quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ibama desmontou madeireiras e aplicou multas



O Ibama já desativou dez serrarias no pólo madeireiro de Buriticupu, a cerca de 420 km de São Luís, no Maranhão. As empresas - que usavam madeira extraída ilegalmente da Reserva Biológica do Gurupi e das terras indígenas Arariboia, Alto Turiaçu, Caru e Awá - estavam embargadas desde o ano passado, mas contiaram a funcionar ilegalmente. O instituto ainda aplicou R$ 1,9 milhão em multas e apreendeu 3,2 mil m3 de madeira irregular nas madeireiras (cerca de 160 caminhões cheios).

Há oitos dias, Ibama, Força Nacional, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com apoio do Ministério do Trabalho e Sistema de Proteção da Amazônia, realizam a operação Maurítia na região. O desmonte das serrarias irregulares ganhou velocidade nos últimos dias após a apreensão no sábado (03/09) de dois caminhões bi-trens e duas pás-carregadeiras numa exploração ilegal de madeira no lado norte da Rebio do Gurupi. As máquinas, juntamente com os dois caminhões munk do Ibama, estão apoiando as operações de desmanche.

Até o momento, 15 empresas do pólo foram fiscalizadas. No rol das irregularidades identificadas nas madeireiras de Buriticupu, há de tudo um pouco. Além de descumprimentos de embargos e falta de licenças ambientais, os fiscais flagraram uma serraria embargada que obteve uma licença ambiental de operação na Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Maranhão; outra que serrava paus-amarelos (Euxylophora paraensis), árvore ameaçada de extinção; uma terceira que, mesmo regularizada, tinha o volume considerável de 1,3 mil m3 de madeira ilegal no pátio (65 caminhões cheios), e ainda serrarias que inseriam dados falsos no DOF (sistema federal que controla o comércio e transporte de produtos florestais no estado) e usavam “laranjas” para operar seus empreendimentos ilegais. (Ibama)


A louca trajertória política e seu último suspiro eleitoral

Almir diz estar pronto para disputa eleitoral

No escritório, ao lado de um minijardim que já abriga 100 mudas de orquídeas, o ex-governador Almir Gabriel faz anotações no documento que poderá se tornar seu programa de governo para a Prefeitura de Belém. Deixa escapar que já listou mais de 40 obras que os gestores deve-

riam pensar para a capital paraense, mas prefere manter sigilo para não alertar os possíveis adversários.

“Eu estou no limiar de poder ser ou não candidato”, admitiu, quase no final de uma entrevista que durou uma hora e meia. Durante a conversa, Almir Gabriel evita confirmar as negociações em torno de um possível acordo com o atual prefeito de Belém, Duciomar Costa, para ser lançado como candidato da situação na disputa do ano que vem.

Em nenhum momento, contudo, descarta a candidatura e revela que aos 79 anos está preparado para mais uma batalha eleitoral. “Eu não vou empurrar carrinho de mão, não vou puxar carroça. Não cogitaria a possibilidade caso não tivesse condições físicas para (ser prefeito). Agora não é a mesma coisa que seria se eu tivesse 50 anos”, diz, ao ser indagado se ainda teria fôlego para a campanha e a administração da cidade.

MUDANÇA

Há um mês, Almir deixou o apartamento onde morava, no centro de Belém, e se mudou para uma casa em um condomínio fechado. Ganhou espaço para retomar a coleção de orquídeas que chegou a mil mudas, mas acabou se perdendo.

O novo escritório é decorado com fotos antigas da cidade (presente do ex-deputado Vic Pires Franco) e com pinturas do artista plástico Antar Rohit, pinturas sobre seda que mostram o Bar do Parque, o Teatro da Paz e a Cidade Velha, ícones da capital paraense.

É nesse cenário que Almir tem trabalhado no programa e recebido lideranças políticas que se movem nos bastidores buscando costurar o que seria uma inusitada candidatura à Prefeitura de Belém. Embora negue o tempo todo que já se considere candidato, o discurso não deixa dúvidas sobre o desejo que tem alimentado. Almir diz que a capital precisa de um prefeito “honesto e trabalhador”, mas se recusa a dar pistas sobre as anotações e as obras que gostaria de propor. “Tu já queres que eu dê o programa? (risos)”.

GESTÃO

Segundo o ex-governador, o próximo prefeito de Belém deve ter “experiência e estofo para pensar o que fazer”. “A cidade não apenas está pedindo, está exigindo uma mudança de conceito de gestão. A população mais pobre e necessitada tem possibilidades reais de ter um presente e um futuro melhores. Enfim, acho que seria bonito um bom prefeito para Belém”. A consagração da candidatura, porém, ainda dependeria de aval da família e do povo.

Almir Gabriel confirma que nos últimos dois meses teve conversas com Duciomar Costa. A primeira foi ainda no apartamento onde morava antes da mudança.

O prefeito o teria procurado com o pretexto de agradecer conselhos dados por ele a Duciomar, há cerca de quatro anos, durante um jantar em Brasília. Depois houve contato por telefone, mas as conversas não teriam avançado para uma possível filiação ao PTB, partido de Duciomar.

O prefeito teria admitido, contudo, estar preocupado com a sucessão e comentado que estaria “na hora de Belém ter um prefeito diferente”.
Discurso afinado com novo aliado

Desde que deixou o PSDB no ano passado, Almir Gabriel não se filiou a outra legenda. Embora uma decisão sobre candidaturas só deva ser tomada em junho do ano que vem, durante as convenções partidárias, o prazo para filiações e trocas de partido de quem deseja ser candidato termina dia 6 de outubro (um ano antes do pleito). Será um bom momento para avaliar os caminhos que o ex-governador e outros possíveis candidatos pretendem tomar.

“As pessoas estão vindo aqui comigo. Não sou eu que estou indo atrás. O Partido da Pátria Livre me quer, o Partido Social Democrático, o PPS me quer ou diz que me quer”.

Indagado se o PTB do prefeito Duciomar Costa seria uma alternativa, diz sentir um “desvelo muito grande” pela legenda que teve em Getúlio Vargas, o pai do trabalhismo brasileiro, a principal liderança. “É uma pena que algumas pessoas deturpem o discurso trabalhista, mas o discurso trabalhista é muito bom”.

CRÍTICAS

Almir diz não se abalar com as críticas feitas à gestão de Duciomar Costa. “O julgamento que a imprensa faz dele é injusto. A maioria das pessoas quer um prefeito que asfalte a sua rua, que dê um jeito de pintar a sua casa. Não veem que o saneamento básico é importante. E o único prefeito que deu prosseguimento para valer do saneamento que começamos com a bacia do Una foi o Duciomar”, afirma.

“Outra coisa, Belém tem aproximadamente três mil vias, ele asfaltou duas mil”, diz, usando um dos motes da propaganda oficial da prefeitura na TV. “Eu discordo da forma como fazer (o asfaltamento) e do material utilizado, mas não dá para dizer que ele não ligou para o pessoal que mora numa rua pequenina. Ele está dando atenção”.

Indagado se não se preocupa com as denúncias de corrupção feitas contra a atual administração municipal, diz acreditar que às vezes, pode ser mais má gestão que corrupção. “Às vezes o dinheiro vem para comprar carro e o cidadão compra vacina. Não é que vacina não seja importante, mas o que estava estabelecido no convênio? Para mim, o mais importante é a visão de presente e do futuro que tem um gestor”.

Transbordando de entusiasmo com a possibilidade de vir a ser candidato, Almir não se irrita nem mesmo ao ser indagado se não teme ficar com fama de pé-frio, já que os dois últimos candidatos que apoiou (Ana Júlia do PT e Domingos Juvenil do PMDB) foram derrotados. “Como é que é? Pé-frio? Fui eleito senador da República com mais votos que Jarbas Passarinho. Fui eleito governador do Estado duas vezes. Elegi meu sucessor. Fiz vários senadores. Lembra do senador do governador? (refere-se ao ex-senador Luiz Otávio Campos que no programa eleitoral era apresentado como o senador do então governador Almir Gabriel). Como é que sou pé-frio? Política se faz com derrota e vitória. Isso é normal. Me indica uma atividade que na vida só se faça com vitória”.(Diário do Pará)

domingo, 4 de setembro de 2011

Chile. Mais um desastre da natureza. Os últimos minutos do voo fatídico que acabou com a vida de 21 pessoas

Los últimos minutos del fatal vuelo – Una cobertura especial de Emol.com

Nem por engano a polícia pega bandido, mas inocente...


Mulher passou 51 dias presa por engano

"Nunca vou conseguir apagar da minha mente." É assim que a enfermeira Maria Heloísa de Oliveira, 51, fala sobre os 51 dias que passou presa por um erro da PF, que a confundiu com outra mulher de mesmo nome.

O dia era 26 de outubro de 2004. Às 6h, agentes da PF bateram na porta de sua casa. Disseram que cumpriam um mandado de prisão e a levaram à delegacia.

"Chegando lá, tinha uma delegada substituta. Os agentes disseram que eu não era a pessoa certa, mas ela só olhou os papéis e mandou me prender", conta.

Foi levada para a ala feminina do presídio de Caxias do Sul. Lá, Maria Heloísa ficou em uma cela de 7,5 m2 com 11 mulheres.

"Não tínhamos direito a uma tarde ou manhã de sol e não tinha cama para todas. Em uma parede, tinha um beliche de cimento. Nós dormíamos em quatro e as outras dormiam no chão", diz.

"Eu ficava a noite acordada. Não comia nem dormia porque tinha muito medo."
Um dia, um preso foi ferido e não recebeu assistência médica. Estourou uma rebelião. Os detentos faziam barulho e batiam na barra de ferro das celas. "Eu chorava e gritava desesperada."

Seu marido e suas duas filhas adolescentes também ficaram abalados. Uma delas perdeu dez quilos.

Ela foi solta de repente no 51º dia, sem receber explicação. "Não sabia onde estava, não lembrava de telefones, não sabia onde morava."
No mês passado, sua indenização saiu: R$ 197 mil. "Até hoje me trato em psiquiatra. Saí com uma depressão muito grande e tenho síndrome do pânico. Nada paga o que passei", disse. (AT)

Corrupção faz Brasil perder uma Bolívia


ESTUDO REVELA QUE RECURSOS DESVIADOS PODERIAM REDUZIR À METADE O NÚMERO DE CASAS SEM SANEAMENTO NO PAÍS

Pelo menos o valor equivalente à economia da Bolívia foi desviado dos cofres do governo federal em sete anos, de 2002 a 2008.

Cálculo feito a partir de informações de órgãos públicos de controle mostra que R$ 40 bilhões foram perdidos com a corrupção no período -média de R$ 6 bilhões por ano, dinheiro que deixou de ser aplicado na provisão de serviços públicos.

Com esse volume de recursos seria possível elevar em 23% o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família -hoje quase 13 milhões.
Ou ainda reduzir à metade o número de casas sem saneamento -no total, cerca de 25 milhões de moradias.
O montante apurado faz com que escândalos políticos de grande repercussão pareçam pequenos.

Na Operação Voucher, que no mês passado derrubou parte da cúpula do Ministério do Turismo, por exemplo, a Polícia Federal estimou o prejuízo em R$ 3 milhões.
Apesar de elevada, a quantia perdida anualmente está subestimada, pois não considera desvios em Estados e municípios, que possuem orçamentos próprios.
A estimativa, feita pelo economista da Fundação Getulio Vargas Marcos Fernandes da Silva, contabiliza apenas os desvios com recursos federais, incluindo os recursos repassados às unidades da federação.

Durante seis meses, o economista reuniu dados de investigações de CGU (Controladoria-Geral da União), Polícia Federal e TCU (Tribunal de Contas da União).
São resultados de inspeções em gastos e repasses federais para manter serviços de saúde, educação e segurança pública, por exemplo.

Os dados servem de base para inquéritos policiais e ações penais, além da cobrança judicial do dinheiro público desviado.

Para o autor, esses desvios têm custo social e econômico. "Privar as pessoas de saúde é privá-las de crescer, de aprender, de competir com igualdade. Para o Brasil, isso é perda de produtividade."

Em outra comparação, o pesquisador estima que, se os R$ 40 bilhões fossem aplicados na redução da desigualdade só por meio do Bolsa Família, a expectativa de vida do brasileiro poderia aumentar em dois anos e cinco meses em uma década.
Os desvios também afetam a capacidade de o país crescer e gerar empregos.
Tomando como base apenas o último ano do levantamento (2008), os recursos perdidos para corrupção equivalem a quase 20% dos investimentos do governo federal (R$ 28,2 bilhões).
Para o setor privado, que enfrenta dificuldades com os gargalos de infraestrutura, o prejuízo é evidente. No dia a dia das empresas, isso significa redução de competitividade em relação a concorrentes estrangeiros.
"Se as estradas não ficaram prontas ou estão em péssimo estado, fazendo com que os caminhões quebrem com frequência, é mais difícil entregar o produto", diz Marina Araújo, pesquisadora da Fundação Dom Cabral.

"Se não há escolas de qualidade, não há mão de obra pronta para trabalhar."

A fundação é a avaliadora do Brasil em duas pesquisas internacionais, do Fórum Econômico Mundial e do IMD (International Institute for Management Development), com sede na Suíça.
A opinião corrente dos cerca de 200 executivos brasileiros entrevistados, segundo Araújo, é que os políticos não merecem confiança, que há desperdício do dinheiro público e que a corrupção é fonte de dispersão de recursos.

Entre 139 países, o Brasil conseguiu apenas a 127ª posição no quesito confiança nos políticos.

Em 2010, a nota brasileira para esse item foi 1,8, sendo que a avaliação mais baixa é 1, e a mais alta, 7.

Com essa pontuação, o Brasil ficou atrás de um país como o Sri Lanka no quesito.
"Considerando a estabilidade econômica e política que temos no Brasil e a visibilidade do país, o resultado é muito ruim", diz Araújo.


MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

sábado, 3 de setembro de 2011

Maior parte da área desmatada da Amazônia foi transformada em pastos

Mais de 60% da área já desmatada na Amazônia foram transformados em pastos. A conclusão está em um levantamento divulgado nesta sexta-feira (2) e que, pela primeira vez, mapeou o uso das áreas desmatadas do bioma e mostrou o que foi feito com os 720 mil quilômetros quadrados de florestas derrubados até 2008 – uma área equivalente ao tamanho do Uruguai. A maior parte foi convertida para a pecuária.

O levantamento, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), dividiu a área desmatada em dez classes de uso, que incluem pecuária, agricultura, mineração, áreas de vegetação secundária, ocupações urbanas e outros.

A pecuária ocupa 62,1% de tudo o que foi desmatado no bioma, com pastos limpos – onde houve investimento para limpar e utilizar a área –, mas também com pastagens degradadas ou abandonadas. Na avaliação do diretor do Inpe, Gilberto Câmara, o número confirma a baixa produtividade da pecuária na região e que o desmatamento não gerou necessariamente desenvolvimento econômico.

“Mostra que a pecuária ainda hoje é extensiva e precisa de politicas públicas para se intensificar e usar a terra que foi roubada da natureza. Não é, nem do ponto de vista econômico, um uso nobre das áreas. Não fizemos da floresta o uso mais produtivo possível, que seria a agricultura.”

A produção agrícola ocupa cerca de 5% da área total desmatada na Amazônia. Apenas em Mato Grosso a agricultura representa um percentual significativo do uso das áreas que eram ocupadas originalmente por florestas.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a baixa participação da agricultura na ocupação das áreas desmatadas contrapõe o argumento de defensores de mudanças no Código Florestal, de que é preciso flexibilizar a lei para viabilizar a produção agrícola no país.
“Temos que eliminar da agenda falsas ideias, falsas colocações de que o meio ambiente impede o desenvolvimento da agricultura. Está provado que a agricultura anual, consolidada, não é a responsável pelo uso das terras desmatadas da Amazônia. É preciso aumentar a produtividade, menos de uma cabeça por hectare é algo inaceitável, é um desperdício substituir a floresta por algo que não dá retorno para o país”, avaliou.

Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, os novos dados poderão dar mais racionalidade ao debate sobre o Código Florestal no Senado. “Espero que essa racionalidade ilumine o Congresso, para que o debate se ancore mais nos dados para chegar ao equilíbrio entre potencial produtivo e preservação. O Brasil não tem porque flexibilizar o desmatamento, não tem razão nenhuma para desmatar, já temos área suficiente para aumentarmos a produção.”

Em 21% da área desflorestada, o Inpe e a Emprapa registraram vegetação secundária, áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas com espécies exóticas. Essas áreas, segundo Gilberto Câmara, do Inpe, poderão representar oportunidades de ganhos para o Brasil na negociação internacional sobre mudanças climáticas, porque funcionam como absorvedoras de dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa.
 
(Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NOSSA ROMA IMPERIAL DO SÉCULO XXI

China quer construir ferrovia de R$ 10 bi de Cuiabá a Santarém



Uma intenção do grupo chinês é construir a linha férrea para tornar mais ágil e eficiente o escoamento da soja - entre outros produtos - de cidades como Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop, no norte do Mato Grosso. Hoje esse trajeto é feito pela rodovia BR-163, que passa pelas mesmas cidades.

De Santarém, a produção parte de navio direto para a China, explica o secretário-extraordinário de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes de Mato Grosso, Francisco Vuolo.

Outra intenção dos chineses seria também usar a ferrovia como um canal de acesso mais barato para trazer importados aos mercados do Centro-Sul do país. Compõem a comitiva chinesa também funcionários da agência de promoção de exportações e investimentos do país, a Asian Trade & Investments (ATI).

Linha de 2 mil quilômetros

De acordo com Vuolo, a obra terá uma extensão de quase 2 mil quilômetros, o que, pelo custo médio das últimas ferrovias feitas no Brasil, poderia ter um orçamento estimado em até R$ 10 bilhões. Mas o valor vai variar muito conforme o estudo do relevo, que será feito pelos chineses durante a viagem – a construção de pontes ou túneis encarece muito a obra.


Esse trecho da Ferronorte, entre outros, era concedido à América Latina Logística (ALL) até o ano passado, mas a concessão foi devolvida ao governo federal por falta de interesse da companhia. Por isso, já existem estudos preliminares para a instalação do empreendimento.

Segundo Vuolo, os chineses da CMC poderão vir a construir esse ramal da Ferronorte em forma de Parceria Público-Privada (PPP) ou algum outro modelo de concessão. A estatal, que já assinou protocolo de intenções para fazer a obra, possui mais de 90 mil quilômetros de ferrovias já instalados na China e em outros países, diz Vuolo.

Vuolo explica que, inicialmente, os chineses tendem a construir a ferrovia nas proximidades da BR-163, porque a construção nesses arredores – a chamada “faixa de domínio” – ofereceria maior facilidade para conseguir licenças ambientais.

Governo deve ser chamado a dar apoio

A expedição foi acertada pelo governador do Estado, Silval Barbosa, em viagem à China no início deste ano. Até cem pessoas – entre elas 14 chineses – vão sair de Cuiabá no sábado para uma viagem de três dias. Entre os passageiros, estarão também profissionais da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O projeto da ferrovia não está no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e, a princípio, poderia ser um projeto 100% privado. No entanto, espera-se que os chineses queiram apoio financeiro do governo brasileiro para instalar a ferrovia, como ocorre no caso da fábrica da Foxconn, no Estado de São Paulo.

Futuramente, o governo do Estado de Mato Grosso espera que a ferrovia criada pelos chineses também possa se conectar à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) em Sorriso (MT) e que o ramal da Ferronorte ainda concedido, que vai de Rondonópolis (MT) a Cuiabá, seja concluído. Essas duas linhas se conectam à ferrovia Norte-Sul, que corta o País e, em breve, chegará aos portos mais relevantes do Brasil.

Projeto prevê aproveitamento até do caroço do açaí



 O presidente do Conselho Administrativo do Instituto Açaí, Arnaldo da Costa e Silva, apresentou nesta quinta-feira (1º) um projeto de beneficiamento de açaí e palmito no município de Igarapé-Miri, na região de integração do Tocantins, para a equipe de trabalho da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (Sedip).

O projeto prevê a implementação de uma unidade de beneficiamento de polpa de açaí, uma de palmito, uma de briquete - oriunda da compactação dos caroços do açaí e conhecida por lenha ecológica – e outra de ração. O presidente do Conselho Administrativo também informou sobre a previsão de produção de adubo orgânico por cooperativas de reciclagem e compostagem dos municípios de Cametá, Igarapé-Açu, Abaetetuba e Moju.

Segundo o assessor Airton Fernandes, da Sedip, o projeto apresenta um modelo de sustentabilidade ideal para a região, já que trabalha com a verticalização de toda a cadeia do açaí. “Ele aproveita tudo e traz soluções mapeadas na área de influência”, explicou Fernandes, referindo-se às ações sociais previstas.

De acordo com Arnaldo Silva, já existe uma estrutura administrativa na PA-407 para receber o projeto, que na fase inicial deve gerar 243 postos de trabalho. A grande novidade do projeto, ressaltou ele, é o aproveitamento da biomassa do açaizeiro, o briquete, mas além disso está prevista a comercialização de ração e adubo.

Custo - O projeto está orçado em cerca de R$ 18 mil, sem contabilizar o capital de giro, e prevê a produção de 253 mil kg por mês de polpas de fruta da Amazônia, incluindo o açaí. Outras frutas, como bacuri e cupuaçu, devem ser produzidas durante a entressafra do açaí. Para o palmito, a previsão é que sejam produzidos 120 mil kg mensais, levando em conta uma produção diária de oito horas.

Arnaldo Silva explicou ainda que a ideia é exportar 30% da polpa do açaí, e os 70% restantes devem ser utilizados em mix com outras frutas e como néctar.

Dentre as ações sociais previstas para os municípios da área de influência do projeto estão a construção de creche, cultivo de horta orgânica, instalação de piscicultura experimental, realização de atividades esportivas, inclusão digital, oficinas de educação ambiental, tecitura em palha e produção de biojoias, além de palestras sobre drogas. O projeto prevê ainda capacitações para os moradores da área de abrangência das unidades de produção.

(Agência Pará)