terça-feira, 23 de novembro de 2010

Depois da Guerra todos querem ser generais...., ou também soldados rasos.


Comentário do Blog: Fiquei assistindo de camarote o bate e rebate dos marqueteiros das campanhas para as eleições de 2010, no Estado do Pará, Edson Barbosa, da campanha do PT; Orly Bezerra, do Simão Jatene (Governador Eleito) e o Chico Cavalcante, ex-marqueteiro do PT e Ana Julia em 2006.

Agora é a vez do chamado "Segundo  Escalão" dos marqueteiros que entraram na discussão, para "redefinir" suas responsabilidades na campanha.

Um dos primeiro, não será o único em pegar o ventilador é o Glauco Lima, Diretor de Criação da campanha da Ana Julia, (por enquanto não seja desmentido pelo próprio Edson Barbosa). O Glauco aproveitou para levar nesse desabafo outros membros da equipe da empresa Link que já estavam conformados com sua discreta participação. Agora eles também vão colocar a Boca no Trombone. Vamos esperar.

Não devemos esquecer que Glauco já foi mencionado como o responsável de repasse de  recursos da campanha para a Link. Por isso teria renunciado à DC3, para assumir um compromisso direto na campanha da Ana Julia ou para tentar outros desafios na vida, como ele mesmo já disse. Outros falaram até de um "Glaucoduto". Conheço ao Glauco e não acredito nessa história sobre sua participação na transferência de recursos do Governo Ana Julia para a Link. Mas quando se trata de dinheiro, todo cuidado é pouco.

Concluindo: vamos aguardar o que falam os outros membros do Segundo escalão da Link, Porque o Glauco já disse que ele teve uma participação insignificante. como ele mesmo disse, e aí sem que eu não acredito:

"fui um produtor mais qualificado, um interlocutor com alguns setores locais, um papel com limitadíssimo espaço de influência, que foi gradativamente sendo encurtado, ao ponto de nas semanas finais eu já quase nem ir na produtora".

Eu não acredito porque sei que o Glauco é extremamente bem relacionado com todos os setores locais. Foi um dos responsáveis da campanha do Jader em 2006, já teve uma conta importante no Banco da Amazônia e no próprio governo da Ana Julia. Até renunciou à DC3, para se dedicar por inteiro à campanha do PT. 

Duvido também que o Marcelino Monteiro vai disser alguma coisa ao respeito. Ele ainda não acorda da ressaca da enorme derrota e não deve estar querendo saber de ninguém da Link, da DC3 e de ninguém. 

Ainda nem encontra resposta para a derrota, imaginem que vai entrar em uma discussão de bastidores de uma empresa que foi contratada pelo seu partido, que foi muito bem paga e que não consiguiu tirar sua ex-cunhada da rejeição em que se encontrava , desde fazia mais de 2 anos. Se o Marcílio abre a boca, aparecem muitos querendo sua cabeça. Ele e o PT ainda nem conseguem explicar, aos militantes do PT,  as razões desse duro golpe recebido. 


As coisas não estão encaixando direitinho, meus caros amigos. 



VEJA AQUI A CARTA DO GLAUCO LIMA AO EDSON BARBOSA. 

Deu no Blog da reporter. 

À Link o que é da Link: Glauco Lima responde a Edson Barbosa


Interrompo, de novo, meu recesso para postar uma carta que recebi, via e-mail, do publicitário Glauco Lima sobre sua participação na campanha de Ana Júlia Carepa

Publico na íntegra

"Eu tinha decidido não falar nada sobre a campanha de comunicação de Ana Júlia em 2010. Tinha deixado isso para bem depois, para quem sabe quando, distanciado do calor eleitoral e da fogueira de emoções, talvez eu fizesse um relato do que eu vi, ouvi e vivi, nesta que foi uma das experiências mais angustiantes dos meus 25 anos de atuação em propaganda e marketing.


Mas a referência feita pelo senhor. Edson Barbosa em entrevista ao jornal Diário do Pará, no dia 15 de novembro de 2010, me obriga a fazer um esclarecimento. Na entrevista, o presidente da Link Propaganda sugere ou deixa entender que eu atuei como Diretor de Criação na campanha, o que é uma inverdade absurda e, no mínino, um desrespeito ao verdadeiro diretor e coordenador de criação, o senhor. Theo Crus Neto, que tinha todos os amplos e totais poderes de dirigir a criação e atuar como estrategista, redator, criador de jingles, interagir com a governadora e seus principais assessores.


Se a campanha da Link foi tão boa, ele deveria destacar o nome de Theo Neto e o próprio nome dele, Edson Barbosa, já que Theo não cansava de repetir quase como um mantra, “ nessa campanha o marqueteiro, quem dá a palavra final, quem decide o que sai e o que não sai, é o Edson Barbosa”.

Quero deixar bem claro que não estou me isentado, me excluindo ou me eximindo de envolvimento nesta campanha. Assumo e confirmo que atuei, que procurei colaborar em tudo o que esteve ao meu alcance. Mas é inaceitável que só agora, depois da derrota eleitoral, os nomes dos profissionais locais sejam lembrados assim, para dar um verniz de integração com os nativos, quando o que se viu na campanha foi um comando centrado na Link, com seus executivos ocupando todas as posições decisórias e definindo os rumos tanto na pré-campanha, de março a junho de 2010, como na campanha em si, de julho a outubro.

A declaração de Edson Barbosa me obriga a fazer um relato da minha atuação neste trabalho que tentou reeleger Ana Júlia para o Governo do Pará. Para mim, a campanha começou em outubro de 2009, quando fui chamado pelo consultor Paulo Heinneck e pelo secretário de comunicação Paulo Roberto Ferreira, para influenciar mais diretamente na comunicação institucional, já que, embora minha então agência, a DC3 Comunicação, tivesse contrato com o governo, eu nunca tinha participado da definição da propaganda conceitual e informativa do governo.

Atendendo ao pedido de extrema urgência, coloquei no ar uma campanha, que foi de novembro de 2009 a março de 2010. Esta sim eu assumo e assino como Diretor de Criação. Neste período, embora as pesquisas quantitativas feitas por instituto local, já acusassem um pequena melhora na avaliação do Governo, sugeri que era preciso algum reforço, eram necessários estudos qualitativos para avaliar se o rumo estava certo, para fazer ajustes e refinar cada vez mais a campanha.

Mas, para minha surpresa, em março de 2010, fui comunicado da contratação da Link Propaganda, para ser uma espécie de consultora para orientar e definir toda a comunicação do Governo. Eu poderia ter rompido, me desligado do cliente, me afastado diante desta intervenção. Mas acreditei que com o aparato que a Link tinha, com as possibilidades de trazer profissionais experientes, promover pesquisas no Estado todo, investigar mais, com toda a expertise que alardeava, o reforço poderia ser positivo e ajudar no complexo esforço de levar o governo a um bom desempenho eleitoral.

Entendi que pular do barco naquela hora, de um governo já cheio de fragilidades, seria até desleal e continuei, mesmo num papel secundário e muitas vezes terciário, contribuindo para que a comunicação fosse cada vez mais eficiente.

A Link tinha o respaldo das pesquisas, de seus profissionais seniors, teve verba para fazer estudos que eles diziam serem inquestionáveis, que orientaram a escolha da linha “É a vez do Pará, pra você”. A campanha “A grande obra é melhorar a vida das pessoas” foi erradicada, a Link fez questão de não deixar nenhum vestígio do trabalho, mudou tudo e se deu ao requinte de pedir para que fossem tiradas até placas, como as colocadas perto de obras como o Ação Metrópole, que diziam “A obra é grande, mas a maior é melhorar a vida das pessoas”. Tudo foi apagado e só prevaleceu o conceito e as idéias da Link.


Já na campanha eleitoral, em julho, a Link tinha ocupado todos os espaços possíveis e imagináveis e estabeleceu o tema, que depois veio se confirmar desastroso até por eles mesmos, o “Acelera Pará”. Quando eu vi esta campanha, em encontro feito em num hotel em Belém, a linha estava determinada, o caminho era aquele e foi vendido como o grande mote para alavancar a candidatura de Ana Júlia.

Quero reafirmar aqui que propaganda tem que ter unidade, que acredito que é preciso ter uma cabeça que estabelece a linha, a defenda e se responsabilize por ela. Uma vez que o comando político definiu que o comandante era Edson Barbosa e sua Link, ou você concorda e tenta ajudar no que está definido ou vai cantar noutra freguesia.

Eu resolvi ficar, colaborar humildemente, fazer minhas críticas dentro, discordar, sem deixar vazar as discordâncias, alertar, muitas vezes banquei o chato, o advogado do diabo. Mas tudo o que eu dizia não era acatado, nada era aproveitado e parecia que eu não conseguia captar tanta inteligência, sabedoria, criatividade e acertos geniais.

Mas a Link era a agência da campanha, o Edson Barbosa foi o engenheiro responsável pela obra. Quero ressaltar aqui que a campanha, boa ou má, fraca ou forte, tem que ser assumida pelos seus autores. O Fernando Pena de Carvalho, Presidente da Digital foi citado e nunca foi chamado sequer para opinar sobre a cor de um cenário. Fazia apenas o que a Link determinava. A Ruth Vieira, paraense, contratada da Link, tinha funções operativas, nunca vi a Ruth numa reunião de comando dando opiniões. Essa coisa de citar as pessoas daqui, só agora, é muito injusto e até revoltante, diante do que passamos nestes meses.

O próprio Maurílio Monteiro pode confirmar tudo isso. Só quem mandava era o Theo, o João Lucas, a Ângela, os altos executivos da Link. Não estou aqui questionando a capacidade destas pessoas, só quero o Edson Barbosa assuma claramente os papéis de cada um e reconheça que tinha em mim e em outros profissionais locais, uma equipe de suporte, chamada para ajudar em assuntos locais, em tarefas obreiras, tanto que a Link me deu um insólito crachá de “Assistente de Coordenação” e agora no jornal vem me chamar de Diretor de Criação.

Outro ponto que quero deixar bem claro é que não sou contra a presença de empresas de outros Estados. Assim como quero que a empresas de comunicação do Pará busquem mercados pelo Brasil e pelo Mundo. Eu mesmo cheguei a sugerir a contratação, em janeiro de 2010, de uma consultoria para nos ajudar no trabalho.

Apesar de tudo isso, fiquei sim na campanha, atendi a pedidos de altos dirigentes do partido, até mesmo da própria governadora Ana Júlia, pessoa a quem respeito muito. Essa campanha, boa ou ruim, faz parte do meu currículo, nunca vou negar, mas não aceito que ocultem ou distorçam a verdade. Se eu tivesse que definir meu papel nesta campanha, diria que fui um produtor mais qualificado, um interlocutor com alguns setores locais, um papel com limitadíssimo espaço de influência, que foi gradativamente sendo encurtado, ao ponto de nas semanas finais eu já quase nem ir na produtora.

Mas fiz meu trabalho, evitei atrapalhar, gerar ainda mais crises, talvez tenha falhado em não brigar mais por meus pontos de vista, mas tenho a consciência tranquila que honrei a unidade, o grupo, o cliente que me contratou, mesmo correndo o risco dos desgastes graves que sofri.

Para concluir quero lembrar que sempre falei que a comunicação não pode ser apontada nem como a santa salvadora, nem como a vilã destruidora. Comunicação faz parte de um grande mix e conforme a maneira como é feita, pode ajudar ou atrapalhar. No caso desta campanha, o próprio Edson Barbosa me falou entre o primeiro e o segundo turno, que aqui na campanha de Ana Júlia isso não era bem verdade, porque a comunicação feita pela Link tinha sido mais que comunicação, tinha sido decisiva na gestão, na condução política, nas sugestões para a administração e que por isso teria uma responsabilidade muito maior do que geralmente se atribui ao marketing.

Portanto está aí, independente de julgamentos do que foi feito, a Link e Edson Barbosa que assumam suas responsabilidades técnicas e não fiquem querendo repartir a derrota com ninguém, porque eu tenho certeza que não repartiriam a vitória com ninguém que não fosse do seu seleto time".

Glauco Lima

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MDS - Pobreza “custa” R$ 12,78

O Pará, que contribuiu com cerca de 1,8 milhão de votos para eleger Dilma Rousseff a primeira mulher presidente do Brasil, tem 45% da sua população vivendo com uma renda familiar per capita inferior a R$ 140. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), com base nos números dos beneficiários do Bolsa Família, 630.303 famílias paraenses possuem renda de até R$ 70,00, o que os caracteriza extremamente pobres, indigentes, e 44.378 famílias possuem renda entre R$ 70,01 e R$ 140,00 (pobres). É a esse pedaço do País que mais interessa a promessa ambiciosa da sucessora de Lula de erradicar a miséria nos próximos quatro anos. E o desafio já tem conta calculada. O preço de um investimento real no combate à pobreza no País é de R$ 21,3 bilhões anuais, de acordo com cálculos do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS/FGV).

De acordo com o levantamento, para financiar essa meta o custo médio a ser rateado entre todos os paraenses é de R$ 12,78 ao mês. A cifra é R$ 3,45 superior ao cálculo médio da população brasileira (R$ 9,33). Já em comparação com Santa Catarina, Estado com o menor quadro de indigentes e pobres do País, essa diferença é de exatamente R$ 10,00 a menos. Com o 9º maior desafio de erradicar a miséria entre todas as unidades federativas, o Pará está praticamente pela mesma diferença dos catarinenses em relação a Alagoas, Estado que está no topo do montante a ser desembolsado.

Eliminar a pobreza no Estado nordestino custará em média R$ 22,21 a cada alagoano. Os valores mostram que a promessa da nova presidente não é tão custosa quanto indicavam as primeiras avaliações. Mas o estudo ressalta que essa conquista depende de duas premissas: o mercado de trabalho continuar se expandindo na velocidade dos últimos anos (algo considerado pelos especialistas como muito difícil) e o novo governo ampliar o gasto com o Bolsa-Família (onerando ainda mais o Orçamento).

O programa consome R$ 13,4 bilhões ao ano e atende 12,7 milhões de famílias. Isso equivale a 0,4% do PIB, o que é considerado pouco. No Pará, o valor estimado de benefícios do programa é na casa dos R$ 150 milhões.

O Liberal Digital.

domingo, 21 de novembro de 2010

O governo tem 2 presidentes, mas não tem rumo; depois da reinvenção da CPMF, veio o incentivo à tavolagem

ELIO GASPARI 

Os dois cocheiros soltaram as rédeas 

NOSSO GUIA e a doutora Dilma estão como os cocheiros de uma diligência que soltaram as rédeas dos cavalos. 

Durante a campanha eleitoral prometeram rios de mel. Vitoriosos, presidem um país onde a agenda perdeu o rumo. Quiseram ressuscitar a CPMF. 

Mudaram de assunto, reuniram o Conselho Político do governo e apareceu o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), propondo a legalização dos bingos para custear aumentos salariais de servidores. Teve o apoio do deputado Sandro Mabel (PR), interessado no que chamou de "um presente" para a saúde. 

Durante a última legislatura, ambos foram glorificados por seus pares, que os absolveram em processos de cassação de seus mandatos. Mabel foi salvo no plenário, por 304 votos contra 108. Paulo Pereira, por 10 a 4, na Comissão de Ética. Afora o incentivo à tavolagem, abriu-se um debate em torno da participação do PMDB no governo. 

Ganha uma viagem a Cuba quem souber de uma só proposta que não envolva a ocupação (ou manutenção) de cargos e controle de verbas. Mabel habilitou-se ao prêmio Maria Antonieta ao justificar sua simpatia pelo aumento do salário mínimo: "O pessoal come mais biscoito". (O doutor é dono da marca do mesmo nome.) 

A única coisa que funcionou nas últimas semanas foi a operação-abafa para manter Erenice Guerra longe dos refletores. Em tempo: Maria Antonieta nunca disse que, sem pão, o povo deveria comer brioches, mas ficou com a fama.

‘Não me arrependo de nada’ . Pinochet também não se arrependeu de nada


 O economista Antônio Delfim Netto tinha 42 anos e já era ministro da Fazenda do governo Emílio Garrastazu Médici quando o general decidiu construir a rodovia Transamazônica. Ele foi o “cérebro” que conseguiu rearranjar o orçamento para conseguir o dinheiro que Médici queria. Aos 82 anos, ele admite que não houve o planejamento necessário para a obra e que o projeto de colonização da Amazônia foi conduzido com erros, mas se defende dizendo que a obra foi feita em caráter emergencial para acudir as vítimas da seca do Nordeste. De seu escritório em São Paulo, Delfim Netto concedeu esta entrevista.




Como é que o governo decidiu construir a Transamazônica?


 Foi decidido num vôo. Era uma época em que tinha uma seca pavorosa no Nordeste e o presidente Médici (general Emílio Garrastazú Médici) chegou naquela região nesse momento mais grave da seca e ficou muito preocupado. Tinha umas frentes de trabalho lá, mas as pessoas estavam morrendo de fome. A ideia foi: será que não era possível abrir um espaço onde a seca não fosse tão dura? Foi aí que surgiu a ideia da Transamazônica.


Há muitas críticas sobre a maneira como os projetos de colonização foram conduzidos e sobre o sonho de transformar a Amazônia num ‘celeiro agrícola’. Como o senhor avalia essas críticas?


Era uma aventura e a gente não conhecia aquilo direito. Era uma medida de emergência. A obra nunca terminou de fato. O processo de colonização não foi aquele que deveria ter sido feito pelo desconhecimento do terreno, mas é evidente que se poderia ter mudado o rumo do processo. Era possível fazer um foguete espacial e chegar à Lua que o nosso retorno junto aos críticos seria melhor. O povo estava passando fome. Não podíamos dar trela para a oposição. Eles diziam que a rodovia ligava nada a coisa nenhuma.


E por que a Transamazônica deixou de ser prioridade no governo?


Na verdade, o que aconteceu foi que com a crise de 1979, quando preço do petróleo subiu dramaticamente, o governo começou a se endividar. Até 1974, por exemplo, nossa situação fiscal era ótima. Isso coincidiu com o fim dos créditos externos. Tivemos que fazer um ajuste fiscal terrível. A Transamazônica, por exemplo, foi feita com recursos próprios. A gente não tinha déficit nenhum.


Mas o senhor não acha que um investimento deste porte deveria ter sido feito com mais cuidado?


Não faltou planejamento? Fala-se em US$ 1 bilhão de dólares em gastos...


Não sei de onde saiu esse valor. Nós não tinhamos nenhuma experiência na ocupação da Amazônia, mas isso era uma falha que poderia ter sido corrigida. O problema é que a estrada deixou de ser prioridade para os governos militares e para os civis que os sucederam. Havia problemas, sim, mas se preferiu abandonar o projeto a corrigí-lo.


Na sua avaliação, valeu a pena construir a Transamazônica?


Acho que sim. Na verdade, ela produziu uma alternativa para aquela gente que foi a ocupação da Amazônia. Foi uma obra de emergência num instante em que o Brasil estava vivendo uma crise de seca dramática. Hoje, quando você olha para trás, você pensa que é claro que tudo poderia ter sido feito melhor se tivéssemos o conhecimento da Amazônia que temos hoje. O problema é que a crítica sempre se faz depois que a coisa aconteceu. A verdade é a seguinte: quem não começa não termina.


Em relação à Transamazônica, o senhor não sente algum tipo de arrependimento?


Eu sinto que cumpri minha missão e não tenho nenhuma dificuldade em defender aquilo que foi feito. Não me arrependo de nada.


O senhor é a favor da abertura de novas estradas na Amazônia?


Claro que sou. Hoje temos mecanismos de defender a Amazônia e usar seus recursos naturais minimizando os prejuízos ambientais. Essa ideia de que temos de construir um santuário, um museu antropológico, não pode ser encarada como uma verdade. Principalmente porque hoje encontramos formas e mecanismos muito eficientes para proteger o meio ambiente.


Entrevista completa
 
aqui

Mineração tem déficit de mão de obra - Exposibram Amazônia 2010 e 2º Congresso de Mineração da Amazônia,

Procuram-se profissionais na área de mineração.

A demanda por trabalhadores especializados no setor mineral é grande e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a tendência é aumentar diante de um cenário que aponta para um horizonte promissor, sobretudo no Pará. Até 2014, o Brasil receberá uma soma de investimentos superior a US$ 62 bilhões feitos pelo setor. Tamanho volume de recursos, empregados em sua maioria pela iniciativa privada (cerca de 90%), gerará um crescimento econômico de proporções ainda desconhecidas na história paraense.

NOVAS VAGAS

Os mais de US$ 62 bilhões a serem injetados na economia brasileira por grandes empreendimentos deverão criar cerca de 120 mil novas vagas de emprego, até 2014. O polo Carajás (sul e sudeste do Estado) será a região que mais vai empregar nos próximos anos. Serão 64.144 novos postos de trabalho. Se por um lado a implantação de novos projetos minerários no Pará gera expectativas, a preocupação também se dá na mesma medida quando o assunto é mão de obra especializada. Na área de mineração, a lei da oferta e da procura pesa cada vez mais para o lado das empresas: “O problema da mão de obra talvez seja, hoje, o grande calcanhar de Aquiles do setor”, destaca Paulo Camillo, presidente do Ibram, acrescentando ainda que o déficit de pessoal qualificado para atuar na mineração chega a 90%.

SOLUÇÕES

Para tentar resolver o gargalo, as empresas têm buscado soluções que vão desde o resgate de profissionais já aposentados até o investimento em capacitação e formação da mão de obra local. É a corrida para cumprir o cronograma de implantação dos empreendimentos. “As empresas já começaram a buscar pessoas de especialidades diferentes.

Os engenheiros civis, por exemplo, estão passando a trabalhar na área de mineração”, afirma Camillo. E a alternativa encontrada pelas empresas de especializar os profissionais da engenharia civil na área da mineração também enfrenta outra conjuntura nacional: o déficit brasileiro por profissionais de Engenharia já é um motivo de alerta, de acordo com o presidente do Ibram: “Até 2014, o Brasil deveria ter formado 50 mil engenheiros por ano e estamos formando 30 mil. A Coreia forma cinco vezes”, calcula.

EXPOSIBRAM

A geração de emprego e renda na mineração, assim como o desenvolvimento local e regional proporcionado pelos empreendimentos do setor, serão discutidos na Exposibram Amazônia 2010 e 2º Congresso de Mineração da Amazônia, que acontecerão de 22 a 25 de novembro, no Hangar Centro de Feiras e Convenções da Amazônia. O evento é uma iniciativa do Ibram e contará com mais de 100 expositores, confirmados.


QUERE SABER MAIS SOBRE MINERAÇÃO?.


CONSULTE O PLANO NACIONAL DE MINERAÇÃO PNM-2030

sábado, 20 de novembro de 2010

O mundo encontrado por Obama não era esperado por ele

  

 Na quarta-feira, David Axelrod, principal conselheiro político do presidente Barack Obama, pareceu sinalizar que a Casa Branca estava pronta para fazer uma redução de impostos – a ceder aos pedidos dos republicanos para estender os cortes de impostos não só para a classe média, mas também para os mais ricos. “Temos que lidar com o mundo da forma como o encontramos”, declarou. 
 
A Casa Branca tentou voltar atrás em relação à declaração de Axelrod. Mas foi um comentário revelador, sob muitos aspectos. O ponto óbvio é o contraste entre o comportamento de cachorro abandonado do governo atual e a retórica grandiloquente de Obama quando era candidato. Como foi saímos de “somos aqueles por quem esperávamos” e chegamos nesse ponto? Mas a ironia amarga vai além disso: o principal motivo pelo qual Obama se encontra nessa situação é que há dois anos ele não estava, de fato, preparado para lidar com o mundo que iria encontrar. E parece que ele ainda não está. 
 
Olhando para trás, as raízes do desânimo democrata vêm da forma como Obama concorreu à presidência. Muitas e muitas vezes ele definiu o problema dos Estados Unidos como um problema de processo, e não de substância – tínhamos um problema não porque havíamos sido governados por pessoas com as ideias erradas, mas porque as divisões partidárias e políticas habituais haviam impedido que homens e mulheres de boa vontade se juntassem para resolver nossos problemas. E ele prometeu transcender essas divisões partidárias. 

 Essa promessa de transcendência pode ter sido boa para a política das eleições gerais, embora até isso seja questionável: as pessoas esqueceram quão próxima estava a corrida presidencial no começo de setembro de 2008. Mas a verdadeira questão é se Obama poderia ter mudado de opinião ao se deparar com a tempestade partidária que todos aqueles que se lembram dos anos 90 sabiam que estava chegando. Ele era capaz de levantar o moral – mas seria capaz de lutar? Até agora a resposta foi não.

Leia o artigo completo no UOL.

Paul Krugman
Professor de Princeton e colunista do New York Times desde 1999, Krugman venceu o prêmio Nobel de economia em 2008

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Emocionada, Dilma pede a petistas tolerância para governar coalizão


Em primeiro encontro com o PT após eleita, futura presidente encarna o gestual petista, se emociona, faz ironias, mas cobra de correligionários maturidade para ceder espaços na coalizão; dirigentes farão lista pedindo cargos em ministérios e estatais.





"A partir do momento que nós ganhamos, nós também temos que compreender esse processo com maturidade. A compreensão é que temos que governar para aqueles nos apoiaram e para aqueles que não nos apoiaram", disse a presidente eleita. Ao pedir compreensão aos petistas para governar, Dilma destacou a capacidade do PT de entender que, mesmo com posicionamentos políticos diferenciados, é importante a relação com os demais partidos que integram "a coligação que vai governar o País". "Aprendemos a conviver com as diferenças. E sabemos que é possível, apesar das diferenças, criar um consenso em prol do Brasil’, afirmou Dilma. "Nós somos pessoas muito mais experientes na complexa relação entre partido, governo e movimento social", observou. "O fato de termos responsabilidades diferentes e características diferentes não significa que nós não tenhamos o mesmo grande projeto de transformação do País."

A divisão de espaços no futuro governo e a formação de um "blocão" no Congresso, integrado por cinco partidos (PMDB, PP, PR, PTB e PSC), dominaram os bastidores da reunião de ontem. "O PT e o PMDB estão condenados a se entender e a governar juntos com os partidos que apoiam Dilma", disse o ex-ministro José Dirceu, que foi uma das estrelas do encontro. Dilma foi escoltada por "figurões" do partido, como o governador reeleito Jaques Wagner (BA), chamados a reforçar os canais de comunicação da eleita com o PT. Na reunião, o PT deixou claro seu apetite por cargos.

No governo Lula, o partido ocupa 17 dos 37 ministérios. Ficou acertada a criação de uma comissão do partido para apresentar nomes e áreas que o PT quer abocanhar no futuro governo. Na mira estão os ministérios das Cidades, Saúde, Comunicações e Integração Nacional, pastas hoje nas mãos de peemedebistas e do PP.

"Foi uma reunião de deputados, senadores e dirigentes do partido que acharam que deveríamos pleitear áreas que o PT não ocupa hoje", resumiu o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra. "Vamos apresentar uma lista com os nomes e áreas que queremos e caberá ao Dutra levá-la para a presidente eleita", disse o líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE). A lista vai englobar ministérios, estatais e cargos de segundo escalão.

Estadão.com.br

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu concordo.


O drama de Fernando Haddad


O que está ocorrendo com Fernando Haddad é uma dupla tragédia, devido aos desgastes provocados por erros nas provas do Enem. 

A primeira delas é coletiva: apesar de todas as limitações, o Enem é um avanço no vestibular, exigindo do aluno mais habilidade de associar informações do que decoreba. É um jeito de melhorar o ensino básico, com um currículo mais sintonizado com realidade. Vai tomar tempo até esse teste ganhar credibilidade. 

A segunda tragédia é pessoal: é possível que a marca de Fernando Haddad, pelo menos em boa parte da opinião pública, fique associada a esse rumoroso episódio de fim de governo. Não é justo. Quem acompanha a educação de perto sabe que a gestão de Haddad tem avanços significativos.. 

Em sua gestão, ampliou-se, como nunca, a transparência de dados educacionais, a ponto de conhecermos a nota de cada escola ( o que prefeitos e governadores em geral não fazem), criaram-se metas de longo prazo, estabeleceu-se um marco para a ampliação da jornada escolar e estímulo ao uso da comunidade como espaço educativo, ampliaram sistemas para estímulo à formação de professor, ganhou mais força o ensino técnico. 

Houve um estímulo a se pensarem novas ideias, especialmente no currículo e uso das novas tecnologias, Sempre esteve aberto a ouvir novas sugestões. 

Apesar do corporativismo doentio do PT, ele abriu as portas para empresários e empresas preocupadas em melhorar a educação pública. Pode-se dizer, com toda a segurança, que foi uma boa gestão, com a habilidade de ter seguido muitas políticas deixadas pelos antecessores. O lamentável episódio do Enem não reflete o conjunto da sua obra. 

 Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha.com às segundas-feiras.