Crise faz economistas rever seu manual
Mercado livre, ausência do Estado e obsessão com inflação perdem força no receituário de política econômica
Olivier Blanchard, do FMI, propõe debate em busca de ideias para "admirável mundo novo" criado pela crise
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
O velho manual que orientou a condução da política
econômica nas últimas décadas está sendo revisto.
Esqueçam os conceitos de
mercados financeiros livres
de interferência do Estado;
da preocupação exclusiva
dos Bancos Centrais com a
inflação, e de reprovação ao
uso de controles de capitais.
A crise financeira de 2008
provoca o surgimento de um
novo pensamento econômico, batizado por Olivier Blanchard, economista-chefe do
FMI, de "admirável mundo
novo" (título do livro clássico
de Aldous Huxley).
O debate também provoca
polêmica no Brasil, onde o
governo tem sido criticado
por supostamente adotar
postura mais flexível no controle da inflação e dos gastos
públicos a fim de evitar desaceleração econômica brusca.
Em seminário organizado
pelo FMI no início de março,
houve consenso entre notáveis da economia sobre visões erradas do passado.
Há décadas o pensamento
econômico predominante
(também chamado de ortodoxo) defendia, por exemplo, o mínimo de interferência do Estado no funcionamento dos mercados.
A crise global de 2008 provou que se tratava de um erro. A bolha de preços no setor
imobiliário em vários países
desenvolvidos -fruto de especulação e endividamento
excessivos- estourou arrastando o mundo para a maior
recessão desde o pós-guerra.
"Há consenso agora de
que bolhas precisam ser
combatidas", disse à Folha o
economista americano John
Williamson, um dos palestrantes no evento do FMI.
Isso implica papel mais
ativo do Estado nas áreas de
fiscalização e regulação.
NOVAS METAS
Outro ponto que representa grande mudança em relação ao "velho consenso" se
refere à política monetária.
Até então, prevalecia no
pensamento econômico ortodoxo a ideia de que a política monetária deveria ter um
instrumento (taxa de juros)
para perseguir um objetivo (a
estabilidade dos preços).
Agora, preservação do
crescimento e estabilidade
do sistema financeiro foram
adicionados à lista de metas.
Já as regras para que bancos não tomem riscos excessivos -chamadas medidas
macroprudenciais, no jargão
econômico- entraram para
o rol de instrumentos importantes de política monetária.
O problema, segundo Williamson, é que há discordância e dúvidas sobre como
esses novos instrumentos e
mecanismos para regular a
atuação dos mercados devem ser implementados.
Essas incertezas também
transparecem em documento escrito por Blanchard resumindo as principais conclusões da conferência:
"Nós podemos ter muitos
instrumentos de políticas,
mas não temos certeza sobre
como usá-los".
É nessa zona cinzenta da
discussão que entra a situação atual do Brasil.
O Banco Central adotou
medidas prudenciais para
frear a expansão do crédito e
sugere que os efeitos colaterais dessa política ajudarão a
reduzir pressões inflacionárias. O mercado é cético e defende forte aperto monetário
via mais aumentos de juros.
Em artigo publicado na
Folha na semana passada, o
economista Antonio Delfim
Netto disse que as conclusões do encontro do FMI indicam que o BC está em sintonia com o pensamento
econômico emergente.
O economista-chefe do
Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, ressalta, no entanto,
que "lá fora não se pensam
em medidas prudenciais como instrumento para controle de inflação", mas para evitar, por exemplo, o endividamento excessivo.
A visão é compartilhada
por Eduardo Giannetti da
Fonseca, do Insper (Instituto
de Ensino e Pesquisa), que
afirma que o principal instrumento para conter pressões inflacionárias continua
sendo a taxa de juros:
"O uso de medidas prudenciais como alternativa no
combate à inflação é território incerto, o que traz riscos".
Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
domingo, 3 de abril de 2011
Rodovia do PAC vira foco de denúncias no Nordeste
PF e TCU apontam fraudes na duplicação da BR-101, orçada em R$ 2,5 bi
Em 2010, a Operação Via Ápia indiciou os envolvidos por supostos crimes de formação de quadrilha e corrupção
FLÁVIO FERREIRA ENVIADO ESPECIAL AO NORDESTE
BERNARDO MELLO FRANCO DE SÃO PAULO
Uma das principais obras do PAC no Nordeste, a duplicação da rodovia BR-101 virou foco de irregularidades e desvios de verba, apontam investigações da PF (Polícia Federal) e do TCU (Tribunal de Contas da União).
Dos cinco trechos entregues pelo governo federal a empreiteiras, três apresentam indícios de fraude, pagamento de propina e má execução de serviços que podem comprometer a durabilidade e a segurança da rodovia.
A obra se arrasta desde 2005 e deve custar R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos. O trajeto tem 398 km e corta três Estados: RN, PB e PE.
Procuradas, as construtoras negaram irregularidades ou não quiseram se pronunciar. A direção do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) disse colaborar com as apurações.
No lote 2, que liga Arez (RN) à divisa entre Rio Grande do Norte e Paraíba, a ação da PF já levou à prisão preventiva de dois dirigentes do Dnit, um fiscal e três funcionários das empreiteiras.
Deflagrada em dezembro de 2010, a Operação Via Ápia indiciou os envolvidos por supostos crimes de formação de quadrilha, peculato e corrupção ativa e passiva.
Escutas feitas com autorização judicial flagraram o chefe de fiscalização do Dnit e o gerente do consórcio liderado pela Constran negociando "pacotes" e "encomendas" -propina, diz a PF.
Para o juiz federal Mário Azevedo Jambo, do Rio Grande do Norte, houve "nefasta promiscuidade entre servidores públicos que deveriam fiscalizar obras rodoviárias e representantes de empreiteiras". O Ministério Público Federal estima os prejuízos até aqui em R$ 4 milhões.
Em Pernambuco, a PF descobriu que o consórcio que venceu o trecho 7 (Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Barbosa Mello) deixou de instalar barras de aço subterrâneas necessária para dar estabilidade à pista.
A Folha percorreu o trecho na quinta-feira e encontrou rachaduras em placas de concreto recém-concluídas.
No lote 8, também em PE, laudo da Operação Castelo de Areia aponta sobrepreço de R$ 45 milhões. O trecho é tocado por OAS, Camargo Corrêa e Mendes Junior.
O relatório final da PF também cita indícios de pagamento de R$ 560 mil em propina a dirigentes do Dnit. A investigação está parada há 14 meses por decisão do ministro Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça.
Dos oito trechos em que a rodovia foi dividida, três foram construídos pelo setor de engenharia do Exército.
sábado, 2 de abril de 2011
Obama diz que economia americana começa a dar sinais de fortalecimento
LANDOVER - O presidente Barack Obama disse que os
dados divulgados nesta sexta-feira sobre a melhora na taxa do desemprego
nos Estados Unidos indicam que a economia começa a dar sinais de
fortalecimento.
A economia americana adicionou 216 mil vagas em março e a taxa de desemprego saiu de 8,9% em fevereiro para 8,8% um mês depois. Os dados são do Departamento do Trabalho dos EUA.
A pesquisa trouxe ainda as revisões dos dados referentes à geração de postos de trabalho em janeiro (de 63 mil para 68 mil) e fevereiro (de 192 mil para 194 mil).
Obama disse que há ainda muito trabalho a ser feito. Ele ressaltou que, apesar de lidar com crises em outras partes do mundo, a economia americana tem prioridade. O presidente americano discursou nesta sexta-feira em uma fábrica em Maryland.
Os 2,5 milhões de empregos previstos para serem criados até o final deste ano são apenas uma pequena porção dos 7,5 milhões de postos de trabalho que foram eliminados durante a recessão.
A economia americana adicionou 216 mil vagas em março e a taxa de desemprego saiu de 8,9% em fevereiro para 8,8% um mês depois. Os dados são do Departamento do Trabalho dos EUA.
A pesquisa trouxe ainda as revisões dos dados referentes à geração de postos de trabalho em janeiro (de 63 mil para 68 mil) e fevereiro (de 192 mil para 194 mil).
Obama disse que há ainda muito trabalho a ser feito. Ele ressaltou que, apesar de lidar com crises em outras partes do mundo, a economia americana tem prioridade. O presidente americano discursou nesta sexta-feira em uma fábrica em Maryland.
Os 2,5 milhões de empregos previstos para serem criados até o final deste ano são apenas uma pequena porção dos 7,5 milhões de postos de trabalho que foram eliminados durante a recessão.
(Associated Press)
sexta-feira, 1 de abril de 2011
MILAN-INTER - É hoje frente a frente, a partir das 15:00 h de Brasília
Clássico italiano inflama as torcidas!
Veja aqui suas representantes.
Leonardo técnico da Inter: "O Milan? Eu fiz a minha escolha, eu vou em frente.
E você?
Leia mais no Jornal sobre o clássico de amanhã Tuttosport Aqui
quinta-feira, 31 de março de 2011
Sebastião Tapajós - Em Brasília
Paraense de Santarém, Sebastião Tapajós
começou a estudar violão aos nove anos de idade, tendo o pai como
professor. Mudou-se para Belém e depois para o Rio de Janeiro,
continuando os estudos de violão clássico. Em 1964 foi para Portugal,
onde se formou no Conservatório Nacional de Música de Lisboa. Estudou na
Espanha com o famoso mestre Emilio Pujol, formando-se no Instituto de
Cultura Hispânica.
Depois de completar os estudos, voltou ao Brasil para
iniciar a carreira de concertista. O impulso decisivo à sua carreira
veio com a execução de uma obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para
Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro
Municipal do Rio. A partir daí seguiram-se inúmeros convites para
concertos no Brasil e no exterior.
Impactos das mudanças climáticas na Amazônia podem inviabilizar Belo Monte
Belo Monte, um empreendimento hidrelétrico que consumirá mais de R$
20 bilhões para sua construção, poderá no mais drástico dos cenários de
alterações climáticas perder mais de 80% de sua receita anual até 2050,
como resultado de uma diminuição da vazão do Rio Xingu.
Isso é o
que apontam dados preliminares de um estudo em desenvolvimento pelo
WWF-Brasil no âmbito da parceria HSBC Climate Partnership por
consultores especializados em hidrologia e mudanças climáticas. O
estudo analisa a vulnerabilidade climática da produção de
hidroeletricidade na região Norte do país com enfoque em alguns grandes
empreendimentos como a usina hidrelétrica de Belo Monte.
"As
prováveis mudanças na vazão do rio Xingu, provocadas pelas alterações
climáticas, colocarão em risco a viabilidade da usina de Belo Monte",
afirmou Carlos Rittl, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e
Energia do WWF-Brasil. "Belo Monte pode gerar muito menos energia do
que o previsto e muito menos receitas do que o esperado, tornando-se um
fracasso financeiro", acrescentou. "Os altos custos sociais e
ambientais, aliados aos riscos financeiros, deveriam levar o Governo
Brasileiro a uma ampla reflexão sobre a viabilidade da obra", concluiu
Rittl.
O estudo, a ser lançado ainda este ano, considerou 4
cenários de emissões futuras estabelecidos pelo IPCC - A1, A2, B1 e B2 -
cada qual descrevendo um futuro possível para a humanidade e a curva de
emissões globais resultantes. A aplicação de modelos climáticos dentre
os mais robustos existentes, como o HadCM3 do Hadley Centre (Reino
Unido) ou o ECHam4 do Max-Planck-Institute für Meteorologie (Alemanha),
aos quatro cenários permite identificar a possibilidade de uma
diminuição significativa na vazão da bacia do rio Xingu até 2050.
Apesar
de certa variabilidade nos resultados - alguns poucos mostram ganhos de
receita que chegam a 4% até 2050, enquanto outros mostram uma queda
bruta na receita chegando a quase 90% -, uma forte tendência é evidente:
as perdas podem variar entre 4 e 10% da receita anual da usina até
2050.
Leia na Íntegra na Amazônia.org
AquiMPF processa bancos por financiarem o desmatamento na Amazônia
Local: Brasília - DF
Fonte: MPF - Ministério Público Federal
Leia na íntegra aqui
Link: http://www.mpf.gov.br
O Ministério Público Federal no Pará ajuizou hoje (31/03) ações civis
públicas contra o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia por terem
concedido financiamentos com dinheiro público a fazendas com
irregularidades ambientais e trabalhistas no Estado. O Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também é réu nos dois
processos pela total ineficiência em fazer o controle e o cadastramento
dos imóveis rurais na região.
Os empréstimos detectados pelo MPF
descumpriram a Constituição, leis ambientais e regulamentos do Banco
Central e do Conselho Monetário Nacional, além de acordos internacionais
dos quais o Brasil é signatário. O MPF demonstra nos processos que o
dinheiro público – de vários Fundos Constitucionais - vem financiando
diretamente o desmatamento na região amazônica por causa do descontrole
do Incra e das instituições financeiras.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Novos países surgem como os principais "Players" no mundo científico
A ciência dos países em desenvolvimento é destaque no relatório produzido pela Royal Society, a academia de ciências do Reino Unido, e divulgado na segunda-feira (28).
De acordo com o documento, Brasil, China, Índia e Coreia do Sul estão "emergindo como atores principais no mundo científico para rivalizar com as superpotências tradicionais" - Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão.
Na China, o investimento em pesquisa e desenvolvimento tem crescido a uma média de 20% ao ano desde 1999, chegando aos US$ 100 bilhões (ou 1,44% do PIB) em 2007. E o país pretende investir ainda mais, alcançando um investimento no setor de 2,5% do PIB até 2020.
"O crescimento da China é sem dúvida o mais impressionante, mas Brasil, Índia e Coreia do Sul estão rapidamente no mesmo caminho e (com base na simples extrapolação de tendências existentes) poderão ultrapassar a produção [científica] da França e do Japão no início da próxima década", disse o relatório.
"O Brasil, na linha de sua aspiração de se tornar uma 'economia do conhecimento natural', com base em seus recursos naturais e ambientais, está trabalhando para aumentar o investimento em pesquisa de 1,4% do PIB, em 2007, para 2,5%, em 2022", apontou o relatório - segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o País aplicou 1,1% do PIB em ciência em 2007.
O documento também identifica outros países que estão se destacando no cenário internacional, ainda que não tenham uma sólida base no setor, como Cingapura, Irã, Tunísia e Turquia.
"O mundo científico está mudando e novos atores estão surgindo rapidamente. Além da emergência da China, notamos evoluções no Sudeste Asiático, no Oriente Médio e no norte da África, entre outros. O aumento da pesquisa e da colaboração científica, que pode nos ajudar a encontrar soluções para os desafios globais, é muito bem-vindo", disse Sir Chris Llewellyn Smith, que presidiu o grupo consultor do estudo.
"Os dados do relatório da Royal Society são interessantes e registram o progresso que o Brasil vem tendo nos últimos 20 anos no aumento de sua produção científica. Alguma cautela deve ser adotada, entretanto, pois, após 2008, com a crise econômica mundial, pode ter havido mudanças nas tendências extrapoladas. Além disso, o relatório parece ter se baseado muito em fontes secundárias em vez de usar as fontes primárias de dados, que seriam mais confiáveis", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.
Artigos publicados - Uma grande variedade de dados foi analisada para o levantamento, incluindo tendências no número de publicações científicas produzidas por todos os países.
Os dados de publicações e citações foram produzidos e analisados em colaboração da Royal Society com a Elsevier, utilizando a base Scopus e resumos da literatura científica global analisada por pares.
Os dados indicam mudanças na autoria dos artigos científicos entre os períodos de 1993-2003 e 2004-2008. Embora os Estados Unidos ainda continuem na liderança, sua parcela na produção científica mundial caiu de 26% para 21% entre os períodos. A China, por sua vez, passou de sexto para o segundo lugar, pulando de 4,4% para 10,2% do total. O Reino Unido continua em terceiro, mas com queda de 7,1% para 6,5%.
Leia o relatório completo no sitio da "the Royal Society" Aqui
SBPC encaminha carta ao STF em defesa das Organizações Sociais (OS)
Lei das OS
está sendo contestada por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, que
deve ser julgada pelo Supremo nesta quinta-feira (31).
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, encaminhou nesta terça-feira (29/3) uma carta aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reiterando a importância de que seja considerada improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.923 (ADIn), prevista para ser julgada nesta quinta-feira (31).
A ADIn 1.923 questiona a legalidade da gestão de órgãos públicos por Organizações Sociais (OS). O modelo é contestado por supostamente promover a privatização dos serviços públicos; dispensar a licitação para a assinatura do contrato de gestão, permitindo que recursos públicos fossem arbitrariamente cedidos às organizações; além de diminuir o controle dos serviços sob sua gestão.
No entender da SBPC, a Lei da OS não alterou em nada as responsabilidades do poder público em relação aos serviços públicos não-exclusivos do Estado. O que fez foi criar um procedimento prévio de qualificação das entidades e instituir um instrumento - o contrato de gestão - muito mais adequado que os tradicionais convênios para a realização das parcerias com o terceiro setor.
Além de ter mecanismos de controle e transparência mais rígidos, o modelo das OS é comprometido com metas e resultados, que são mensuráveis por indicadores de qualidade e produtividade. "Vários hospitais de São Paulo e da Bahia alcançaram um patamar elevado de qualidade depois que passaram a ser geridos por OS", exemplifica Helena Nader.
Em razão de sua flexibilidade, o modelo de gestão das OS tem sido cada vez mais adotado por órgãos públicos. Pelo menos 14 dos 26 estados, além de dezenas de municípios brasileiros, já o utilizam. Na área da ciência, tecnologia e inovação, cinco órgãos públicos são administrados por OS: Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).
Para a SBPC, a melhoria dos serviços públicos depende da decisão do Supremo. Legitimar esse mecanismo, que já deu provas de atender à necessidade de melhorar a qualidade dos serviços públicos, é o caminho mais coerente e esperado pela sociedade.
(SBPC)
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, encaminhou nesta terça-feira (29/3) uma carta aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reiterando a importância de que seja considerada improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.923 (ADIn), prevista para ser julgada nesta quinta-feira (31).
A ADIn 1.923 questiona a legalidade da gestão de órgãos públicos por Organizações Sociais (OS). O modelo é contestado por supostamente promover a privatização dos serviços públicos; dispensar a licitação para a assinatura do contrato de gestão, permitindo que recursos públicos fossem arbitrariamente cedidos às organizações; além de diminuir o controle dos serviços sob sua gestão.
No entender da SBPC, a Lei da OS não alterou em nada as responsabilidades do poder público em relação aos serviços públicos não-exclusivos do Estado. O que fez foi criar um procedimento prévio de qualificação das entidades e instituir um instrumento - o contrato de gestão - muito mais adequado que os tradicionais convênios para a realização das parcerias com o terceiro setor.
Além de ter mecanismos de controle e transparência mais rígidos, o modelo das OS é comprometido com metas e resultados, que são mensuráveis por indicadores de qualidade e produtividade. "Vários hospitais de São Paulo e da Bahia alcançaram um patamar elevado de qualidade depois que passaram a ser geridos por OS", exemplifica Helena Nader.
Em razão de sua flexibilidade, o modelo de gestão das OS tem sido cada vez mais adotado por órgãos públicos. Pelo menos 14 dos 26 estados, além de dezenas de municípios brasileiros, já o utilizam. Na área da ciência, tecnologia e inovação, cinco órgãos públicos são administrados por OS: Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).
Para a SBPC, a melhoria dos serviços públicos depende da decisão do Supremo. Legitimar esse mecanismo, que já deu provas de atender à necessidade de melhorar a qualidade dos serviços públicos, é o caminho mais coerente e esperado pela sociedade.
(SBPC)
terça-feira, 29 de março de 2011
"Se for para me encontrar com mamãe e papai, quero morrer agora"
"Um dia desses me disseram que, ao morrer, iria encontrar meu pai,
falecido há mais de cinquenta anos. Aquilo me emocionou profundamente.
Se for para me encontrar com mamãe e papai, quero morrer agora"
Golpe baixo à educação
O "Diário Oficial" da União do dia 28 de março trouxe uma portaria do Ministério do Planejamento que suspende, por tempo indeterminado, a nomeações de concursados governo federal e a realização de novos concursos. A medida, anunciada ministra Miriam Belchior (Planejamento), faz parte dos cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento estipulados pela presidente Dilma Rousseff no início do ano.
Somente a suspensão de concursos públicos deve representar uma economia de R$ 3,5 bilhões aos cofres federais. A ministra anunciou que o Planejamento está realizando um "levantamento completo" de todos os concursos realizados para avaliar se as nomeações são necessárias neste ano.
Novas chamadas, segundo ela, estão suspensas. "Novas contratações vão ser olhadas com lupa", avisou Belchior. Serão autorizadas apenas nomeações temporárias ou concursos autorizados por medida judicial.
A medida afeta todo o funcionalismo público, incluindo ministérios, agências reguladoras, autarquias e fundações. O Projeto de Lei Orçamentária estipulava uma projeção entre criação e provimento de cargos um total de 40 mil vagas.
Presidente da ANATEL: redução de carga tributária neste momento é muito difícil
RIO - O presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, disse,
hoje, após ouvir queixas dos presidentes das companhias telefônicas do país,
que a redução da carga tributária do setor é muito difícil neste momento.
Sardenberg respondia às críticas feitas pelos presidentes da Oi, Luiz Eduardo Falco; da Telefônica, Antônio Carlos Valente; e da BT no Brasil, Sergio Paulo Gallindo, no seminário sobre o setor realizado hoje na sede da Firjan, no Rio.
Sardenberg se referia ao corte de R$ 50 bilhões em gastos feito pelo governo federal no início deste ano. O presidente da Anatel também criticou a falta de iniciativa das empresas de telecomunicações de apresentarem um projeto concreto de redução na carga tributária do setor. "O que impede as empresas a fornecerem um plano simplificado de impostos? Elas têm que ser claras."
A irritação de Ronaldo Sardenberg se deu porque, no início do dia, os empresários apresentaram dados de que o Brasil tem hoje a segunda maior carga tributária sobre telecomunicações do mundo. "Estamos atrás apenas de Bangladesh", afirmou Valente. "A carga final é de 51%", disse Falco.
A proposta de Luiz Eduardo Falco é que o governo federal abra mão de sua parte na carga tributária para a banda larga e deixe os Estados decidirem a sua parte. "Deste total, 70% é ICMS," explica Falco. "Há Estados loucos para dar isenção, basta o governo regulamentar".
(Paola de Moura | Valor)
Sardenberg respondia às críticas feitas pelos presidentes da Oi, Luiz Eduardo Falco; da Telefônica, Antônio Carlos Valente; e da BT no Brasil, Sergio Paulo Gallindo, no seminário sobre o setor realizado hoje na sede da Firjan, no Rio.
Sardenberg se referia ao corte de R$ 50 bilhões em gastos feito pelo governo federal no início deste ano. O presidente da Anatel também criticou a falta de iniciativa das empresas de telecomunicações de apresentarem um projeto concreto de redução na carga tributária do setor. "O que impede as empresas a fornecerem um plano simplificado de impostos? Elas têm que ser claras."
A irritação de Ronaldo Sardenberg se deu porque, no início do dia, os empresários apresentaram dados de que o Brasil tem hoje a segunda maior carga tributária sobre telecomunicações do mundo. "Estamos atrás apenas de Bangladesh", afirmou Valente. "A carga final é de 51%", disse Falco.
A proposta de Luiz Eduardo Falco é que o governo federal abra mão de sua parte na carga tributária para a banda larga e deixe os Estados decidirem a sua parte. "Deste total, 70% é ICMS," explica Falco. "Há Estados loucos para dar isenção, basta o governo regulamentar".
(Paola de Moura | Valor)
segunda-feira, 28 de março de 2011
FAO alerta para alto nível de desmatamento na América Latina
O subdiretor da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação (FAO), Eduardo Rojas, alertou nesta terça-feira (22) para o
desmatamento que a América Latina sofre, especialmente a Argentina, que
tem “níveis mais elevados que muitos países africanos”.
Rojas participa de um simpósio internacional sobre sustentabilidade, que reúne até o próximo sábado (26) 400 especialistas na cidade de Burgos, no norte da Espanha.
Na sessão desta terça-feira, a primeira do congresso, o subdiretor da FAO lembrou que o ritmo de desmatamento anual se situa em 5,2 milhões de hectares, de um total de 4 bilhões no mundo todo.
No entanto, ressaltou que este número representa um terço do registrado nos anos 70 e 80.
Em comparação com outras regiões do mundo, Rojas ressaltou que a América Latina foi uma das maiores “decepções”, porque “não consegue avançar”.
Apesar de tudo, também há casos “promissores”, entre os quais se destacam Costa Rica, Chile e Uruguai.
Além disso, o Brasil “vive melhoras significativas desde 2008″, e em 2010 são esperados mais avanços.
Segundo Rojas, seria necessário restaurar 1,5 bilhão de hectares de florestas, uma operação que custaria em torno de US$ 1 trilhão. (Fonte: Portal iG)
Rojas participa de um simpósio internacional sobre sustentabilidade, que reúne até o próximo sábado (26) 400 especialistas na cidade de Burgos, no norte da Espanha.
Na sessão desta terça-feira, a primeira do congresso, o subdiretor da FAO lembrou que o ritmo de desmatamento anual se situa em 5,2 milhões de hectares, de um total de 4 bilhões no mundo todo.
No entanto, ressaltou que este número representa um terço do registrado nos anos 70 e 80.
Em comparação com outras regiões do mundo, Rojas ressaltou que a América Latina foi uma das maiores “decepções”, porque “não consegue avançar”.
Apesar de tudo, também há casos “promissores”, entre os quais se destacam Costa Rica, Chile e Uruguai.
Além disso, o Brasil “vive melhoras significativas desde 2008″, e em 2010 são esperados mais avanços.
Segundo Rojas, seria necessário restaurar 1,5 bilhão de hectares de florestas, uma operação que custaria em torno de US$ 1 trilhão. (Fonte: Portal iG)
Assinar:
Postagens (Atom)