônicos, inimigos da tecnologia e malucos. Oito anos depois, os mantras neoliberais não só perderam força como estão cobertos hoje por pesadas nuvens de suspeição e descrédito. O novo, como se sabe mais do que nunca neste início de 2009, estará reunido em Belém, de 27 de janeiro a 1º de fevereiro, no Fórum Social Mundial.

Belém vive, de um modo muito peculiar, o ambiente que Porto Alegre conheceu em 2001, quando recebeu pela primeira vez o Fórum Social Mundial. Há, por certo, diferenças importantes. Uma delas não é um detalhe: o mundo mudou.

Quando o FSM nasceu, como contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, a globalização ainda era cantada em prosa e verso e, seus críticos, taxados de anacrônicos, inimigos da tecnologia e malucos.

Na época, o então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a escrever um artigo chamando os organizadores e participantes do Fórum de “ludistas” (numa alusão ao movimento dos trabalhadores ingleses no início do século XIX, que destruíam máquinas por temer perderem o emprego para elas).Os supostos avanços da globalização dos mercados eram apresentados como inevitáveis e necessários para a prosperidade das nações.

Oito anos depois, os mantras neoliberais não só perderam força como estão cobertos hoje por pesadas nuvens de suspeição e descrédito. De 2001 a 2009, o otimismo e a euforia dos mercados transformaram-se em angústia e lamento.Há, portanto, um ambiente de novidade que cerca o FSM 2009. O mundo mudou, afinal. E há uma grande novidade também para os paraenses que recebem pela primeira vez o Fórum.

Pelos hotéis, ruas e restaurantes de Belém, começa-se a ouvir o inglês, o francês, o alemão, entre outras línguas. Essa polifonia, porém, não chega a ser novidade em um Estado em que se falam 60 idiomas. A Amazônia poliglota vai se encontrar com as outras línguas e pedaços do mundo. E vice-versa.Vozes conservadoras da cidade, assim como ocorreu em Porto Alegre, em 2001, falam na possibilidade do caos tomar conta de Belém. Há, sem dúvida, uma dimensão caótica no FSM, mas se trata de um caos extremamente criativo. Uma das maiores expressões dessa criatividade é a capacidade que o Fórum teve, desde 2001, de antecipar diagnósticos e análises que acabaram sendo confirmadas pela realidade.

O descontrole dos mercados, a enlouquecida e enlouquecedora livre circulação do capital financeiro, a destruição ambiental pela mercantilizaçao do mundo, a crise energética e a crescente militarização da agenda política das nações são alguns exemplos.

Belém terá a oportunidade de presenciar e formular algumas das primeiras grandes sínteses da esquerda mundial sobre as crises que marcam o início de 2009: crises econômica, política, ambiental e energética. E isso num ambiente mundial bastante diferente daquele que marcou o nascimento do Fórum. Essa novidade, por si só, já representa um grande desafio para o movimento que, ao recusar as políticas e princípios da globalização neoliberal, lançou idéias e propostas que hoje já não recebem o rótulo de anacrônicas.

O anacronismo, hoje, se mudou para as montanhas frias de Davos.As vozes da AmazôniaO novo, como se sabe mais do que nunca neste início de 2009, estará reunido em Belém, de 27 de janeiro a 1º de fevereiro. Durante seis dias, milhares de pessoas estarão reunidas na região amazônica para o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um mundo, mais solidário, democrático e justo.As vozes, cores, línguas e sons da Amazônia, os povos originários e tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e minorias excluídas, serão uma prioridade política no Fórum Social Mundial 2009.

Pensando na participação de grupos e organizações destes povos foi criado um Fundo de Solidariedade para garantir a presença em Belém. O fundo é financiado por organizações internacionais e nacionais e ajudará a garantir uma participação equilibrada de organizações e entidades de países que historicamente não faziam parte do processo Fórum.Em 2009, a mobilização indígena deverá ser a maior da história do Fórum Social Mundial. Belém será destino de cerca de 3 mil indígenas de todo o mundo. Cerca de 27% do território amazônico, formado pelos nove países da Pan Amazônia, é ocupado por terras indígenas e 10% de toda a população da América Latina, o equivalente a 44 milhões de pessoas, é composta por 522 povos tradicionais de diferentes etnias.

São crianças e adultos que sofreram perdas irreversíveis provocadas pelo capitalismo neoliberal predatório, impulsionado pela expansão das atividades de empresas multinacionais sobre as reservas indígenas. Essa realidade, assim com a campanha mundial em defesa do planeta, está no centro da agenda destes povos no FSM 2009.No Peru, por exemplo, das seis mil comunidades que habitam a Amazônia Andina, três mil estão ameaçadas pela exploração mineral realizada por empresas como a multinacional brasileira Vale. Nancy Iza, da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA), que reúne movimentos indígenas de toda Pan

Amazônia, alerta: “A mineração é atualmente o maior e mais grave problema enfrentado pelos povos da região Andina, que além de perder seus territórios já desertificados e improdutivos, onde os leitos de muitos rios foram desviados de seu curso normal, ainda convivem com as doenças provocadas pela substancia tóxica do mercúrio (utilizado na atividade mineral) que contamina o solo e as águas”.Esse é um exemplo dos debates que a cidade de Belém viverá nos próximos dias. Enquanto isso, os patrocinadores do Fórum de Davos seguirão tentando explicar o que deu errado nos últimos anos. E, sobretudo, tentarão formular teorias para entender como o “novo” tornou-se “arcaico” e como aquilo que era apresentado como “velho” e “inimigo da modernidade” hoje representa a agenda de novidades que podem salvar o planeta de uma crise de proporções ameaçadoras.

BRASIL EDUCAÇÃO - DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA - ARTIGO DA UOL SAÚDE (mais de 600 acessos)

DEPRESSÃO: O TRANSTORNO MENTAL QUE ASSOMBRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
por Roberto Giancaterino*

O termo Depressão pode significar um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais sem ser exclusivo de nenhum deles, pode significar uma síndrome traduzida por muitos e variável sintomas somáticos ou ainda, pode significar uma doença, caracterizada por marcantes alterações afetivas (Cass, 1999). Apesar de ser bem mais comum em adultos, estudos populacionais mostram que cerca de 20% das crianças e adolescentes com idade entre 9 e 17 anos têm algum transtorno mental diagnosticável. Em relação à depressão especificamente, estima-se que a doença atinja, nos Estados Unidos, 0,9% das crianças em idade pré-escolar, 1,9% em idade escolar e 4,7% dos adolescentes (Cândida 2005).

Este mal atinge inclusive as crianças e adolescentes. A rotina que as crianças têm a cumprir pode ser um desgaste não apenas físico, mas também, mental, que começa, desde cedo, a exigir demais de si mesmos; excesso de atividades também é um dos causadores do stress na classe média e, na classe menos favorecida, também, tem situações desgastantes como: trabalhar para ajudar os pais, cuidar dos irmãos menores, ir para a escola com fome, ter que tirar boas notas sem contar com ninguém para ajudar nas tarefas escolares e vários outros fatores que acarretam o strees, que pode culminar na depressão infantil. Embora na maioria das crianças a sintomatologia da Depressão seja atípica, alguns podem apresentar sintomas clássicos de Depressão, tais como tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças no hábito alimentar e no sono ou, por outro lado, problemas físicos, como dores inespecíficas, fraqueza, tonturas, mal estar geral que não respondem ao tratamento médico habitual (Ballone, 2005)
Na criança e adolescente a Depressão, em sua forma atípica, esconde verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. As crianças mais novas, devido à falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a Depressão atípica, notadamente com hiperatividade (Ballone, 2005). Apesar da grande relevância da depressão na Infância e na Adolescência às dificuldades de aprendizagem na escola, no trabalho e no ajuste pessoal, não tem sido devidamente avaliado pela família nem adequadamente diagnosticado pelos médicos.

Conforme Meleiro (2000) a depressão é um dos distúrbios psiquiátricos mais comuns na prática médica. Estima-se que cerca de 9% dos homens irão apresentar alguns de seus sintomas em algum momento ao longo de suas vidas. Entretanto estar subestimada, visto que a taxa de depressão não detectada e não tratada pode se mais elevada, especialmente em populações específicas como a de idosos (10%), a de pessoas com doenças físicas (20% a 50%) nas quais os pacientes podem atribuir, inadequadamente, os sintomas depressivos à própria doença orgânica”.

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da depressão, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Dentro da realidade brasileira, esse número cai para 10% segundo o psiquiatra gaúcho Salvador Célia, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de pediatria, afirma, porém, que se não houver intervenção médica, essas crianças são fortes candidatos a tornarem-se adultos depressivos pelo resto da vida (Leite, 2002).

Ainda na visão de Meleiro (2000) a depressão é um dos maiores problemas de saúde do mundo. De uma forma ou outra, cerca de 17% da população tem um ou mais episódios de depressão suficientemente grave durante sua vida. Para a maioria das pessoas, esses episódios são relacionados a algum acontecimento adverso, como a morte de uma pessoa próxima, a perda de um emprego, a falta temporária de perspectivas, o sofrimento com doenças crônicas, etc.

Para Jeffrey (2003) a depressão é um distúrbio cíclico, com períodos de alívio ou bem-estar alternando-se com períodos apenas de depressão ou de depressão mania. Às vezes há apenas um episodio de depressão, mas na maioria dos casos, particularmente com crianças, ocorre mais de um. A depressão pode ser considerada uma doença que vem abrangendo grande parte da população, a qual precisa aprender a conviver com este mal e procurar desenvolver mecanismos para combater os problemas gerados pela mesma. Destaca-se ainda que, a doença interfere na habilidade pessoal de trabalhar, dormir, se relacionar, comer, de gostar de atividades antes consideradas prazerosas, circunstâncias estas que não ocorrem com as pessoas que não apresentam esta doença. Existem várias pesquisas que buscam encontrar algum determinante em termos de herança genética para que uma pessoa manifeste "depressão". O que se percebe através de pesquisas realizadas é que mesmo que exista uma predisposição genética, isto por si só não determina a ocorrência de uma crise depressiva. (Gasparini, 2000).

A história do indivíduo está ligada a forma como ele se constitui e desenvolve sua maneira de ser. A pessoa que apresenta um quadro depressivo, por diferentes motivos, ao longo de sua vida aprende a não perceber seus próprios limites. Deixa de lado sua capacidade de identificar suas necessidades e sentimentos, e se perde num emaranhado de introjeções. Gasta muita energia para obter um pouco de gratificação. Na relação com o mundo o indivíduo não consegue se nutrir emocionalmente de maneira adequada, o que leva gradativamente a uma falta de sentido na relação com o meio externo (Marcelo, 2005).

É importante ressaltar ainda que pessoas gravemente deprimidas podem tirar a própria vida. Enquanto a maior parte delas guarda os seus pensamentos consigo mesma até cometerem o ato, outras, na verdade, realmente falam sobre eles com amigos e familiares. Parentes e amigos precisam levar as ameaças de suicídio a sério, e não vê-las como meros subterfúgios para chamar a atenção.
Roberto Giancaterino*

Pós-Doutorado em Educação, Doutor em Filosofia e Mestre em Ciências da Educação e Valores Humanos. Filósofo, Físico, Matemático e Pedagogo.

INTERNACIONAL: CUBA DE OLHOS BEM ABERTOS

Cuba: um caso especial no qual Obama deve estar de olhos bem abertos
(*) Jorge G. Castañeda

Diante da desastrosa violência e do desfazer da esperança de paz em Gaza, da tóxica crise financeira mundial e sua penetração na economia real em toda parte e em todos os níveis, o presidente eleito Barack Obama claramente tem outras coisas mais importantes com que se preocupar do que a América Latina.Ele deve manter o olho no México, que é importante e problemático demais para ser ignorado, mas o restante do hemisfério provavelmente receberá mais "negligência benigna" do que a atenção que merece.

Cuba, entretanto, é um caso especial. Por três motivos: primeiro, Obama tem insistido em mudar a política americana em relação a Havana, porque a abordagem do último meio século fracassou. Segundo, a saída de cena gradual ou súbita de Fidel Castro inevitavelmente criará uma nova conjuntura crítica na ilha. E terceiro, certo ou errado, a maioria dos governos da região colocou a suspensão do embargo e a normalização dos laços entre os Estados Unidos e Cuba no topo de suas agendas com o novo governo.

Mas o que ele pode fazer exatamente?Se Obama suspender o embargo unilateralmente, ele diria tacitamente a Fidel e/ou Raúl Castro e ao restante da América Latina que os direitos humanos e a democracia em Cuba não são da sua conta -uma decisão infeliz segundo todos os pontos de vista. Além disso, ele precisaria de 60 votos no Senado -o que, no momento, ele não tem, a menos que obtenha um quid pro quo cubano explícito de reformas econômicas, o que Raúl Castro não pode lhe conceder, independente de seu irmão Fidel estar vivo ou morto.

Mas se Obama limitar a mudança, por ora, a apenas permitir a livre remessa de dinheiro e visitas de parentes à ilha, isso simplesmente devolveria a situação para onde estava sob o governo de Bill Clinton -sem dúvida uma melhora, apesar de pequena, em relação ao governo Bush.E finalmente, se ele tornar a abertura política uma pré-condição para o restabelecimento de relações diplomáticas e comerciais plenas, ele estaria perseguindo a política que seus últimos 10 antecessores seguiram infrutiferamente.Entretanto, pode haver uma saída. Ela começa com um fim unilateral do embargo, no sentido de que não se espera e nem se exige que o regime cubano faça algo em troca.

Mas uma contrapartida para aplacar o Congresso, e colocar as questões certas na mesa, poderia permitir a Obama manter suas promessas: em troca da remoção do embargo por Obama, os principais países latino-americanos -Brasil, Chile e México- se comprometeriam a apoiar e buscar ativamente um processo de normalização entre Washington e Havana que inclua democracia representativa e respeito pelos direitos humanos em Cuba.

Os cubanos obtêm algo que dizem que querem (apesar de muitos observadores terem suas dúvidas): um fim incondicional para o embargo, o início do processo de negociação e talvez até mesmo acesso aos fundos das instituições financeiras internacionais, que precisam desesperadamente.Os latino-americanos têm o que desejam: uma grande concessão do novo governo, em uma questão altamente simbólica, sensível e conflituosa.

Os defensores dos direitos humanos na América Latina e em outras partes do mundo poderiam ficar satisfeitos pelo fato de suas preocupações, assim como as da comunidade cubana no exterior (incluindo Maria Victoria Arias, uma influente advogada imigrante cubana e esposa do irmão de Hillary Clinton, que se descreve como defensora do embargo), em relação a eleições livres, liberdade de imprensa e associação, e a libertação dos prisioneiros políticos, estarem sendo levadas em consideração.

Isso poderia transcorrer, se não no início, em algum momento combinado.Obama foi ótimo, já que mudou a política durante sua campanha e obteve muito em troca: o compromisso dos principais países latinos com os princípios que ele prega, apesar da relutância tradicional deles em se envolverem nos supostos assuntos domésticos de outro país.E até mesmo os poucos republicanos moderados (cujos votos o novo presidente precisaria) poderiam proclamar fidelidade à sua posição tradicional: a de que os Estados Unidos não cedem algo por nada.

De fato, o país obteve um compromisso claro e público de líderes como Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Michele Bachelet, do Chile, e Felipe Calderón, do México, a um processo de normalização que não seguiria a trajeto vietnamita de reforma econômica sem reforma política, ou mudança de regime.Brasília, Santiago e a Cidade do México seguiriam um acordo desses? Talvez não, mas não se perde nada tentando. Esses países dificilmente continuariam pedindo por um fim do embargo e pela volta de Cuba ao grupo do continente caso Washington concordasse em fazer isso, pedindo apenas que seus vizinhos e aliados latino-americanos mantivessem os princípios que eles mesmos juraram respeitar, em suas próprias Constituições, práticas e acordos internacionais.

Os cubanos concordariam com esse arranjo? Isso é mais difícil: quase certamente não enquanto Fidel estiver vivo; e talvez nem mesmo depois. Então Obama teria suspenso o embargo e renunciado ao que muitos consideram -erradamente, se olhar para história- a única influência americana, sem nada em troca. E os latino-americanos poderiam lavar as mãos em relação ao assunto, argumentando que fizeram o que puderam.Mas por outro lado, ninguém poderia fingir que a culpa pelo conflito no Estreito da Flórida é somente do norte.E se a suspensão do embargo -e consequentemente todas as proibições a viagens em ambas as direções, a informações e remessas de dinheiro, assim como da discussão da questão da compensação por propriedades confiscadas- forçar Cuba a abrir sua sociedade, diferente do Vietnã e da China, isso já valeria a pena.(Jorge G. Castañeda é o ex-ministro das Relações Exteriores do México, professor eminente global da Universidade de Nova York e membro da Fundação Nova América.

(*) Autor ou co-autor de oito livros, incluindo sua aclamada biografia sobre o líder guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, "Che Guevara -A Vida em Vermelho" (Companhia das Letras, 1997), "Perpetuating Power: How Mexican Presidents Were Chosen" (2000), "Somos Muchos: Ideas para el Mañana" (2004) e o mais recente, "Ex Mex: From Migrants to Immigrants" (The New Press, 2008). Seus ensaios e comentários aparecem na revista "Foreign Affairs", no "The New York Times" e "The Atlantic Monthly".). Tradução de: George El Khouri Andolfato.

INTERNACIONAL: AS PRIMEIRAS MEDIDAS ANTI BUSH DO OBAMA

Os decretos assinados pelo presidente Obama ontem

1. Prisão de Guantánamo- Ordena o fechamento do centro de detenção em no máximo um ano- Estabelece um processo de revisão das condições legais dos detentos para viabilizar a medida- Construída em 2002, a prisão abriga hoje cerca de 245 detentos da "guerra ao terror", sendo que 60 deles já poderiam ter sido libertados; o decreto não determina, porém, o que será feito deles e se, onde e como serão processados

2. Política de detenção- Cria uma força-tarefa especial copresidida pelo secretário de Justiça e pelo secretário da Defesa para estabelecer opções de políticas para detenção, julgamento, transferência e soltura de detentos [no exterior] no futuro- Fará a revisão do status de "combatente inimigo ilegal" criado pelo governo Bush para enquadrar os detentos da "guerra ao terror", mantidos à margem da Convenção de Genebra; o decreto não esclarece, porém, se será criado novo status e com que garantias

3. Práticas de interrogatório- Revoga ordem executiva que flexibilizava interpretação da Convenção de Genebra- Enquadra práticas de interrogatório no Manual Militar de Campo, o qual proíbe ameaças, coerção, abuso físico e simulação de afogamento- Invalida medidas adotadas sobre o tema pelo governo entre 11 de setembro de 2001 e 20 de janeiro de 2009- Ordena que a CIA feche todos os centros de detenção sob sua responsabilidade no exterior e proíbe a agência de inteligência de mantê-los no futuro- Cria força-tarefa para revisar as práticas previstas pelo Manual Militar de Campo- Pretende reverter os abusos praticados no governo Bush em interrogatórios; revisão do Manual Militar de Campo pode, no entanto, alargar as práticas hoje previstas no texto; segundo funcionários do governo, há também brechas para que a CIA, que manterá prerrogativa de fazer detenções no exterior, volte a manter prisioneiros em casos excepcionais, por ordem presidencial

4. Ali al Marri*- Ordena a revisão do status do único preso da "guerra ao terror" mantido em solo americano, numa base naval na Carolina do Sul- Atualmente Marri, do Qatar, é considerado "combatente inimigo ilegal"

*Item não contemplado em ordem executiva, mas num memorando presidencial
da Folha de São Paulo