segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Eleições 2010 - Pará - Candidatos reforçam campanhas no interior

Apesar das comemorações de ontem pelo Dia dos Pais, que significaram uma breve pausa na campanha política, o final de semana foi marcado por grande movimentação nas agendas dos cinco candidatos ao governo do Estado.

De olho nas eleições de outubro, mais uma vez a campanha correu ao interior do Pará em busca de votos e fortalecimento de bases de apoio.

COMÍCIO

O primeiro comício da “Frente Popular Acelera Pará” (PT), no último sábado, aconteceu na esquina da avenida José Bonifácio, com a Barão de Igarapé-Miri, no Guamá, um dos bairros mais populosos de Belém, com cerca de 100 mil eleitores. O evento estava marcado para iniciar às 19h, mas a governadora Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição, chegou com mais de uma hora de atraso. Antes, candidatos dos 14 partidos da coligação se revezaram no microfone para pedir votos aos presentes.

Ana Júlia chegou ao comício pelo meio do povo e subiu ao trio elétrico já abarrotado de candidatos da coligação, além do candidato ao Senado, Paulo Rocha (PT).

 O primeiro comício da Acelera Pará foi marcado pelas ausências de aliados importantes, como o vice-governador, Anivaldo Vale (PR) - que teve que ir a Belo Horizonte assistir à sua mãe, que estaria doente - e o prefeito Duciomar Costa (PTB), que teria viajado às pressas à Brasília. A estreia em comícios de rua de Ana Júlia se deu justamente num reduto eleitoral do prefeito. Apesar do atraso da governadora, simpatizantes lotavam a avenida com bandeiras de candidatos de todas as cores e formatos. Antes da governadora, o candidato a senador Paulo Rocha ressaltou a reunião dos 14 partidos da coligação: “A nossa tática é da comparação, da disputa de projetos políticos”, disse. Ana Júlia falou perto das 22h10, quase uma hora depois de ter chegado. Ao lado dos filhos e dos candidatos da coligação, fez um balanço de seu governo e relacionou sua gestão à do presidente Lula.

NO INTERIOR

No mesmo sábado, o candidato a governo do Estado pelo PMDB, Domingos Juvenil, deu continuidade no sábado à campanha pelos municípios da região Sul do Pará. Pela parte da manhã, acompanhado do seu candidato a vice, Hildegardo Nunes, e do candidato ao Senado, Jader Barbalho, Juvenil esteve com a comunidade em Canaã dos Carajás. À tardinha fechou a programação do final de semana em Parauapebas, comício, com a presença de grande público.

COCAR

Já o candidato da coligação “Juntos com o Povo” (PSDB), Simão Jatene, aproveitou também o sábado antes da pausa do Dia dos Pais para visitar a cidade de Tucuruí. Jatene foi recebido por militantes e simpatizantes no aeroporto do município, por volta de 10h30, acompanhado pelo candidato a vice Helenilson Pontes e pelo candidato ao Senado Flexa Ribeiro, além dos candidatos a deputado federal Nilson Pinto Ex-Reitor da Universidade Federal do Pará) e Arnaldo Jordy, da candidata à deputada estadual Tetê Santos e do senador Mário Couto.

O cacique Purakê Assurini, líder da aldeia Trokará - que soma mais de 520 índios -, presenteou Jatene com um cocar. Em companhia do prefeito de Tucuruí, Sancler Ferreira, Jatene e os demais candidatos saíram em uma carreata percorrendo as ruas do município. A carreata seguiu até o centro da cidade, onde encontrou um grupo de cavaleiros. Junto com Jatene, o grupo saiu em cavalgada até a exposição agropecuária de Tucuruí. No Parque de Exposições, Jatene reuniu com pecuaristas e produtores rurais do município, para discutir propostas para o setor. Em seguida, o candidato também conversou com líderes políticos de Breu Branco.

(Diário do Pará)

domingo, 8 de agosto de 2010

Economia - As mais queridas do Governo: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht e a Vale

Doze grupos ficam com 57% de repasses do BNDES

Maior financiador a longo prazo do país favorece Petrobras, Eletrobras e dez grupos privados, que concentram crédito de R$ 95 bilhões desde 2008

Juro do BNDES é inferior ao do mercado; banco argumenta que grandes empresas concentram maiores investimentos


As chaves do cofre bilionário do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão nas mãos de dois gigantes estatais e um punhado de grupos privados que nos últimos anos se associaram a projetos de interesse do governo. Levantamento feito pela Folha com base nas operações divulgadas pelo banco revela que a Petrobras, a Eletrobras e dez grupos privados ficaram com 57% dos R$ 168 bilhões destinados a transações contratadas de 2008 até junho deste ano.


Entre os mais favorecidos pela instituição estão as três maiores construtoras do país, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, que controlam investimentos em diversos outros setores da economia, a mineradora Vale, o grupo Votorantim e o frigorífico JBS.

Além dos repasses que receberam diretamente do banco, alguns grupos foram beneficiados também como sócios de empreendimentos na área de infraestrutura e de companhias de outros grupos que conseguiram empréstimos da instituição. Na avaliação do BNDES, a elevada concentração de sua carteira reflete o que se vê fora do banco: a taxa de investimentos do país é relativamente baixa e grandes empresas como a Petrobras são responsáveis pelos principais projetos em andamento.

Mas os críticos que se incomodam com o favorecimento de grandes grupos acusam o BNDES de usar seu poderio para fortalecer empresas com amigos em Brasília em detrimento de concorrentes e dos consumidores. Principal fonte de financiamento de longo prazo disponível no país, o BNDES virou objeto de controvérsia por causa da expansão acelerada que sua carteira sofreu com a crise financeira internacional, quando o governo decidiu reforçar os cofres dos bancos públicos para combater a recessão. O BNDES recebeu R$ 180 bilhões.

Como o Tesouro pagou juros elevados para levantar esses recursos e o banco cobra de seus clientes taxas inferiores às praticadas no mercado, a operação tem custo alto para a sociedade, hoje difícil de calcular. LIMITE Ao turbinar o BNDES, o governo também permitiu que ele ampliasse sua exposição a grandes grupos. De acordo com as normas do sistema financeiro, o banco pode emprestar até R$ 13 bilhões para empresas de um mesmo conglomerado. Há um ano, o limite era de R$ 10 bilhões.

Em 2008, o governo autorizou o banco a ignorar esse limite no caso da Petrobras, que desde então recebeu R$ 29 bilhões do BNDES. A operadora de telefonia Oi, controlada pela Andrade Gutierrez e pelo grupo La Fonte, conseguiu R$ 7,6 bilhões. Empresas como a Petrobras e a Vale têm ações negociadas em Bolsa e acesso a outras fontes de financiamento. Os críticos do BNDES dizem que elas teriam condições de obter capital em condições razoáveis mesmo se o banco fechasse as portas.


"O BNDES trava o desenvolvimento do mercado de capitais no país", diz a economista Ana Novaes, da consultoria Galanto e conselheira de duas empresas com acesso ao cofre da instituição. "Ninguém pode competir com as taxas oferecidas pelo banco e por isso ele fica com os melhores clientes."

Leia a matéria completa do jornalista RICARDO BALTHAZAR, na Folha Aqui

Eleições 2010 - Briga com Jader ameaça reeleição de Ana Júlia no Pará


Matéria reproduzida pela jornalista Ana Paula Grabois do Jornal Valor Econômico, a partir de fontes diversas, - dentre elas "O Jornal Pessoal" do Editor e Jornalista Lúcio Flavio Pinto.


No Pará, tudo começa e termina no deputado Jader Barbalho (PMDB), ex-governador do Estado por dois mandatos e ex-senador.

A frase, repetida pela população paraense, parece não ter sido ouvida pela governadora Ana Júlia Carepa, que tenta a reeleição pelo PT no Estado. Ana Júlia começou a afastar-se de Jader há um ano e a briga acirrou-se há cerca de seis meses.

O PMDB, antes um aliado, não tem mais secretarias e está fora do governo Ana Júlia, cuja desaprovação bateu os 53% em pesquisa do Ibope realizada no fim de maio. Para reeleger-se, a governadora estimou um dos maiores gastos de campanha destas eleições, de R$ 47 milhões, montante superior ao estimado pelo candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, de R$ 46 milhões. Em 2006, Ana Júlia tinha estimado gasto de R$ 10 milhões. "Ocorreu um erro em nossa estimativa", diz Maurílio Monteiro, secretário de Desenvolvimento do Pará e um dos comandantes da campanha do PT no Estado. Candidato ao Senado, Jader deve definir o resultado da eleição ao governo estadual.

Um dos mentores da candidatura da petista em 2006, Jader lançou de última hora Domingos Juvenil como concorrente pelo PMDB e faz mistério sobre quem vai apoiar no segundo turno. Ana Júlia deve ir ao segundo turno com Simão Jatene, ex-governador do PSDB e ex-secretário do governo Jader. Tanto o tucano quanto a petista esperam um acordo em um eventual segundo turno. "Ele falou a algumas pessoas que sim, mas precisamos dialogar, não sabemos", afirma a governadora. "Pelo grau de tensão que se criou entre PT e PMDB, acredito que ele vai nos apoiar", diz o candidato do PSDB.

Leia a matéria completa no Valor Econômico do fim de semana Aqui

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A grande estrela brilha com luz própria



No evento mais concorrido desta quinta-feira na Festa Literária de Paraty, a escritora Isabel Allende levou o público às gargalhadas falando de sua vida pessoal.

A entrevista, mediada pelo jornalista Humberto Werneck, lembrou mais uma conversa do talk show da norte-americana Oprah Winfrey do que um debate literário. Isabel Allende está lançando "A Ilha Sob o Mar", seu primeiro livro em três anos, mas o assunto passou praticamente em branco no encontro.

Desde "Casa dos Espíritos", em 1982, ela já vendeu mais de 58 milhões de livros em 30 idiomas. Uma medida de sua popularidade pôde ser vista ao final da palestra: uma fila de 100 metros foi formada por pessoas ávidas por um autógrafo da autora.

Com certeza uma das maiores filas formadas na Flip. Abaixo, alguns dos melhores e mais divertidos momentos da participação de Isabel Allende no evento: “Como jornalista, já me arrependi de coisas que escrevi. Como romancista também. Um personagem, num livro, teve a perna amputada e no seguinte ele reapareceu com as duas pernas. Um crítico na Espanha disse que era o realismo mágico” “Desgraçadamente, vivo em inglês com um marido que acha que fala espanhol.

É uma tragédia. Falamos spanglish. Quando brigamos, ele fala em castelhano, para que eu entenda, e eu falo em inglês, para que ele entenda.” “Sou uma mulher mandona. Mais que a mãe judia, que a mãe italiana. Uma mãe chilena.”

“Meu atual marido, quando o encontrei, acho que era o último heterossexual solteiro na Califórnia. Estava recém-separada, há três semanas sem sexo.

Estamos casados há 23 anos.” “Eu precisava de um visto americano. Precisava casar. Ele disse que já tinha casado duas vezes e que precisava pensar. Eu disse. ‘Entendo. Tem até amanha ao meio-dia.’ Foi muito romântico.”

“Por que meus livros são populares? Venho do jornalismo. Não quero perder o leitor, preciso da atenção do leitor. Esta é a sua primeira obrigação”. “Fui uma péssima jornalista. Não era objetiva. Se não tinha o que contar, inventava” Mantenho uma correspondência com a mãe há muitos anos. Tenho um acordo com a minha mãe que nunca será publicado.

Ela me escreve todos os dias. Ela não me escreveria o que escreve se soubesse que alguém iria ler. Falamos mal de muitas pessoas." “Depois de ‘Casa dos Espíritos’, a família ficou 20 anos sem falar comigo.

Só voltaram quando saiu o filme, com Jeremy Irons e Meryl Streep”.

“Um homem com quem sonho? Antonio Banderas. Não está mais jovem, mas também não estou...

Uma mulher para fazer o meu papel no cinema? Penelope Cruz” “Nunca entendi o feminismo como uma guerra contra os homens.” “O que acho do amadurecimento? Hoje me falaram do Pitanguy. O amadurecimento tem coisas boas, poucas, e ruins, muitas.

Não gosto da dependência; o bom do amadurecimento é o desapego, dos bens materiais, se tornar mais humilde.” “Como me vejo velha? Espero ter cabelos. E dentes. Me imagino uma velha um pouco louca, mas escrevendo, cada vez mais desprendida do mundo”.

“Um dentista me disse que quando se aposentar vai escrever. E eu disse: quando me aposentar vou arrancar dentes. Hahaha... Escrever não é arrancar dentes. Escrever é uma paixão.”

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

E depois criticam o Iran

Sefer tem candidatura mantida

Sefer passou no TRE por 4 a 2.

No caso de Sefer o TRE analisou que a representação contra ele não tinha aptidão porque foi formulada pelo Psol e o partido não é legitimado para oferecer representação pois não tem nenhum representante na Alepa.

A pergunta que não quer calar. Por que dois membros votaram pelo impedimento da candidatura?.

Se fosse 6x0, até que poderia ter uma interpretação juridica, mas aqui 2 membros argumentaram contra o pedófilo.....

Não existe país no mundo civilizado, -deve haver alguma excepção, comunidades indígenas onde é prática social comer seres humanos-, que libere e permita a candidatura a deputado de um pedófilo. Pará é o exemplo dessa atrocidade.

Social - OIT alerta: continua 'déficit de trabalho decente' no Brasil

AE Agencia Estado

GENEBRA, SUÍÇA - O Brasil atravessou a crise sem passar por um impacto social profundo.

Mas, agora, terá de concentrar esforços para melhorar as condições de trabalho dos brasileiros. O alerta foi feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), durante reunião de ministros do Trabalho do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), realizada na semana passada em Washington. Segundo a entidade, 25% da população brasileira ainda ganha menos de US$ 75 por mês.


Para a entidade, o "déficit de trabalhos decentes ainda persiste". Segundo a OIT, o desafio do governo no pós-crise mundial será o de criar condições para uma melhora da renda. A OIT admite que a crise do desemprego foi atenuada pelo aquecimento do mercado interno e pelos incentivos fiscais do governo. Mas alerta para o fato de que a geração de emprego é insuficiente para lidar com a situação social do País, apontando os trabalhos degradantes que persistem.


O documento mostra ainda que o Brasil é o País que tem a menor cobertura de seguro-desemprego entre as economias do G-20, atendendo 7% da população. Na Argentina, é 8%, na África do Sul, 11%, no Japão, 35% e na Espanha, mais de 60%. A OIT recomenda que os governos mundiais mantenham os pacotes de resgate à economia, para evitar uma explosão na taxa de desemprego.

Em 2009, esses pacotes salvaram 8 milhões de empregos e devem evitar mais de 6,7 milhões demissões em 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Política, Pará - Almir Gabriel deixa ninho tucano, ataca Serra e votará no candidato do Jader

O ex-governador Almir Gabriel formalizou ontem sua desfiliação do PSDB, partido que ajudou a fundar e no qual estava há 22 anos.

Agora poderá fazer campanha por Juvenil, candidato do PMDB.


Agora, sem legenda, está livre para aparecer em programas eleitorais no rádio e TV e em todos os materiais de campanha do candidato do PMDB ao governo, deputado estadual Domingos Juvenil, a quem Gabriel declarou apoio e com quem tem viajado para fazer campanha em vários municípios. “Já me sentia liberado (para fazer a campanha), mas sem essa desfiliação prejudicaria o Juvenil”.

A legislação eleitoral não permite a presença em propaganda eleitoral de filiados de outros partidos, a não ser que haja coligação formal. A carta de desfiliação foi protocolada no final da tarde na sede do PSDB. Hoje, Almir entrega o documento na primeira Zona Eleitoral da capital cortando assim o último vínculo com o partido por onde se elegeu duas vezes governador do Pará. No documento, Gabriel diz que deixou o PSDB por discordar dos arranjos pelos quais foram “escolhidos e impostos” os candidatos tucanos à presidência da República, à vice-presidência e ao Governo do Pará.

Disse também repudiar a atitude discriminatória do PSDB paraense em relação “à idade, saúde física e mental, cor da pele, sexo”. O ex-governador acredita que a idade, 78 anos foi um dos motivos que levaram o PSDB a optar por outro candidato ao governo que não ele. Almir criticou também o que chamou de intromissão “indevida sub-repitícia e insolente do presidente da multinacional de minérios nos destinos políticos do Pará”. A multinacional a que se refere é a Vale, presidida por Roger Agnelli. Nas últimas linhas do documento, o ex-governador admite lastimar deixar o partido que ajudou a fundar ao lado de nomes como Mário Covas, Artur da Távola e Fernando Henrique Cardoso.

A decisão de Almir de deixar o PSDB foi anunciada no dia 13 de dezembro do ano passado, mesma data em que a legenda sacramentou Simão Jatene como nome da legenda na disputa ao governo do Estado. A decisão contrariou Almir que havia lutado até o último momento contra a candidatura. Nos últimos meses, a quem perguntava quando seria formalizada a desfiliação, o ex-governador respondia que tomaria a medida no momento oportuno. Ontem, contou ao DIÁRIO que a intenção era protocolar o documento durante uma visita do candidato tucano à presidência da República, José Serra.

Mas disse que cansou de esperar. “Como o Serra, mais uma vez, não cumpriu com a palavra resolvi me desfiliar”, disse, referindo-se a uma visita do candidato à presidência programada para Belém no início desta semana, mas que acabou desmarcada. Almir Gabriel disse que já recebeu convites de três partidos para se filiar. Não quis informar quais e garantiu que por enquanto ficará sem legenda. “Estou livre, leve e solto”, resumiu, em tom bem humorado. Nos últimos meses o ex-governador se tornou um entusiasta da chamada terceira via, uma candidatura alternativa às de Simão Jatene e de Ana Júlia que concorre à reeleição.

O caminho escolhido por ele foi apoiar Domingos Juvenil. Para isso sepultou anos de disputa com o presidente do PMDB do Pará, o deputado federal Jader Barbalho. “Nós dois queremos o bem do Pará e isso passa pela eleição do Juvenil”. O ex-governador Almir Gabriel formalizou ontem sua desfiliação do PSDB, partido que ajudou a fundar e no qual estava há 22 anos. Agora, sem legenda, está livre para aparecer em programas eleitorais no rádio e TV e em todos os materiais de campanha do candidato do PMDB ao governo, deputado estadual Domingos Juvenil, a quem Gabriel declarou apoio e com quem tem viajado para fazer campanha em vários municípios. “Já me sentia liberado (para fazer a campanha), mas sem essa desfiliação prejudicaria o Juvenil”.

A legislação eleitoral não permite a presença em propaganda eleitoral de filiados de outros partidos, a não ser que haja coligação formal. A carta de desfiliação foi protocolada no final da tarde na sede do PSDB. Hoje, Almir entrega o documento na primeira Zona Eleitoral da capital cortando assim o último vínculo com o partido por onde se elegeu duas vezes governador do Pará. No documento, Gabriel diz que deixou o PSDB por discordar dos arranjos pelos quais foram “escolhidos e impostos” os candidatos tucanos à presidência da República, à vice-presidência e ao Governo do Pará. Disse também repudiar a atitude discriminatória do PSDB paraense em relação “à idade, saúde física e mental, cor da pele, sexo”.

O ex-governador acredita que a idade, 78 anos foi um dos motivos que levaram o PSDB a optar por outro candidato ao governo que não ele. Almir criticou também o que chamou de intromissão “indevida sub-repitícia e insolente do presidente da multinacional de minérios nos destinos políticos do Pará”. A multinacional a que se refere é a Vale, presidida por Roger Agnelli. Nas últimas linhas do documento, o ex-governador admite lastimar deixar o partido que ajudou a fundar ao lado de nomes como Mário Covas, Artur da Távola e Fernando Henrique Cardoso. A decisão de Almir de deixar o PSDB foi anunciada no dia 13 de dezembro do ano passado, mesma data em que a legenda sacramentou Simão Jatene como nome da legenda na disputa ao governo do Estado.

A decisão contrariou Almir que havia lutado até o último momento contra a candidatura. Nos últimos meses, a quem perguntava quando seria formalizada a desfiliação, o ex-governador respondia que tomaria a medida no momento oportuno. Ontem, contou ao DIÁRIO que a intenção era protocolar o documento durante uma visita do candidato tucano à presidência da República, José Serra. Mas disse que cansou de esperar. “Como o Serra, mais uma vez, não cumpriu com a palavra resolvi me desfiliar”, disse, referindo-se a uma visita do candidato à presidência programada para Belém no início desta semana, mas que acabou desmarcada. Almir Gabriel disse que já recebeu convites de três partidos para se filiar. Não quis informar quais e garantiu que por enquanto ficará sem legenda. “Estou livre, leve e solto”, resumiu, em tom bem humorado. Nos últimos meses o ex-governador se tornou um entusiasta da chamada terceira via, uma candidatura alternativa às de Simão Jatene e de Ana Júlia que concorre à reeleição.

O caminho escolhido por ele foi apoiar Domingos Juvenil. Para isso sepultou anos de disputa com o presidente do PMDB do Pará, o deputado federal Jader Barbalho. “Nós dois queremos o bem do Pará e isso passa pela eleição do Juvenil”.

DESAVENÇAS COM OS TUCANOS

As desavenças de Almir Gabriel com o ninho tucano começaram na última eleição para o governo do Estado quando perdeu a disputa para a atual governadora Ana Júlia Carepa, do PT. Almir credita a derrota ao pouco empenho do então governador Simão Jatene, a quem acusou publicamente de fazer “corpo mole” durante a campanha. De relações cortados com o ex-pupilo, tentou convencer o senador Mário Couto a ser o candidato ao governo, mas este acabou se aliando a Jatene, e Gabriel optou por deixar a legenda.

(Diário do Pará)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eleições - Ironia em pauta



Numa rede de TV o candidato tucano José Serra foi consultado sobre as competências do seu vice, no caso de ter que assumir a presidência da república. Serra respondeu que "minha saúde está ótima". Sem comentários.