segunda-feira, 2 de abril de 2012

Diretor do Banco Mundial visita Belém do Pará.


CONVITE ESPECIAL

A Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração – SEICOM, do Governo do Estado do Pará, receberá a visita da Diretoria do Banco Mundial presidida pelo Dr. Paulo de Sá que é o responsável pelo gerenciamento da política mineral do Banco. A visita objetiva estreitar parcerias internacionais a fim de contribuir para que o setor mineral seja um vetor de autêntico desenvolvimento do Estado do Pará em bases sustentáveis.
Neste sentido, a SEICOM tem a honra de lhe convidar a participar da palestra "Panorama da Mineração Mundial: tendências e desafios", a ser proferida pelo Sr. Paulo de Sá, Chefe da Divisão de Mineração, Óleo e Gás do Banco Mundial.
A palestra acontecerá no dia 04 de abril (quarta-feira), no horário de 17h00 às 20h00, no Auditório do Centro de Ciências Jurídicas, Campus Profissional da UFPA, Rua Augusto Corrêa, nº01.

Agradecemos o seu comparecimento, ao tempo em que recomendamos o cumprimento estrito do horário da convocatória. 

Diretor do Bird defende proibição de registro de terras em nome de desmatadores


O novo Código Florestal precisa prever, claramente, o impedimento de registro e aquisição de terras por produtores que cometeram crimes ambientais no país, se quiser efetivamente servir de instrumento para reduzir o desmatamento ilegal e o comércio ilegal de madeira. A opinião é do diretor de Operações para o Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial (Bird) , Mark Lundell, que defende que a nova lei siga exemplos como o do Programa Terra Legal, na Amazônia.

“O programa, basicamente, mandou um sinal muito claro a quem está pensando em desmatar: ele nunca vai conseguir o título de propriedade de terra. Acho que, com esse sinal, a fronteira está fechando e não vai ter como legalizar as ocupações feitas nos últimos anos, porque [o desmatador] não terá retorno financeiro”, avaliou.

O Terra Legal foi criado há três anos, combinando ações de regularização fundiária e combate à grilagem em 43 municípios do Amazonas, Maranhão, Pará, de Mato Grosso, Rondônia e Roraima, considerados campeões do desmatamento no Brasil.

Para Lundell, essa foi uma das medidas que contribuiram para a redução de quase 70% do desmatamento no país. O diretor do Bird ainda aponta outras medidas adotadas pelo governo brasileiro, como a decisão Conselho Monetário Nacional que cortou o acesso a financiamentos para pecuaristas que não demonstraram conformidade com leis ambientais.
De 2006 até hoje, o desmatamento no Brasil caiu, na média anual, de 2,5 milhões de hectares para 600 mil hectares. Apesar disso, o Banco Mundial divulgou um estudo que alerta para o problema no mundo inteiro.

De acordo com o relatório Justiça para as Florestas, em todo o mundo, os lucros da extração ilegal de madeira variam entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões ao ano. O Bird ainda aponta que a atividade ilegal impede que países emergentes recebam cerca de US$ 5 bilhões em impostos e royalties. Segundo o estudo, parte desses recursos é usado em práticas corruptas envolvendo autoridades.

Lundell acredita que esse problema está sendo vencido no Brasil. Segundo ele, o estudo faz referência, no caso brasileiro, a fatos ocorridos no passado em Mato Grosso, “onde, também, nos últimos dois anos, o desmatamento caiu bastante”. Também disse que o governo brasileiro demonstrou que não tem problemas com a aplicação de recursos nessas ações, mas que precisa investir mais em planejamento. Lundell acredita que a ampliação do Cadastro Ambiental Rural pode colaborar para que sejam atingidos melhores resultados.

“Tem que ter programas federais que ajudem os estados a se estruturar para implementar o Cadastro Ambiental Rural com foco, principalmente, no Cerrado e na Amazônia. Sem o cadastro é difícil saber quem desmatou ilegalmente. Os sistemas atuais identificam o desmatamento, mas não têm como mostrar quem fez e em qual propriedade foi feito o desmatamento”, explicou.

Por: Carolina Gonçalves
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Vinicius Doria

domingo, 1 de abril de 2012

....Silêncios denunciam imprensa no caso Demóstenes....

Pior do que o sensacionalismo, é o sensacionalismo seletivo, que só explora vícios de quem incomoda
Demóstenes Torres é promotor de justiça. Foi Procurador Geral da Justiça em Goiás e secretário de segurança do mesmo Estado.

No Senado, é reputado como um homem da lei, que a conhece como poucos. Além de um impiedoso líder da oposição, é vanguarda da moralidade e está constantemente no ataque às corrupções alheias. A mídia sempre lhe deu muito destaque por causa disso.

De repente, o encanto se desfez.

O senador da lei e da ordem foi flagrado em escuta telefônica, com mais de trezentas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, de quem teria recebido uma cozinha importada de presente.

A Polícia Federal ainda apura a participação do senador em negócios com o homem dos caça-níqueis e aponta que Cachoeira teria habilitado vários celulares Nextel fora do país para fugir dos grampos. Um deles parou nas mãos de Demóstenes.

Há quase um mês, essas revelações têm vindo à tona, sendo a última notícia, um pedido do senador para que o empresário pagasse seu táxi-aéreo.

Mesmo assim, com o potencial de escândalo que a ligação podia ensejar, vários órgãos de imprensa evitaram por semanas o assunto, abrandando o tom, sempre que podiam.

Por coincidência, são os mesmos que se acostumaram a dar notícias bombásticas sobre irregularidades no governo ou em partidos da base, como se uma corrupção pudesse ser mais relevante do que outra.

Encontrar o nome de Demóstenes Torres em certos jornais ou revistas foi tarefa árdua até para um experiente praticante de caça-palavras, mesmo quando o assunto já era faz tempo dominante nas redes sociais. Manchetes, nem pensar.

Avançar o sinal e condenar quando ainda existem apenas indícios é o cúmulo da imprudência. Provocar o vazamento parcial de conversas telefônicas submetidas a sigilo beira a ilicitude. Caça às bruxas por relações pessoais pode provocar profundas injustiças.

Tudo isso se explica, mas não justifica o porquê a mesma cautela e igual procedimento não são tomados com a maioria dos "investigados" - para muitos veículos da grande mídia, a regra tem sido atirar primeiro, perguntar depois.

Pior do que o sensacionalismo, no entanto, é o sensacionalismo seletivo, que explora apenas os vícios de quem lhe incomoda. Ele é tão corrupto quanto os corruptos que por meio dele se denunciam.

Todos nós assistimos a corrida da grande imprensa para derrubar ministros no primeiro ano do governo Dilma, manchete após manchete. Alguns com ótimas razões, outros com acusações mais pífias do que as produzidas contra o senador.

Não parece razoável que um órgão de imprensa possa escolher, por questões ideológicas, empresariais ou mesmo partidárias, que escândalo exibir ou qual ocultar em suas páginas. Isso seria apenas publicidade, jamais jornalismo.

Durante muito tempo, os jornais vêm se utilizando da excludente do "interesse público" para avançar sinais na invasão da privacidade ou no ataque a reputações alheias.

A jurisprudência dos tribunais, em regra, tem lhes dado razão: para o jogo democrático, a verdade descortinada ao eleitor é mais importante do que a suscetibilidade de quem se mete na política.

Mas onde fica o "interesse público", quando um órgão de imprensa mascara ou deliberadamente esconde de seus leitores uma denúncia de que tem conhecimento?

O direito do leitor, aquele mesmo que fundamenta as imunidades tributárias, o sigilo da fonte e até certos excessos de linguagem, estaria aí violentamente amputado.

Porque, no fundo, se trata mais de censura do que de liberdade de expressão.

Do Blog. 

 Sem Juízo, por Marcelo Semer


SAÚDE - Ex-assessor especial de ministro admite ter recebido propina


Auxiliar de Alexandre Padilha (Saúde) até dezembro, Edson Oliveira afirmou que deputado lhe repassou R$ 200 mil 

À 'Veja", o ex-assessor fala que foi chantageado após isso; ministro diz que não sabia do caso e que pediu investigação  
DE BRASÍLIA

Assessor especial do ministro Alexandre Padilha (Saúde) até dezembro, Edson Pereira Oliveira admitiu ter recebido R$ 200 mil de propina para pagamento de dívida de campanha.
De acordo com reportagem da revista "Veja", Oliveira afirma que passou, desde então, a ser alvo de chantagem de um grupo de parlamentares do Rio de Janeiro que teriam o objetivo de manter um esquema de corrupção em órgãos de saúde do Estado.

Em entrevista na manhã de ontem, Padilha afirmou que só soube da história ao ser procurado pela revista, na segunda-feira, e que pediu investigação à Polícia Federal ainda na semana passada.

Segundo ele, uma auditoria da CGU (Controladoria Geral da União), ainda em andamento, avalia todos os contratos de empresas e laboratórios com os seis hospitais federais no Rio, foco dos desvios, segundo a revista.

"Consideramos o fato extremamente grave, que se associa a outros fatos graves que o ministério detectou desde que começou a reforma administrativa dos hospitais do Rio, em fevereiro de 2011", disse o ministro da Saúde. "Os fatos serão apurados até o fim, vamos tentar reaver os recursos desviados da saúde".

Sobre a guerra partidária pelo controle dos recursos e dos hospitais federais no Rio, que segundo a "Veja" envolve o PT, partido do ministro, e PMDB, sigla de seu ex-assessor especial, Padilha afirmou não acreditar em uma guerra político-partidária. "Há um combate contra o desperdício do dinheiro publico na saúde".

Segundo dados do Ministério da Saúde, 40 contratos da pasta com instituições médicas -como contratos de obras, locação de equipamentos e fornecimentos de medicamentos- foram suspensos desde o início do ano passado. A revisão de contratos teria resultado em economia de mais de R$ 50 milhões.

Amigo de Padilha desde os movimentos estudantis, Oliveira acusa os deputados Nelson Bornier (PMDB), Aúreo (PRTB) e Marcelo Matos (PDT) de exigirem a indicação de diretores de hospitais federais no Rio de Janeiro, especialmente Bonsucesso, Lagoa e Ipanema, com objetivo de obter uma mesada.

Oliveira disse que foi chantageado após aceitar dinheiro de um deputado hoje sem mandato, Cristiano (PTdoB), para pagamento de uma dívida de sua campanha a uma prefeitura no interior da Bahia, nas eleições de 2008.

Procurado pela Folha, Bornier nega que tenha chantageado o ex-assessor do ministro: "Padilha está querendo virar o jogo. Encontrei esse Edson uma vez. Nunca pedi nomeação. Pedido de nomeação se faz em papel".

Fidel diz ter falado sobre estrelas e vida extraterrestre com assessores de João Paulo 2º há 14 anos

O líder cubano Fidel Castro, que se reuniu com o papa Bento 16 em sua visita a Cuba, comentou, em um artigo publicado na noite de quinta-feira, o diálogo que manteve há 14 anos com dois assessores de João Paulo , entre eles seu porta-voz, Joaquín Navarro Valls, sobre as estrelas e a vida extraterrestre.

"Quando o papa João Paulo  visitou nosso país em 1998, mais de uma vez antes de sua chegada conversei sobre variados temas com alguns de seus enviados", afirmou Fidel no artigo "A necessidade de enriquecer nossos conhecimentos", no qual comenta que a notícia veículada na quinta-feira por um observatório europeu a respeito da possibioidade de exitir bilhões de planetas potencialmente habitáveis em nossa galáxia.

"Recordo particularmente a ocasião em que nos sentamos para jantar (...) Perguntei a Navarro Valls: o senhor acha que o imenso céu com milhões de estrelas foi feito apenas para o prazer dos habitantes da Terra quando nos dignamos a olhar para cima à noite? 'Com certeza', ele me respondeu. 'É o único planeta habitado no Universo'".

"Eu me dirigi então para um sacerdote (presente no jantar) e perguntei: 'O que acha disso, padre? Ele me responde: 'A meu ver, há 99,9% de possibilidades de que exista vida inteligente em algum outro planeta'. A resposta não violava nenhum princípio religioso (...). Era o tipo de resposta que eu considerava correta e séria", afirmou Fidel em seu artigo, sem revelar o nome do sacerdote.

Um grupo internacional do HARPS, um espectrógrafo que equipa o telescópio do Observatório Europeu Austral (ESO) no Chile, descobreu nove "super Terras" em uma simples amostra de 102 estrelas do tipo "anã vermelhas", informou a instituição na quinta-feira, em Paris.

Se estas "super Terras" estão situadas numa zona onde a temperatura propicia a existência de água líquida, teoricamente poderão ter alguma forma de vida, afirmou ESO.

sábado, 31 de março de 2012

As Alturas de Machu Picchu

Pecado mortal - Painel


Ainda que, juridicamente, Demóstenes Torres (DEM-GO) aposte no sucesso da estratégia de pedir a anulação das provas obtidas na Operação Monte Carlo, que prendeu seu amigo Carlinhos Cachoeira, sua situação no campo político se tornou insustentável. O tiro de misericórdia foi o vazamento de grampos de 2009 nos quais aparece discutindo com o contraventor projeto que poderia "regulamentar" os jogos de azar.

Ao se defender na tribuna do Senado, Demóstenes disse que não sabia das atividades ilegais do amigo. Mentir para os pares é o caso mais clássico de quebra de decoro, que já levou outros senadores ao cadafalso.

Reprise Para a Polícia Federal, a estratégia da defesa de Demóstenes lembra a usada para melar a Operação Castelo de Areia. A investigação -que envolveu políticos, agentes públicos e construtoras- foi engavetada em 2010, quando o STJ anulou os grampos que a integravam.

Mundo da lua Na última vez que conversou com a cúpula do DEM, Demóstenes afirmou que acreditava no arquivamento do processo no Conselho de Ética. Depois disso, afirmou, tiraria uma licença de quatro meses.

Na real Caciques do partido, no entanto, afirmam que agirão com o senador como procederam com José Roberto Arruda, que foi expulso após o mensalão do DEM no governo do DF. "Ninguém vai segurar o Demóstenes", diz um membro da Executiva.

VERA MAGALHÃES painel@uol.com.br

Pará - PF investiga fraude em títulos minerários

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar fraude envolvendo os títulos minerários da Ônix Empreendimentos Minerários, concedidos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Segundo as investigações iniciais, as fraudes envolvem a empresa e servidores do órgão. A fraude também teria gerado diversos crimes ambientais praticados pela Ônix, conforme comprovou a operação de fiscalização conjunta da Divisão Especializada em Meio Ambiente da Polícia Civil (Dema) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

De acordo com o Inquérito Policial de número 213/2012, aberto pela Polícia Federal no Pará, a empresa Ônix Empreendimentos Minerários teria o apoio de servidores do DNPM para fraudar títulos minerários de jazidas de areia e seixo no município de Vitória do Xingu. De acordo com as investigações, a empresa Ônix Empreendimentos Minerários pertence aos sócios Eduardo Toledo e Joelson Camilo.

Eduardo é diretor do Grupo CR Almeida, do falecido empresário Cecílio Rego Almeida, acusado de ter grilado uma área maior do que muitos países, no sudeste do Pará, nos anos 90. A proximidade de Eduardo Toledo com a região surgiu nessa época, já que era ele quem comandava as operações da CR Almeida em Altamira e região, na condição de advogado do grupo, conforme denúncias da época. (José Ibanês/Diário do Pará/De Altamira)

Belo Monte: polícia flagra atividades ilegais

Polícia fecha extração ilegal de areia e seixo próximo às obras de Belo Monte, em Altamira (Foto: Divulgação/Dema)
 Uma operação conjunta da Divisão Especializada em Meio Ambiente da Polícia Civil (Dema) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) flagrou diversos crimes ambientais cometidos pela empresa Ônix Empreendimentos Minerários, no município de Vitória do Xingu, próximo às obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. Sem licenciamento, a empresa extraía areia e seixo em uma área localizada no KM 55 da rodovia Transamazônica e estaria vendendo para as empresas que fazem a obra da usina.

Realizada durante toda a semana, a operação autuou a empresa, multou e embargou as suas atividades, apreendendo maquinários e equipamentos.  A Dema abriu um inquérito contra a Ônix, desta vez para apurar os crimes ambientais, o que pode levar até mesmo à prisão dos sócios Eduardo Toledo e Joelson Camilo, que durante a operação não foram encontrados, mas foram intimados a dar explicações da Delegacia de Polícia de Altamira.

Segundo a delegada Maria Teresa Macedo, da Dema, a empresa cometeu diversos crimes ambientais, como abertura de estrada sem licença ambiental, exploração, transporte e comercialização de areia e seixo sem qualquer licença dos órgãos ambientais. A empresa teve as atividades paralisadas e as dragas que faziam a extração de minério no leito do rio Xingu foram apreendidas e levadas para o município de Altamira.

Na quinta-feira (29), os agentes da Dema voltaram ao local, desta vez acompanhados de uma equipe de fiscais da Sema, peritos do Instituto Renato Chaves e policiais civis. Foram constatados diversos crimes ambientais e desta vez os maquinários foram apreendidos, impedindo a continuidade das operações ilegais da Ônix no local. A fiscalização concluiu que a empresa ainda operava de forma clandestina um porto no local e estava ampliando o mesmo, a fim de receber as balsas que levam equipamentos e máquinas para as obras de Belo Monte.

A assessoria de imprensa do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) disse desconhecer a informação de que o material extraído ilegalmente pela Ônix era utilizado nas obras da hidrelétrica. Mas, de acordo com testemunhas que trabalham no local, todos os dias, dezenas de caçambas do CCBM iam até a área da Ônix para buscar areia. Na última terça-feira (27), após a primeira operação da Dema no local, as caçambas do CCBM não voltaram mais à área, mas as máquinas continuaram trabalhando. A assessoria ficou de esclarecer o assunto, mas até às 10 horas de ontem, não havia retornado. 
(José Ibanês/Diário do Pará/De Altamira)

Uma amostragem de como as Teles cuidam da Amazônia

sexta-feira, 30 de março de 2012

Uma corrida científica para salvar o chocolate


O agrônomo de 31 anos está em busca de um cacaueiro mais resistente e produtivo. Seu progresso — e o de pesquisadores como ele em outras regiões produtoras de cacau — está sendo observado de perto pelos grandes fabricantes mundiais de doces, como a americana Mars Inc., que faz o M&M. O motivo dessa busca são temores de que o cacau produzido hoje vem de pés por demais velhos, frágeis e pouco produtivos para satisfazer o crescente apetite mundial por chocolate.

Fredy Pinchi Pinchi caminha pela mata amazônica aqui numa missão: salvar o chocolate.

Devido à crescente demanda em mercados emergentes, empresas de alimentos e negociadores de commodities estão prevendo que o consumo mundial de cacau vá crescer 25%, para cerca de 5 milhões de toneladas, até 2020. Pessoas do setor dizem que cacaueiros novos e melhores são vitais para o suprimento futuro — e para que o chocolate continue sendo um luxo acessível.

"Estou procurando uma planta de elite. Essa é a meta", disse Pinchi. "Há muita gente que depende do cacau."

Mas o tempo está correndo. O processo de enxertar diferentes tipos de cacaueiros para obter a mistura genética certa leva anos, e está longe de ser certeiro. Uma vez plantado, o pé de cacau leva pelo menos quatro anos para começar a dar frutos bons para processamento.
"Para a saúde de longo prazo da indústria de cacau, variedades de alto rendimento precisam ser identificadas, propagadas e distribuídas", disse Kip Walk, diretor de cacau da Blommer Chocolate Co., que fornece chocolate para muitas grandes fabricantes de alimentos.

Enquanto isso, as plantas atuais continuam lutando contra as forças da natureza. Na África Ocidental, região que mais produz cacau no mundo, golpes de vento quente este ano secaram pés de cacau. A perspectiva de uma safra prejudicada provocou alta de 15% nos preços do cacau em relação ao preço mais baixo em três anos atingido em dezembro. Os futuros de cacau fecharam ontem a US$ 2.223 a tonelada, em queda de 3,1% no dia.

Dado o estado frágil dos cacaueiros e a forte demanda, é só uma questão de tempo até que haja falta de cacau e os preços disparem, disse Julian Rundle, diretor de investimento da Dorset Management, uma firma americana de investimento alternativo.

A demanda de cacau deve superar a oferta este ano em 71.000 toneladas, segundo estimativas da Organização Internacional do Cacau, sediada em Londres.

Só uma fração das milhares de variedades de pés de cacau existentes são cultivadas para produzir chocolate, porque plantar cacau sempre foi um negócio de baixas margens que não atrai investimentos. Essa prática de plantar cacaueiros geneticamente similares deixa populações inteiras vulneráveis quando atingidas por alguma doença contra a qual não têm resistência.

Em plena floresta, Pinchi está a postos para mudar isso. Ele passa por fileiras enlameadas de mudas, acariciando brotos de cor lima-limão, checando seu peso e tamanho. Ele e sua equipe do Instituto de Culturas Tropicais, um centro de pesquisa no norte do Peru, coletaram centenas de variedades de cacau da floresta tropical sul-americana e estão testando sua capacidade de produzir mais frutas, e maiores. Pesquisadores na Costa do Marfim e em Gana fazem estudos semelhantes.
[wsjamb1mar30]

O nome científico do cacaueiro é Theobroma cacao, algo como "comida dos deuses", em grego. Conforme o chocolate passou de um regalo para ocasiões especiais para um prazer diário, grandes áreas de mata foram cortadas nos anos 70 e 80 para dar espaço a cacauais, que agora cobrem cerca de 7,4 milhões de hectares. Mas a indústria sofreu um golpe quando um fungo conhecido como vassoura-de-bruxa dizimou mais de metade da produção de cacau do Brasil entre 1990 e 2010.

Executivos do setor esperam evitar outra crise de cacau, razão pela qual estão pondo suas esperanças em pesquisadores como Pinchi. Expandir a área plantada não é uma opção, devido à ampla oposição contra mais devastação de florestas tropicais — o único terreno bom para o cacau.

"Até 2020, precisamos de outra Côte d'Ivoire", disse Howard-Yana Shapiro, diretor de ciência de plantas e pesquisa externa da Mars, referindo-se à Costa do Marfim. Shapiro liderou uma equipe a que se atribui o mapeamento do genoma do cacaueiro em 2010. Ele mantém registros do trabalho conduzido pela equipe de Pinchi e outros pesquisadores.
"Há duas alternativas. Uma, cortamos todas as árvores dos trópicos e só plantamos cacau, o que seria um grande desastre. Ou aumentamos" o rendimento das plantas, disse Shapiro.
É certo que nem todo mundo está tão pessimista.

Kona Haque, estrategista de commodities do Macquarie Bank, admite que os preços do cacau tendem a subir, mas acha que previsões de que eles vão dobrar no longo prazo são exageradas. "A demanda vai continuar crescendo, mas, com o preço certo, o suprimento também", disse ela. "Eu acredito que o preço do cacau vai subir 50% em 10 anos."
Pinchi, porém, acredita que ele e seus colegas vão chegar ao cacaueiro certo antes que os preços amarguem o chocolate do mundo.

"A Amazônia é a origem do cacau", disse ele. "Há muita diversidade, o que nos dá muitas opções."
  
Por LESLIE JOSEPHS, de Tarapoto, Perú
WSJ Americas

EUA estão perdendo a batalha para os hackers

O principal agente de crimes cibernéticos do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, fez uma avaliação sombria dos esforços do país para proteger as redes de dados das empresas dos ataques de hackers de computadores: "Nós não estamos ganhando", disse ele.
HACKER
Shawn Henry, diretor-assistente executivo do FBI. Enlarge Image
Shawn Henry, diretor-assistente executivo do FBI.
Shawn Henry, que se prepara para deixar o FBI depois de mais de duas décadas na agência, disse numa entrevista ao The Wall Street Journal que a abordagem atual tanto do governo quanto do setor privado para defender-se de hackers é "insustentável''. Os criminosos cibernéticos são simplesmente muito talentosos e as medidas defensivas muito fracas para impedi-los, disse ele.

Seus comentários não foram dirigidos a uma legislação específica, mas foram feitos num momento em que o Congresso americano considera dois projetos de lei concorrentes, concebidos para reforçar as redes de empresas de infraestrutura crítica do país, tais como usinas de energia e reatores nucleares. Embora poucos especialistas em segurança cibernética discordem sobre a necessidade de melhorias de segurança, defensores da iniciativa privada têm argumentado que as novas regulamentações incluídas em um dos projetos de lei provavelmente não aumentarão a proteção das redes de computadores.

Henry, que está deixando o governo para trabalhar em uma firma de segurança cibernética em Washington, disse que as empresas precisam fazer grandes mudanças na maneira que usam suas redes de computadores para evitar maiores danos à segurança nacional e à economia. Muitas empresas, desde grandes multinacionais a pequenas firmas iniciantes, falham em reconhecer os riscos financeiros e legais que estão tomando — ou os custos em que provavelmente já incorreram sem saber — ao operar com redes vulneráveis, disse.
"Não vejo como nós sairemos dessa situação sem fazer mudanças na tecnologia e mudanças no comportamento, porque o modelo atual é insustentável. Insustentável porque você nunca avança, nunca se torna mais seguro, nunca têm uma expectativa razoável de privacidade ou segurança'', disse Henry.

James A. Lewis, pesquisador sênior sobre segurança cibernética do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse que, por mais sombria que a avaliação de Henry possa parecer, "eu sou na verdade ainda mais pessimista. Acho que perdemos a batalha de entrada [contra os hackers]". Lewis diz que não acredita que exista nos EUA uma única rede de computadores não restrita que seja segura.
"Há uma espécie de desejo deliberado de não admitir como as coisas estão ruins, tanto no governo quanto, certamente, no setor privado, então dá para entender porque [Henry] se sente frustrado'', acrescentou.
A lista de vítimas famosas de hackers inclui a Sony Corp. Segundo a empresa, no ano passado hackers tiveram acesso a informações pessoais de 24,6 milhões de clientes de um serviço de jogos online da empresa — parte de um ataque maior à Sony que comprometeu dados de mais de 100 milhões de contas. A Nasdaq OMX Group Inc., operadora da bolsa eletrônica Nasdaq Stock Market, também admitiu no ano passado que hackers haviam invadido parte de uma rede do grupo: a Directors Desk, um serviço para os conselhos de administração das empresas comunicar e compartilhar documentos. Já a firma de segurança na internet HBGary Federal foi infiltrada pelo grupo de hackers Anonymous, que roubou dezenas de milhares de e-mails internos.

Henry teve um papel fundamental na expansão dos poderes de segurança cibernética do FBI. Em 2002, quando o órgão se reorganizou para alocar mais recursos à proteção de redes de computadores, o FBI tinha quase 1.500 casos de hacking.
Oito anos depois, o número de casos crescera para mais de 2.500.
Henry disse que os agentes do FBI estão cada vez mais topando com dados roubados de empresas cujos executivos sequer sabiam que seus sistemas haviam sido violados.
"Descobrimos seus dados no meio de outras investigações", disse. "É um choque para eles. Em muitos casos, a invasão vinha ocorrendo por meses, em alguns casos por anos, o que significa que um adversário havia tido total visibilidade de tudo que ocorria naquela rede, potencialmente".

Henry disse que, embora muitos executivos de empresas reconheçam a gravidade do problema, vários outros não — o que é motivo de frustração para ele. Mas, mesmo quando a empresa reforça as defesas, seus sistemas seguem sendo invadidos, disse. "Estamos jogando na defesa há tempo demais […]. Só é possível erguer uma cerca até certa altura, e o que estamos vendo é que o ataque ultrapassa a defesa, e que o ataque é melhor que a defesa ", disse ele.
Henry disse que uma empresa precisa mudar certas coisas para criar redes de computadores mais seguras. Segundo ele, os dados de maior valor simplesmente devem ser mantidos fora da rede. Henry citou o caso recente da invasão de uma empresa não identificada na qual, segundo ele, o equivalente a dez anos de pesquisa e desenvolvimento, no valor de mais de US$ 1 bilhão, foi roubado por hackers.

Ele acrescentou que empresas precisam fazer mais do que apenas reagir a invasões. "Em muitos casos, a habilidade do adversário é tamanha que [o invasor] simplesmente salta por cima da cerca, e [a empresa] nunca ouve o alarme disparar", disse. Empresas precisam "sair à caça dentro do perímetro da rede", acrescentou.
  
Por DEVLIN BARRETT

WSJ Americas

Presidente do PT apoia cassação de Demóstenes. Ótimo!!

SÃO PAULO - O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, defendeu nesta sexta-feira a cassação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), flagrado em conversas gravadas pela Polícia Federal com o empresário de jogos clandestinos Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.

Na avaliação do presidente nacional do PT houve quebra de decoro parlamentar e, por isso, o senador deve ser cassado. “Se a Comissão de Ética [do Senado] entender que houve quebra de decoro e no meu entendimento está havendo, a medida da punição é a cassação. Há uma relação muito estreita entre o senador e Carlinhos Cachoeira”, afirmou Falcão, depois de participar de um seminário sobre Governança Metropolitana, organizado pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula, em São Paulo.

O PT já representou na Procuradoria Geral da República, pedindo que o senador seja investigado e requereu do procurador-geral da República “explicações sobre a demora”, segundo o partido, para proceder investigações em torno de denúncias que já haviam sido feitas contra o senador do DEM.


O PSOL entrou com pedido no Conselho de Ética do Senado para que o caso seja analisado pelos senadores. Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal autorizou quebra de sigilo bancário de Demóstenes e requisitou a lista de memendas ao Orçamento apresentadas pelo senador para analisar se usou o cargo para favorecer Cachoeira.

(Cristiane Agostine / Valor)

Aproximação de Lula e FHC não supera diferenças entre partidos. Quais diferenças?.

SÃO PAULO - A recente aproximação dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso não reduz as diferenças políticas e ideológicas entre PT e PSDB, avaliou o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão.

FHC visitou o ex-presidente Lula no hospital na terça-feira, posou para fotos e foi um dos primeiros a receber a notícia do fim do câncer do petista. Adversários políticos há duas décadas, os dois ex-presidentes conversaram sobre a possibilidade de construir uma agenda comum aos institutos mantidos pelo petista e pelo tucano.

O presidente nacional do PT, no entanto, minimizou a importância desse gesto e negou que haja uma aproximação política em curso. “Foi uma visita de cortesia e solidariedade. Não passa disso”, reforçou Falcão. “Aproximação no plano de ter eventos comuns dos dois institutos é possível, mas não se confunde com a disputa eleitoral e nem elimina as grandes distâncias programáticas existentes entre PT e PSDB”, afirmou o dirigente petista, ao participar de um seminário sobre governança metropolitana promovido pelo Instituto Lula e pela Fundação Perseu Abramo, na capital paulista.

Falcão fez críticas ao candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, e comentou que a possibilidade de nacionalização da campanha municipal na capital paulista é bem vista pelo PT. Para o presidente do PT, seria uma forma de associar os problemas da gestão FHC a Serra.

O dirigente petista afirmou que o crescimento da campanha do pré-candidato Fernando Haddad (PT) à prefeitura paulistana está vinculado à participação de Lula na disputa municipal. A expectativa do PT é que o ex-presidente intensifique as articulações políticas a partir da segunda quinzena de abril. Na quarta-feira, o ex-presidente fez exames que indicaram a remissão total do câncer na laringe, descoberto em outubro de 2011.

“A campanha de Haddad tem um ritmo de crescimento já previsto anteriormente. Evidente que a possibilidade de o presidente Lula participar diretamente deve aumentar o ritmo de crescimento da candidatura dele”, disse o presidente do PT.

Segundo o dirigente petista, o ex-presidente vai dosar sua participação em campanhas em todo o país e deve retomar as viagens em abril. “Mesmo no período em que estava hospitalizado, nunca ficou fora da atividade política nem da partidária”, comentou Falcão.
(Cristiane Agostine/ Valor)

Ideli nega favorecimento a empresa que doou para sua campanha em 2010

BRASÍLIA - A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negou nesta sexta-feira, por meio de nota, que sua campanha para o governo de Santa Catarina, em 2010 pelo PT, tenha recebido recursos de uma empresa que assinou contratos com o Ministério da Pesca e Aquicultura para a compra de lanchas-patrulha.

“Não há qualquer ligação entre a ministra Ideli Salvatti e a empresa Intech Boating”, diz o texto divulgado pela Pasta. “A doação no valor de R$ 150 mil registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) feita pela empresa Intech Boating foi destinada ao Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina e não à candidata Ideli Salvatti”, completou.

A denúncia foi publicada nesta sexta-feira pelo jornal “Estado de S. Paulo”. Segundo a reportagem, o comitê catarinense bancou 81% da campanha de Ideli. Derrotada na eleição ao governo de catarinense, ela assumiu a Pasta da Pesca, onde permaneceu por cinco meses. Ainda segundo o jornal, antes de Ideli ser deslocada para a articulação política do governo, o Ministério da Pesca e Aquicultura pagou à empresa os R$ 5,2 milhões restantes do contrato.
A nota justifica ainda que o contrato firmado entre o Ministério da Pesca e a Intech Boating “foi assinado em 2009, ano em que Ideli Salvatti era senadora da República e não ministra da Pasta”.
(Yvna Sousa / Valor)

Pará Tem Pior Fornecimento De Energia Do País E Sofre Com Apagões.

Ser governo causa “angústia e “frustração”, diz Gilberto Carvalho

BRASÍLIA - Em cerimônia de assinatura de contratos para a construção de cisternas no semi-árido, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que ser governo causa “muita angústia” e “frustração”. E reclamou das “dificuldades, problemas e fofocas” do cotidiano.
“Ser governo é uma coisa difícil, muita angústia, muita frustração entre o sonho e a realidade, entre a distância do que gostaríamos de fazer e aquilo que acontece”, disse. “Em geral, são muitos abacaxis e outras hortaliças difíceis de descascar, mas tem momentos em que a gente fica cheio de alegrias. E esse é um deles”. Carvalho está no governo federal desde 2003.
No evento, foram assinados contratos entre a Fundação Banco do Brasil e 42 entidades para a implantação de 60 mil cisternas na região do semi-árido do Nordeste e Minas Gerais. “Isso vale mais do que tudo que a gente faz na vida, do que todas as dificuldades, problemas, as fofocas, as histórias e assim por diante”, disse.
(Yvna Sousa | Valor)

Líder do governo bate boca com vice-presidente da Câmara em plenário

BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e a vice-presidente da Casa, Rose de Freitas (PMDB-ES), travaram uma discussão áspera no plenário nesta quinta-feira. Chinaglia pediu a palavra a Rose, que presidia a sessão, e contestou a possibilidade de votar o projeto de lei que cria cargos de juízes federais e estruturas permanentes para turmas recursais dos Juizados Especiais Federais.

Chinaglia disse que a vice-presidente “insinuou ou afirmou” que haveria acordo entre os líderes partidários para a votação da proposta, mas que ele não apoiava essa discussão. “A senhora pode ter o método que quiser, mas não queira usar da sua régua para dar a metragem para outros parlamentares”, atacou Chinaglia.

O líder governista disse que a proposta era defendida pela deputada e questionou os custos de aprovar o texto. “Eu queria que Vossa Excelência dissesse quanto é que custa para o país a criação de novas varas, porque eu tenho que agir com responsabilidade”, questionou Chinaglia. “Necessidades o Brasil tem várias, a começar pelos desempregados, seguindo pelo Bolsa Família, geração de emprego”, ironizou.

Em resposta, Rose de Freitas disse que havia sido firmado um acordo entre as lideranças para votar a proposta e criticou o tom adotado por Chinaglia.

“Eu estou rindo do açodamento de Vossa Excelência. Vossa Excelência não fez isso, eu tenho certeza, com qualquer outro parlamentar nesta Casa”, disse, em referência à questão de gênero.
A assessoria da vice-presidente informou que os líderes discutiram ontem, durante reunião na Câmara, a votação do projeto dos Juizados Especiais. A expectativa é que a deputada responda às críticas de Chinaglia em pronunciamento no plenário na próxima terça-feira.
(Daniela Martins / Valor)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Crescer a qualquer custo, o resto que se dane!!


Os cerca de cinco mil trabalhadores do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras da terceira maior hidrelétrica do mundo, entraram em greve geral nesta quinta, 29. As reivindicações são aumento salarial, redução dos intervalos entre as baixadas (visita dos trabalhadores a suas famílias) de 6 pra 3 meses, o não-rebaixamento do pagamento e solução de problemas com a comida e água.

A paralisação começou ontem no canteiro de obras do Sítio Pimental, após um acidente de trabalho que matou o operador de motosserra Francisco Orlando Rodrigo Lopers, de Altamira, e hoje se estendeu para os demais canteiros.

A saída dos ônibus do perímetro urbano de Altamira para os canteiros de obra, em Vitória do Xingu, foram bloqueadas.

“A pauta é a mesma de antigamente: tudo o que está no acordo coletivo. Não cumpriram nada”, explica um dos trabalhadores. Segundo ele, apesar das greves e pressões realizadas que no ano passado, que levaram a empresa a assinar o acordo coletivo, ao invés de melhorar, as condições de trabalho tem piorado.

“No último pagamento cortaram as horas-transporte, o que diminuiu em até 600 reais o salário do peão”, explica. A justificativa para a redução é que trabalhadores estão sendo removidos da cidade para os canteiros, e que por isso não precisarão do adicional. Por conta disso, ao menos 40 trabalhadores que passaram a residir nos alojamentos provisórios dentro dos canteiros já teriam se demitido. “Pra quem vem de fora o salário já não estava bom. Com esses 600 a menos, nem vale a pena ficar”.

O trabalhador morto em acidente, que, segundo operários prestava serviços para o CCBM, era da empresa terceirizada Dandolini e Peper, e estava trabalhando na derrubada de árvores no canteiro Canais e Diques. “Nós não temos segurança nenhuma lá. Falta EPI [equipamento de proteção individual], sinalização e principalmente gente pra fiscalizar”, reclamam os trabalhadores.

Coerção
“A greve ia estourar no começo de março”, relata outro trabalhador. “Foi quando a gente recebeu o salário [no início do mês] que a gente viu que cortaram as horas in itinere”. O pagamento ocorreu numa discoteca local. “Tratam a gente que nem bicho… Ficam 5 mil trabalhadores numa fila enorme, entra de seis em seis [no escritório provisório]. É muito inseguro, eles dão o dinheiro na nossa mão. Conheço três que foram roubados logo que saíram de lá”, explica.

No dia 3 de março, um trabalhador teria sido demitido por ter tentado, sozinho, paralisar o canteiro Belo Monte, o maior da obra. Funcionários relataram que ele foi colocado com violência em um veículo do CCBM e demitido momentos depois.

Perguntados sobre o sindicato, nenhum trabalhador soube responder onde estavam os dirigentes. “O sindicato não veio, não veio ninguém. Mas vamos continuar a greve até a Norte Energia vir aqui”, concluíram os trabalhadores.

Por Ruy Sposati
Fonte: Movimento Xingu Vivo para Sempre

terça-feira, 27 de março de 2012

Estados cobram taxas de até R$ 1,5 bi das mineradoras. O Pará cobrará R$ 700 milhões.


RIO - Não bastasse o governo federal indicar que pretende elevar o percentual de royalties pagos pelas mineradoras, alguns estados criaram taxas para obter até R$ 1,5 bilhão do setor. As cobranças, criadas pelo Pará (que deve render entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões por ano), Minas Gerais (de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões) e Amapá (R$ 1,2 milhão) na virada do ano, começam em 1 de abril. Mas as mineradoras devem partir para a disputa judicial contra os novos tributos.

Visão de mina de ferro em Tom Prince, na Austrália: estados brasileiros criam taxas para arrecadar até R$ 1,5 bilhão de mineradoras REUTERS / TIM WIMBORNE/28-05-2008
O advogado Fernando Scaff, sócio do escritório Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimarães, Pinheiro & Scaff, afirma que estas taxas de fiscalização sobre a atividade mineradora são inconstitucionais. Para ele, estados e municípios não têm poder para legislar sobre a atividade. Ele lembra que os valores cobrados são muito elevados, dando caráter arrecadador à taxa. No entanto, o tributo só deveria levantar o valor necessário para cobrir o serviço:

— A cobrança é ilegal e pode, no caso do Pará, inviabilizar a produção de caulim e bauxita, se for mantido os R$ 7 por tonelada, pois estes minerais são muito baratos.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) informou, por nota, que está analisando os decretos e que pode questionar a cobrança no futuro. A associação das mineradoras do Pará (Simineral) informou que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai entrar com uma ação no STF contra a taxa e que a Bahia já perdeu na Justiça no passado com uma taxa semelhante.

A secretária-adjunta de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, Maria Amélia Enríquez, afirmou que recebeu estudos de importantes juristas, como Yves Gandra Martins e Eros Grau, que atestam a constitucionalidade da lei. Ela afirmou que o estado pretende arrecadar R$ 700 milhões por ano ou 2,3% dos R$ 30,4 bilhões exportados pelo Pará em minerais. Ela disse que para produtos mais baratos, como caulim, será cobrado apenas R$ 1 por tonelada.

— O objetivo é ter uma relação construtiva com as mineradoras em prol do que é a verdadeira riqueza de qualquer região: seu povo. Para isso precisamos gerir bem o patrimônio público que são os ativos minerais — disse a secretária, citando Austrália e Canadá para justificar a cobrança.

A Vale, que estará entre as maiores empresas afetadas, e o governo de Minas Gerais não comentaram o assunto.



© 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.