SIRTA, Líbia - O ex-ditador líbio Muamar Kadafi se tornou nesta
quinta-feira o primeiro líder a ser morto após ser deposto na Primavera
Árabe. Depois de dois meses escondido, ele foi encontrado ao tentar
fugir de Sirta, tomada nesta manhã por combatentes do Conselho Nacional
de Transição (CNT). Após muitas especulações, o ministro da informação
do conselho, Mahmoud Shammam, afirmou que o ex-ditador foi alvejado e
morreu. Pouco depois, o primeiro-ministro do governo interino, Mahmoud
Jibril, confirmou a informação, comemorando o fim definitivo da era
Kadafi, após 42 anos.
- Estávamos esperando por esse momento há muito tempo. Muamar
Kadafi foi morto - afirmou Jibril, em entrevista coletiva em Trípoli.
Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
domingo, 16 de outubro de 2011
Obras na Amazônia atraem 7 'trens-bala'
Investimentos somam, pelo menos, R$ 212 bilhões e
criam novo ciclo de expansão econômica na região
Plano cria saída para o agronegócio exportador e uma nova estrutura para geração de energia e exploração mineral
JULIO WIZIACK
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
O governo federal e o setor privado inauguraram um novo ciclo de desenvolvimento e ocupação da Amazônia Legal, onde vivem 24,4 milhões de pessoas e que representa só 8% do PIB brasileiro.
O pacote de investimento para os nove Estados da região até 2020 já soma R$ 212 bilhões. Parte já foi realizada. O valor deverá subir quando a totalidade dos projetos tiver orçamentos definidos.
Esse volume de recursos equivale a sete projetos do TAV (Trem de Alta Velocidade), pouco mais de quatro vezes o total de capital estrangeiro atraído pelo Brasil em 2010 e duas vezes o investimento da Petrobras para o pré-sal até 2015. Excluindo o total do investimento do país no pré-sal, os recursos a serem aportados na Amazônia praticamente vão se equiparar aos do Sudeste, principal polo industrial do país.
É o que indica levantamento feito pela Folha com base no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e nos principais projetos privados em andamento.
Basicamente, são obras de infraestrutura (energia, transporte e mineração). Juntas, elas criarão condições para a instalação de indústrias e darão origem a um corredor de exportação pelo "arco Norte", que vai de Porto Velho (RO), passando por Amazonas, Pará, até o Maranhão.
Essa movimentação de cargas será feita por uma malha logística integrada por rodovias, ferrovias e hidrovias que reduzirão custos de exportação, principalmente para o agronegócio, que hoje basicamente utiliza os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
ENERGIA AMAZÔNICA
O setor elétrico é a força motriz dessa onda de investimento. As principais hidrelétricas planejadas pelo governo serão instaladas na região e, com elas, também se viabilizarão as hidrovias.
Projetos como Belo Monte (PA), Jirau e Santo Antônio (RO), Teles Pires e o complexo do Tapajós (PA) fazem parte desse novo ciclo de ocupação, acelerando o processo que se iniciou ainda sob a batuta do governo militar. A Amazônia, que hoje participa com 10% da geração de energia no país, passará a 23%, até 2020. Em uma década, ela será responsável por 45% do aumento da oferta de energia no sistema elétrico brasileiro e se tornará um dos motores do crescimento.
CONTROVÉRSIAS
Para acelerar a implantação dos projetos, o governo federal estuda uma série de mudanças legais. Entre elas estão a concessão expressa de licenças ambientais, a criação de leis que permitam a exploração mineral em áreas indígenas e a alteração do regime de administração de áreas de preservação ambiental.
Há ainda no Congresso um projeto de lei que, caso seja aprovado, tornará obrigatória a construção de hidrelétricas juntamente com as eclusas, viabilizando o transporte hidroviário.
O atual modelo prevê a construção das usinas e somente a apresentação do projeto da eclusa, obra que deve ser feita pelo governo. O avanço sobre a Amazônia gera controvérsias entre ambientalistas, que acusam o governo de repetir um modelo de desenvolvimento não sustentável e que conduz a região ao colapso social. Para os ambientalistas, as obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Porto Velho (RO), e de Belo Monte, em Altamira (PA) são exemplos.
Plano cria saída para o agronegócio exportador e uma nova estrutura para geração de energia e exploração mineral
JULIO WIZIACK
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
O governo federal e o setor privado inauguraram um novo ciclo de desenvolvimento e ocupação da Amazônia Legal, onde vivem 24,4 milhões de pessoas e que representa só 8% do PIB brasileiro.
O pacote de investimento para os nove Estados da região até 2020 já soma R$ 212 bilhões. Parte já foi realizada. O valor deverá subir quando a totalidade dos projetos tiver orçamentos definidos.
Esse volume de recursos equivale a sete projetos do TAV (Trem de Alta Velocidade), pouco mais de quatro vezes o total de capital estrangeiro atraído pelo Brasil em 2010 e duas vezes o investimento da Petrobras para o pré-sal até 2015. Excluindo o total do investimento do país no pré-sal, os recursos a serem aportados na Amazônia praticamente vão se equiparar aos do Sudeste, principal polo industrial do país.
É o que indica levantamento feito pela Folha com base no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e nos principais projetos privados em andamento.
Basicamente, são obras de infraestrutura (energia, transporte e mineração). Juntas, elas criarão condições para a instalação de indústrias e darão origem a um corredor de exportação pelo "arco Norte", que vai de Porto Velho (RO), passando por Amazonas, Pará, até o Maranhão.
Essa movimentação de cargas será feita por uma malha logística integrada por rodovias, ferrovias e hidrovias que reduzirão custos de exportação, principalmente para o agronegócio, que hoje basicamente utiliza os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
ENERGIA AMAZÔNICA
O setor elétrico é a força motriz dessa onda de investimento. As principais hidrelétricas planejadas pelo governo serão instaladas na região e, com elas, também se viabilizarão as hidrovias.
Projetos como Belo Monte (PA), Jirau e Santo Antônio (RO), Teles Pires e o complexo do Tapajós (PA) fazem parte desse novo ciclo de ocupação, acelerando o processo que se iniciou ainda sob a batuta do governo militar. A Amazônia, que hoje participa com 10% da geração de energia no país, passará a 23%, até 2020. Em uma década, ela será responsável por 45% do aumento da oferta de energia no sistema elétrico brasileiro e se tornará um dos motores do crescimento.
CONTROVÉRSIAS
Para acelerar a implantação dos projetos, o governo federal estuda uma série de mudanças legais. Entre elas estão a concessão expressa de licenças ambientais, a criação de leis que permitam a exploração mineral em áreas indígenas e a alteração do regime de administração de áreas de preservação ambiental.
Há ainda no Congresso um projeto de lei que, caso seja aprovado, tornará obrigatória a construção de hidrelétricas juntamente com as eclusas, viabilizando o transporte hidroviário.
O atual modelo prevê a construção das usinas e somente a apresentação do projeto da eclusa, obra que deve ser feita pelo governo. O avanço sobre a Amazônia gera controvérsias entre ambientalistas, que acusam o governo de repetir um modelo de desenvolvimento não sustentável e que conduz a região ao colapso social. Para os ambientalistas, as obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Porto Velho (RO), e de Belo Monte, em Altamira (PA) são exemplos.
Belém - Mais um prédio que envolve técnicos do Real Class evacuado por riscos de problemas estruturais
Por solicitação da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, engenheiros especialistas fazem avaliações no edifício Wing, onde os moradores ficaram assustados após ouvir estalos,
na madrugada deste domingo (16). O prédio fica na rua Diogo Móia, entre
a travessa 14 de Março e a avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro do
Umarizal, em Belém.
Segundo informações do Tenente Benedito,
do Corpo de Bombeiros, os estalos ouvidos foram provocados pela
sobrecarga em um pilar, o qual entrou em colapso, causando o estouro do
concreto. De acordo com a Defesa Civil, a parte afetada situa-se em uma
área anexa ao edifício, que compõe a estrutura de garagem e piscina e
não integra o corpo do prédio. Por isso, o risco de desabamento do
edifício de 30 andares foi descartado.
Por medida de segurança, o perímetro da
Diogo Móia foi isolado e o edifício foi evacuado. Os moradores do
edifício La Vie En Rose, vizinho do Wing, e de outras cinco residências
da área também foram retirados do local. No total, 45 famílias foram
relocadas para dois hotéis de Belém, por providência do Governo do
Estado.
Os engenheiros Paulo Brígido e Paulo
Barroso, professor da UFPA e especialista em estrutura, fizeram um
diagnostico visual. A arquiteta da Defesa Civil, Rosário Ribeiro,
informou que uma empresa de engenharia foi acionada e realizou um
procedimento para escorar o pilar afetado. Foi colocada uma escora
metálica até que o reparo necessário seja feito. Os moradores só deverão
retornar aos apartamentos depois que o pilar for reestruturado.
Com um apartamento por andar e 30
andares, o Edifício Wing foi construído pela empresa Porte Engenharia
Ltda para um público Classe A. O diretor do Centro de Perícias Renato
Chaves, Orlando Salgado, confirmou que o profissional responsável pelos
cálculos estruturais deste edifício foi Raimundo Lobato da Silva, o
mesmo calculista responsável pelo edifício Real Class, da Real
Engenharia, que desabou em janeiro deste ano.
sábado, 15 de outubro de 2011
Educação - Chile no primeiro lugar da América Latina. Brasil, nos últimos 12 lugares dentre 65 países.
No
final do ano passado, a Organização para Cooperação dos Países
Desenvolvidos (OCDE) divulgou a quarta edição de seu Programa de
Avaliação Internacional de Estudantes, o Pisa. O Brasil melhorou pouco e
continuou entre as 12 últimas posições no ranking de 65 países. Do
outro lado do mundo, a cidade chinesa de Xangai e a Coréia do Sul
figuraram entre os primeiros colocados ao lado da sempre exemplar
Finlândia. Na América Latina, o primeiro lugar é do agora conturbado
sistema educacional chileno. O que leva estes países a estas posições?
A
presidente da Comunidade Educativa, Beatriz Cardoso, é uma das
brasileiras que melhor pode responder a esta pergunta. Ela passou dez
dias em cada um destes países para colaborar com a série especial
“Destino: Educação”, que estreia na próxima segunda-feira no Canal
Futura em parceria com o Sesi e vai ter também um capítulo sobre o
Canadá e outro sobre o Brasil.
Se
antes de embarcar já achava que o ranking era um dado isolado que devia
ser visto ao lado de outros fatores, na volta está convicta de que,
sozinho, ele “afunila” e descarta a reflexão. “O ranking tem que
existir, mas não pode ter a dimensão que ganha no Brasil”, diz ela. Por
quê? A resposta está na descrição que faz dos primeiros colocados na
entrevista a seguir.
iG: É possível tirar lições da educação de Xangai, Coreia do Sul, Finlândia e Chile para o Brasil?
Beatriz:
O objetivo era justamente contextualizar o sistema de ensino que gera
estes primeiros lugares no Pisa e desmistificar o ranking. Fomos tentar
entender qual a sociedade em que aqueles resultados aparecem e o que
está dando base para a escola funcionar daquela forma. Não fomos buscar
receita, mas compreensão do que está em jogo por trás do resultado e, aí
sim, se existem elementos para o Brasil refletir.
iG: O que leva estes países as primeiras posições?
Beatriz:
É a base cultural e socioeconômica. Em cada país por um motivo, mas é a
pressão ou a cultura geral que levam a educação a ser tão importante.
Isso nos faz pensar na nossa base, no que todos nós somos e queremos
ser.
iG: Qual país deixou a melhor impressão?
Beatriz:
A Finlândia me marcou inteira. Acho que é onde a gente tem mais a
aprender. Lá entendemos porque o sistema responde tão bem às
necessidades de todos: pela visão igualitária. Eles apostam em todos os
cidadãos como pessoas competentes, independente do que eles queiram
fazer. As carreiras técnicas são tão bem recebidas quanto as acadêmicas,
porque são fundamentais para a sociedade da mesma forma. Há uma
parceria muito grande com os pais, com os sindicatos, todo o sistema é a
favor da melhor escola possível para todos.
iG: As escolas seguem um modelo massificado como no Brasil ou são diferentes umas das outras?
Beatriz:
Lá o professor tem liberdade para fazer o que quiser. A palavra que me
ocorre para resumir o sistema finlandês é confiança. O professor confia
nos alunos e nas famílias e todos têm confiança de que o professor é
extremamente competente. Em uma entrevista a professora diz que a
obrigação dela é fazer com que o sistema crie condições para todos
aprenderem, não só ela. Eles têm essa percepção de que cada um é
importante.
iG: Como um país com sociedade tão diferente como a Coréia do Sul também consegue estar entre os primeiros?
Beatriz:
Eles também têm uma base cultural muito forte, mas ali o que põe a
educação em destaque na sociedade é a competição. Todo mundo no Brasil
cita o exemplo da revolução que a Coréia do Sul promoveu na Educação,
mas de que maneira? O compromisso com a educação é muito evidente, mas a
competitividade chegou a um ponto extremo. Todo mundo quer ir para a
melhor faculdade do mundo. Não é à toa que os índices de suicídio entre
os estudantes já são altíssimos. A situação chegou a um ponto que o
governo hoje tenta amenizar a pressão. As escolas estão proibidas de dar
aulas depois da meia-noite para que eles descansem. Se deixar, nem
dormem.
iG: O governo estabeleceu um limite máximo de tempo de estudo?
Beatriz:
É para que não estudem o dia inteiro. Eles já vão para a escola pública
às 7h30 da manhã e ficam até 4h da tarde, mas todo mundo vai para a
particular depois disso e fica até tarde da noite estudando. As famílias
cobram de forma muito pesada o resultado e as escolas focam nos
melhores, todos querem estar entre os melhores. Enquanto falávamos com
um bom aluno, o diretor estava visivelmente nervoso porque, para ele,
aqueles minutos eram preciosos, um talento não deveria estar perdendo
tempo dando entrevista.
iG: Nesta sociedade, os professores também tem autonomia?
Beatriz:
Têm muita autonomia porque são extremamente preparados. A disputa para
ser professor é enorme, uma vez que ele consegue a vaga é o dono da sua
cadeira. Mas a competição perversa o atinge também. A pressão é enorme.
iG: Qual a grande motivação na China?
Beatriz:
Esse é um caso muito interessante e complexo, toda a cultura deles é
diferente para a gente. Todo mundo vai para a faculdade, não sei o que
vai acontecer daqui 15 anos. A pressão é parecida com a da Coréia, mas
ali é pela responsabilidade que o menino tem de cuidar da família. São
todos filhos únicos e não existe sistema de previdência. A segurança
financeira dos pais e avós depende do sucesso do estudante. Isso gera
responsabilidade e cobrança bem grandes. Além disso, a base cultural é
totalmente diferente. Não existe namorar, por exemplo. Não faz parte da
rotina sair para passear, eles só pensam na universidade. Vão para casa
depois da aula e continuam estudando.
iG:
Outro país visitado pela sra., o Chile, tem passado por protestos de
estudantes. O sistema merece ter recebido a melhor colocação da América
Latina?
Beatriz:
O Chile foi o primeiro que visitamos, em fevereiro, antes dos
protestos, mas já tínhamos a sensação de que o modelo era insustentável.
A colocação, que nem é tão boa (eles são o 45º lugar, se destacam pelo
primeiro lugar na América Latina) se deve muito pelo fato de metade das
matrículas serem do sistema particular. No Brasil, cerca de 90% dos
estudantes estão no sistema público. Efetivamente a grande questão que
apareceu no Chile foi a desigualdade, quem é pobre tem um tipo de
escola, quem é rico, outro. Há conquistas, uma das coisas mais
interessantes é o pacto pela educação, nós percebemos que eles colocam
isso acima de um governo ou de outro, mas também não estão tão bem
assim.
iG: Depois de conhecer esses lugares, qual papel a sra. atribui a listas como o Pisa?
Beatriz:
O ranking é inevitável, não pode ser proibido, mas não pode ter a
dimensão que ganha no Brasil. Na Finlândia, por exemplo, ninguém está
preocupado com isso, o ranking não é sequer mencionado. Esta coisa de
publicar lista de escola foca a avaliação no lugar errado. A prova é uma
das medidas do sistema. Olhar só o Pisa, assim como o Enem, é afunilar o
julgamento. Tem muita coisa por trás dos números.
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Fonte: Ig Educação |
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