domingo, 6 de maio de 2012

Pressão por renúncia de líder católico aumenta por atuação em inquérito secreto sobre abuso sexual de religiosos.



Está crescendo a pressão pela renúncia do líder da Igreja Católica na Irlanda, cardeal Sean Brady, depois de sérias acusações feitas contra ele em um documentário da televisão BBC sobre sua atuação em um inquérito secreto sobre abuso sexual de religiosos.

Sobreviventes dos abusos, importantes m
inistros, padres, advogados canônicos, editoriais de jornais, oficiais de polícia, grupos de direitos humanos e o chefe da maior instituição de caridade infantil do país estavam entre os que pediram que o cardeal se demitisse na quinta-feira por causa de seu fracasso, 37 anos atrás, em relatar evidências condenatórias contra o reverendo Brendan Smyth. Essa omissão permitiu que Smyth continuasse abusando de crianças durante pelo menos mais 13 anos.

Smyth, que morreu na prisão, foi condenado nos anos 1990 e admitiu ter molestado e estuprado cerca de cem crianças na Irlanda e nos EUA.

Falando no Parlamento, o vice-primeiro-ministro Eamon Gilmore descreveu as revelações do programa da BBC como "mais um episódio terrível de fracasso de membros graduados da Igreja Católica em proteger as crianças", e disse que na sua opinião o cardeal deveria renunciar por não ter relatado as acusações às autoridades.

"Eu acho que é função do governo e do Estado elaborar nossas leis e garantir que essas leis sejam aplicadas a todos, quer pertençam a uma igreja ou não", disse Gilmore. "É minha opinião pessoal que qualquer pessoa que não enfrente a escala do abuso que vimos neste caso não deve deter uma posição de autoridade."

O primeiro-ministro Enda Kenny, que fez um discurso notável no ano passado denunciando a interferência do Vaticano nas investigações de abuso sexual de religiosos na Irlanda, disse que o cargo que ele detém o impede de pedir a renúncia do cardeal, mas na quarta-feira ele disse que o primaz deveria "refletir" sobre o conteúdo do programa da BBC.

O vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte, Martin McGuinness, um católico devoto, descreveu a situação como "muito grave" e comentou a decisão do cardeal de permanecer: "Falando pessoalmente, acredito que ele deveria refletir sobre a sabedoria de sua posição, que fará muitos católicos se perguntarem se alguma coisa deve ser feita pela liderança da Igreja Católica para tocar as mudanças que muitos consideram necessárias, em um momento tão triste para todos", ele disse.

O apelo para que Brady renuncie foi repetido por Fergus Finlay, o principal executivo da instituição de caridade infantil Barnardo, que disse que o cardeal tinha a "responsabilidade moral" de acompanhar o que havia escutado e "romper fileiras se descobrisse que nada foi feito".

Sam Adair, um dos abusados por Smyth depois de 1975, contou à televisão nacional da Irlanda RTE: "A questão é que esse homem era um advogado canônico hábil e importante, altamente remunerado e procurado, e promovido ao mais alto nível da Igreja Católica Romana na Europa. Ele era um hábil advogado canônico, e não um notário".

Adair referia-se à constante insistência do cardeal de que seu papel na investigação interna da igreja em 1975 foi de um secretário, e que ele tinha cumprido seu dever ao transmitir a seu superior transcrições precisas das reuniões com crianças que alegaram abusos.

No entanto, o documentário da BBC, que foi exibido na terça-feira, apresentou documentos manuscritos referentes a um desses interrogatórios envolvendo Brendan Boland, um jovem de 14 anos que se apresentou para acusar Smyth, em que Brady, ainda não um prelado, se descrevia como tendo sido "despachado para investigar a queixa", provocando acusações de que ele tinha maior responsabilidade do que admitiu.

"A documentação da entrevista com Brendan Boland, assinada em sua presença, claramente me identifica como o 'notário' ou 'secretário'", disse o cardeal em uma declaração em resposta ao programa. "Qualquer sugestão de que fui algo mais que um notário no processo de registrar o depoimento de Boland é falsa e enganosa."

Brady disse que se "sentia traído" ao saber quase duas décadas depois que as anotações que ele passou à frente não levaram a atos de seus superiores, deixando aberto o caminho para que Smyth abusasse de numerosas outras crianças, incluindo as citadas durante a entrevista por Boland.

Boland, hoje com 51 anos, disse ao programa da BBC que Smyth tinha continuado a abusar dele e de outro menino que ele havia citado depois que o denunciou em 1975. Boland também disse ao programa que apesar do fato de ele ter dado seus nomes e endereços à equipe de investigação - incluindo Brady -, a irmã do outro menino e seus quatro primos foram posteriormente vítimas de abuso por Smyth nos 13 anos seguintes, e seus pais não foram informados sobre o perigo que ele representava para seus filhos.

Citando fontes internas do Vaticano, "The Irish Times" disse que a hierarquia da Igreja Católica não tinha apetite para que Brady renunciasse.

"A última coisa que a Santa Sé quer agora é que uma importante figura da igreja, o primaz de toda a Irlanda, seja forçado a renunciar por causa de seu envolvimento em um 'incidente' de abuso sexual 37 anos atrás", diz a reportagem. "Se isso ocorresse, viria exatamente às vésperas do Congresso Eucarístico Internacional em Dublim no mês que vem."

Smyth, um dos mais famosos pedófilos religiosos da Irlanda, foi transferido de paróquia em paróquia por toda a ilha durante 40 anos, deixando em seu rastro uma trilha de acusações. Ele foi preso pela primeira vez em um caso de abuso sexual em 1994 na Irlanda do Norte. Ao ser solto em 1997, foi imediatamente extraditado para a República Irlandesa, onde foi condenado a mais 12 anos, depois de se declarar culpado em 74 acusações de ataque indecente e sexual.

Ele morreu aos 70 anos, tendo cumprido menos de um ano da sentença.

sábado, 5 de maio de 2012

Bom fim de semana, fiquem com Deus.




 
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Jatene cancela viagem à China para cuidar da saúde



Por recomendação médica, o governador do Pará Simão Jatene cancelou a viagem que faria à China, comandando uma comitiva de empresários e secretários para uma missão comercial. O vice-governador Helenilson Pontes foi chamado às pressas para substituí-lo. A mudança causou transtornos, já que Pontes não possui visto de entrada no país, nem as vacinas exigidas para ingresso no território chinês.

Na noite de ontem, equipes do cerimonial da governadoria tentavam resolver, em São Paulo, junto à embaixada chinesa, os problemas burocráticos para garantir o embarque do vice. A partida estava prevista para a madrugada deste sábado.

As informações sobre o estado de saúde do governador eram desencontradas. Para integrantes da comitiva, fontes do Palácio chegaram a informar que trata-se de uma arritmia cardíaca. Ao DIÁRIO, o secretário de comunicação, Ney Messias Junior garantiu que Jatene fora acometido por uma virose e, como a viagem até a China seria de 36 horas, os médicos recomendaram o cancelamento.

A mudança de planos surpreendeu os integrantes da comitiva. Alguns pensaram em desistir de seguir viagem sem Jatene, mas até o fechamento desta edição, a informação era de que apenas o deputado estadual Martinho Carmona (PMDB) havia decidido voltar para Belém.

A viagem à China vinha sendo planejada desde o início deste ano. Além do próprio governador, a comitiva seria formada por integrantes do governo como o secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, Sidney Rosa. Parte do grupo vai para Dubai e outra parte seguirá via Catar. Jatene comandaria o grupo que seguiria para Dubai e as informações são de que o governador planejara embarcar ainda na quinta-feira, quando teriam começado os problemas de saúde. As malas do governador chegaram a ser despachadas, segundo uma fonte, minutos antes do cancelamento oficial.

OBJETIVO

O objetivo da viagem, segundo material distribuído pela assessoria do governador é ampliar relações comerciais com os chineses, especialmente na área da indústria metal-mecânica. A viagem prevê também passagem pela Malásia onde o assunto principal será o comércio do óleo de palma.

Segunda economia do planeta, a China é hoje um dos parceiros comerciais mais cobiçados. Em julho do ano passado, o secretario Sidney Rosa esteve no país e voltou com a promessa de que é possível aumentar as relações comerciais dos chineses com o Pará. “Eles têm grande interesse na compra de alguns produtos paraenses e em contrapartida nos foram ofertados novos produtos, pois é de interesse do país que o Pará se torne um pólo importador do que é gerado na cadeia produtiva chinesa”, informou na ocasião, o secretário.

Durante a visita, a empresa Oyamota do Brasil, com sede em Castanhal, assinará acordo de cooperação com a empresa chinesa Kikihar, em Beijing. A meta da empresa é produzir esses vagões em Castanhal e exportá-los para todo o país. (Diário do Pará)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Lula recebe cinco títulos de Doutor Honoris Causa

RIO - Após meses lutando contra um câncer na garganta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia aos poucos a retomada de sua vida pública. O palco escolhido para seu retorno foi o Rio de Janeiro, onde participou, nesta sexta-feira, do segundo evento público, depois do fim tratamento.

Ontem, o ex-presidente participou de seminário promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tinha a África como tema. Hoje, no Teatro João Caetano, no centro do Rio, Lula recebeu títulos de Doutor Honoris Causa de cinco universidades com sede no Estado do Rio: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Nos dois eventos, Lula contou com a presença do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), alvo de acusações, desde a semana passada, de manter relações antiéticas com empresários. No evento de hoje, Lula subiu ao palco do teatro acompanhado de Cabral, e ambos foram saudados entusiasticamente pela plateia. Entre os convidados na cerimônia, estavam a presidente Dilma Rousseff; do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB); além de reitores das universidades que homenagearam Lula e integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Cabral sentou-se do lado esquerdo do ex-presidente, também era ladeado pela presidente Dilma.

Embora Dilma tenha sido saudada aos gritos de “Olê, olê, olê olá/Dilma/Dilma”, Lula foi a grande estrela e foi o mais aplaudido entre os citados no evento.

A bengala, usada como apoio no evento de ontem no BNDES, foi deixada de lado. Hoje, o ex-presidente contou com o apoio de braços, nas duas vezes em que transitou pelo palco do Teatro. A atriz Camila Pitanga foi a mestre de cerimônias do evento e quebrou o protocolo ao pedir à Dilma o veto ao Código Florestal.

Apenas Lula discursou no evento de hoje. Após vestir samarra e capelo vermelhos, cor símbolo das Ciências Humanas, pediu desculpas por não improvisar e leu sua fala de um papel, bebendo água várias vezes para molhar a garganta.

Com voz fraca, que pouco lembra o tom rouco característico dos dias pré-câncer, agradeceu a homenagem e exaltou o Rio, em discurso de de cerca de vinte minutos, com duas interrupções.

“O Rio de Janeiro passa por um grande momento, que há muito não tínhamos, com programas de segurança e infraestrutura. O Estado passa por uma revolução econômica e social”, disse.

O ex-presidente também dirigiu elogios aos avanços do Brasil na última década. “Não há município brasileiro onde o governo federal não venha fazendo investimentos no ensino básico. Entre 2001 e 2010, a desigualdade atingiu o seu menor nível” afirmou.

Lembrou ainda do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), elogiou Dilma e o sistema de cotas aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acrescentando que a decisão “vai melhorar a qualidade do ensino” no país.

(Diogo Martins/Valor)

Terremoto e tsunami no Chile teriam afundado solo marinho, diz estudo



O forte terremoto que atingiu a região de Maule, no Chile, em 2010, pode ter afundado o solo marinho em determinadas áreas e causado o desaparecimento de habitats naturais, segundo estudo publicado na “PLoS ONE”.

A pesquisa, divulgada nesta semana foi realizada por cientistas de universidades do Chile, Estados Unidos e Alemanha.

Eles apontaram casos de subsidência (deslocamento de superfícies terrestres para baixo) encontrados em algumas praias, o que modificou a altura de alcance das marés, por exemplo.

Tais fenômenos foram detectados em praias de Maule e Boyeruca, por exemplo. O estudo aponta ainda houve uma redução na quantidade de espécies e habitats naturais nessas áreas.

Em algumas praias de areia brancas, por exemplo, não há mais presença de alguns tipos de vegetais marinhos.

Impacto positivo -Já em localidades onde existiam barreiras construídas pelo homem (conhecidas como quebra-mar), agora é possível verificar a presença de invertebrados nos costões rochosos.

Segundo a pesquisa, já há indícios de colonização de invertebrados nessas áreas, que antes eram excluídos devido às barreiras impostas.

Esses animais teriam sido “afastados” dessas áreas devido às construções e agora “retomam” a região como consequência da catástrofe.

Em 27 de fevereiro de 2010 um terremoto de magnitude 8,8 atingiu o Chile e durou cerca de três minutos. O tremor causou um tsunami de 2,6 metros na região de Valparaíso e foram confirmadas 723 mortes. Porém, o governo chileno trabalha com um grande número de desaparecidos. (Fonte: Globo Natureza)

Economia florestal no Brasil ainda não atende às expectativas



O país da maior floresta tropical do mundo tem uma economia florestal pequena, disse o presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e representante do Fórum Brasileiro de ONGs (organizações não governamentais) e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente, Rubens Gomes. Ele defende a criação de uma política nacional para o uso e gestão de florestas.

Sem uma política nacional que seja cumprida à risca, o sistema florestal brasileiro ficou frágil, situação que contribui para que os investidos não realizem investimentos Floresta Amazônica brasileira, acrescentou Rubens Gomes.

A solução, segundo o presidente do GTA, é compensar o vazio legal por meio do fortalecimento do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), criado em 2006. Para Rubens Gomes, cinco anos depois da criação do órgão, o SFB ainda está longe de atender as expectativas depositadas pela sociedade brasileira em seu funcionamento.

Marcus Vinicius Alves, diretor de concessão florestal e monitoramento do SFB, reconheceu que os contratos de concessão vem apresentando “um incremento pequeno”. Disse, porém, que, embora modesto, esse crescimento vem sendo “gradual, constante e responsável”. Acrescentou que, desde as primeiras licitações, em 2008, até hoje, já foram concedidos 150 mil hectares em duas florestas públicas (Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, e Floresta Saraca-Taquera, no Pará).

“Há 20 dias lançamos mais dois editais de licitação para área remanescente de Saraca-Taquera e outro para Floresta Jacundá (Rondônia) e ainda vamos concluir outros três editais até julho. Se todos os contratos se concretizarem vamos ter, no final do ano, 1,3 milhão hectares de florestas contratadas”, explicou Marcus Vinicius.

Outra questão considerada crítica por Marcus Vinicius é a falta de instrumentos econômicos, como subsídios e incentivos financeiros para a atividade florestal. “Precisamos de uma série de incentivos que, junto com repressão à ilegalidade, produziriam um salto quantitativo e qualitativo nas concessões”, disse. (Fonte: Carolina Gonçalves / Agência Brasil)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Em discurso no BNDES Lula critica o que ele mesmo fez, o apoio desmedido à Banca.


Lula chega de bengala a evento no BNDES no Rio

Visivelmente abatido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou pela primeira vez de um evento do Rio de Janeiro após o início do seu tratamento contra um câncer na laringe.

Acompanhado do governador Sérgio Cabral, que teve seu nome anunciado em meio às palmas para o ex-presidente, Lula apareceu apoiado em uma bengala, no seminário "Investindo na África: Oportunidades, desafios e Instrumentos para a Cooperação Econômica", realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Também mais magro, o governador Sérgio Cabral evitou pela segunda vez a imprensa ao deixar um evento público depois que foram divulgadas fotos suas na França, na companhia do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta, empresa investigada pela CPI do empresário de jogos ilegais Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Ao sair do evento, o governador evitou a reportagem da Folha, que o esperava na porta de uma área privativa das autoridades, saindo por uma porta lateral. O prefeito Eduardo Paes, que estava na mesma sala com Cabral saiu pela porta da frente.
Segundo a assesoria de Lula, o motivo do uso da bengala é a fraqueza provocada pelo tratamento contra o câncer, que fez o ex-presidente perder 18 quilos, parte já recuperados, segundo o assessor.

Lula leu seu discurso, uma prática pouco usual, e exaltou a cooperação entre o Brasil e a África, afirmando que o continente e o Brasil estão crescendo em um mesmo momento.

Ele criticou a postura dos países desenvolvidos durante a crise econômica, acusando-os de punir as vítimas da crise (trabalhadores) e distribuir prêmios para os "reais culpados" pela situação econômica mundial que seriam o mercado financeiro e as grandes empresas.

"Os países ricos deram para o sistema financeiro todo o apoio, e para os mais pobres nenhum socorro", disse Lula em seu discurso.

Folha de São Paulo

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Paralisação em Belo Monte deve seguir até o fim de semana

BRASÍLIA - A greve dos 7 mil trabalhadores da hidrelétrica de Belo Monte, que hoje completa dez dias, deve continuar pelo menos até o fim de semana. Isso porque, nestas quinta-feira e sexta-feira, ocorre o pagamento dos funcionários da obra. Nesses dois dias, os operários são dispensados do trabalho para que possam ir à cidade para fazer saques, pagamentos, compras etc.

A greve estava prevista para acabar hoje, mas o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav) não liberou os funcionários para retornar às atividades. Para o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), o sindicato quebrou o acordo que havia firmado na semana passada.

A greve foi julgada ilegal pela Justiça do Trabalho da 8ª Região, que impôs uma multa de R$ 200 mil por dia caso a decisão não seja cumprida. Segundo o CCBM, o Sintrapav já estaria devendo R$ 1 milhão.

(André Borges | Valor)

Agora Bolívia

Bolívia vai pagar indenização, diz ministro espanhol

SÃO PAULO - A Espanha vai acompanhar o desenrolar do caso da subsidiária boliviana da Red Eléctrica de España (REE), que ontem foi nacionalizada pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, por meio de decreto.

O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse que o governo de Morales deu garantias de que vai indenizar a empresa espanhola pelos investimentos realizados na rede de eletricidade da Bolívia, mas não deixou de criticar a medida.

A Comunidade Europeia mostrou-se preocupada com a nacionalização da filial boliviana da REE e avalia que a decisão envia um sinal negativo aos investidores internacionais. "Confiamos que as autoridades bolivianas respeitem plenamente os acordos de investimento com a Espanha e garantam uma compensação rápida e adequada por esta expropriação", comentou o porta-voz de Comércio, John Clancy.

O presidente da Bolívia disse que seu governo tomou a decisão de estatizar a subsidiária da espanhola Red Eléctrica como justo reconhecimento aos trabalhadores e ao povo boliviano "que têm lutado pela recuperação dos recursos naturais e dos serviços básicos". "Para esclarecer a opinião pública nacional e internacional, esta empresa antes era nossa e estamos nacionalizando o que era nosso", afirmou Morales.

A decisão segue a da Argentina, que decidiu expropriar a YPF da espanhola Repsol no mês passado.
Por Juliana Cardoso | Valor, com agências internacionais

IFPA – Justiça reintegra Fernando Cunha Bastos. (Blog do Barata)



Por determinação da juíza Hind Kayath, da 2a Vara Federal de Belém, datada de sexta-feira passada, 27, o professor Fernando Cunha Bastos foi reintegrado aos quadros do IFPA, o Instituto Federal de Educação Tecnológica do Pará, do qual havia sido demitido no último mês de março pelo reitor Edson Ary Oliveira Fontes (foto). Em uma decisão com clara conotação de retaliação política, diante da candidatura de Bastos a reitor, a demissão foi uma opção radical de Fontes, na esteira de um PAD, processo administrativo disciplinar. O PAD foi instaurado diante de supostas irregularidade atribuídas a Bastos, quando diretor-geral do campus de Santarém do IFPA. Mas a juíza Hind Kayath, ao acolher o mandado de segurança impetrado por Bastos, assinalou não ter vislumbrado motivações, nem benefícios pessoais que o professor demitido poderia ter auferido com os supostos ilícitos apontados.

Com a reintegração, viabiliza-se a candidatura de Fernando Cunha Bastos a reitor do IFPA, na sucessão de Edson Ary Oliveira Fontes, cuja ambição é fazer seu sucessor. Mas essa não foi a única frustração do atual reitor. A reintegração, determinada pela juíza Hind Kayath, da 2a Vara Federal de Belém, esfarinha a retaliação de Edson Ary Oliveira Fontes, diante da avalanche de denúncias de irregularidades na atual administração, incluindo a suspeita de desvio de recursos. Essas denúncias, diga-se, deixaram o atual reitor na mira do MEC, o Ministério da Educação, da CGU, a Controladoria Geral da União, e do MPF, o Ministério Público Federal.

A própria comissão processante antecipou a constatação feita posteriormente pela juíza Hind Kayath, descartando indícios de má-fé por parte de Bastos, ou vantagens pessoais eventualmente auferidas pelo professor, direta ou indiretamente. Como a decisão da penalidade a aplicar cabia ao reitor, Edson Ary Oliveira Fontes extrapolou os limites estabelecidos em lei e, na contramão do que sinalizou a comissão processante, sem nenhum fundamento para tanto, determinou a demissão de Fernando Cunha Bastos.

Por isso, a enfática observação da magistrada. “Reprise-se que não é vedado à autoridade julgadora divergir da conclusão da comissão, todavia, a divergência deve encontrar fundamento na contrariedade à prova dos autos, que, por sua vez, deve ser adequadamente motivada, a fim de atender à exigência do parágrafo único do art. 168 da Lei n. 8.112/90, notadamente quando a conduta, por sua gravidade, exige, como visto, ‘conjunto probatório robusto e preciso’”, sublinhou a juíza Hind Kayath.