quinta-feira, 21 de junho de 2012

O futuro que queremos e a fantasia de Dilma

A Presidente Dilma na Rio + 20
O discurso que a presidente Dilma Rousseff fez hoje na Rio+20 reflete uma visão divorciada da realidade. Enquanto ela falava sobre “coragem”, “ambição”, “responsabilidade” e “urgência”, o documento aprovado ontem pelos mais de 190 países representados na conferência está vazio de metas, compromissos e ações.

Ela encerrou seu discurso dizendo que “as futuras gerações aguardam nossas decisões”. Após esta conferência, elas terão provavelmente de esperar ainda mais. Esse processo foi criado para uma nova negociação começar em 2015 – e o planeta, que já vive consequências das mudanças climáticas, ameaça à biodiversidade e sob desigualdade crescente entre os povos, não pode esperar mais.


Ela celebrou a redução do desmatamento que a lei brasileira permite, esquecendo que o novo Código Florestal – aprovado em sua administração - promove anistia a criminosos ambientais e a destruição de nossas florestas. Ela exaltou a matriz energética limpa do Brasil, enquanto o Plano Decenal de Energia direciona investimentos do setor para o pré-sal, carvão, nuclear e megahidrelétricas na Amazônia – a despeito do enorme potencial de vento e Sol disponível no país.

O divórcio entre a visão de Dilma e o que aconteceu na conferência se refletiu inclusive na fala do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Ele abriu seu discurso reconhecendo que os esforcos dos países não responderam aos principais desafios da Rio+20.

Quando aquela que deveria indicar a direção para o futuro que queremos admite, em sua fala, que considera como grande vitória da Rio+20 não retroceder as decisões tomadas 20 anos atrás, ela está olhando para o passado, e não para o futuro. Como disse Ban Ki-Moon, estamos correndo contra o tempo.

A dois dias do fim da conferência, não é hora de discursos vazios. Se ela deseja tornar seu discurso verdadeiro, é hora de agir com responsabilidade, urgência, coragem e ambição.

Erundina sai e agrava crise na campanha de Haddad

Deputada Luiza Erundina (PSB) em ato em que foi anunciada aliança com Haddad (PT)

Ex-prefeita abandona vice em protesto contra aliança do PT com Maluf

PSB aceita saída e se mantém na coligação; pré-candidato defende união com PP e ouve cobrança de militante.


Um dia depois da feijoada que selou o apoio do deputado Paulo Maluf (PP-SP), o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, perdeu a sua vice. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP), 77, abandonou ontem a chapa em protesto contra a aliança com o ex-rival.

A decisão agrava a crise na campanha petista, que passou a enfrentar cobranças de sua própria militância e terá que correr em busca de um substituto para a ex-prefeita.

Em reunião com a cúpula do PSB em Brasília, Erundina disse que não aceitava a ligação com Maluf, a quem acusou de corrupto e aliado da ditadura militar.

Ela reclamou das fotos do ex-prefeito ao lado de Haddad e do ex-presidente Lula, que articulou o acordo para ampliar o tempo de TV de seu afilhado em 1min35s.

Lula e o presidente do PSB, Eduardo Campos, deram aval ao rompimento. Disseram a aliados que a permanência da vice causaria mais problemas a Haddad que sua saída.

"Se ela permanecesse, seria crise todo dia. Ela seria sempre questionada sobre a presença de Maluf. Seria um ponto permanente de instabilidade", afirmou Campos.

A ex-prefeita disse ao portal G1 que deixa a chapa, mas vai "continuar apoiando a candidatura" de Haddad.

O petista acompanhou o encontro à distância e soube do desfecho por telefone. Ele lamentou a saída de Erundina, mas disse que ela já sabia da negociação com Maluf ao ser anunciada como sua candidata a vice, na sexta-feira.

"Estou muito confortável com o telefonema do Eduardo [Campos], embora lamente a decisão da companheira Erundina", afirmou Haddad. "Eu não gostei. Gostaria que ela permanecesse."

Ele disse não se arrepender da aliança com o ex-prefeito e repetiu o argumento de que o PP integra a base de apoio ao governo Dilma Rousseff.

"Como um partido que apoia o governo federal pode não servir para nos apoiar no plano municipal? Não faz o menor sentido do ponto da democracia moderna."

Antes de se reunir com Erundina, Campos consultou Haddad sobre a hipótese de retirar a indicação da vice. O petista disse que desejava a permanência dela e pediu ao aliado que a convencesse de aceitar o acordo com o PP.

A ex-prefeita ficou irredutível e reconheceu que sua permanência causaria novos problemas à campanha.

Haddad disse não ter um "plano B" para substituir a socialista. Só descartou um vice do PP de Maluf. À noite, eram cotados o advogado Pedro Dallari e a deputada Keiko Ota, ambos do PSB. Corria por fora o ex-jogador Marcelinho Carioca, suplente de deputado pela sigla.

O PC do B, que indicou a deputada estadual Leci Brandão, será consultado.

O vereador Juscelino Gadelha (PSB) lamentou a saída de Erundina, mas disse que a posição dela foi minoritária no partido. "Vamos fazer campanha com o Maluf, sem problema nenhum."

(BERNARDO MELLO FRANCO, DIÓGENES CAMPANHA, MÁRCIO FALCÃO E CATIA SEABRA)

Greves continuam, mas o governo cancela as reuniões



SÃO PAULO - O Ministério do Planejamento não cumpriu o acordo de se reunir com o movimento grevista ontem e apresentar o escopo de um novo projeto de reestruturação da carreira dos professores das universidades federais. Por conta disso, a paralisação, que completou um mês no fim de semana e paralisa a atividade de 55 instituições, continua por tempo indeterminado, de acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes).

A presidente do Andes, Marina Barbosa, informou que o secretário Nacional de Relações Trabalhistas, Sérgio Mendonça, argumentou que em função da Rio+20 e do encontro do G-20 no México não foi possível elaborar um documento nem reunir representantes de diferentes áreas do governo federal, como o Ministério da Fazenda. Uma nova reunião será marcada na semana que vem, mas não especificou uma data, segundo confirmou a assessoria de imprensa da secretaria.

Marina disse que a atitude do governo pode gerar "reação negativa" na base da categoria. "Mais uma vez o governo não cumpre os prazos por ele mesmo anunciados, a reunião do Comando Nacional de Greve irá avaliar o quadro e definir seus passos nacionais. Aguardamos agora a convocação da próxima reunião. A responsabilidade está com o governo”, disse.

Na manhã de hoje, professores grevistas organizaram manifestação em frente à sede do Ministério do Planejamento, em Brasília.

Os professores federais reivindicam aprovação da reestruturação do plano de carreira da categoria e a melhoria das condições de trabalho nas novas universidades federais inauguradas durante o governo Lula.

(Luciano Máximo | Valor)

Dilma resiste às pressões e não recebe presidente do Irã


RIO - A presidente Dilma Rousseff contrariou os pedidos da delegação iraniana e decidiu não receber o colega Mahmoud Ahmadinejad em nenhuma reunião bilateral, à margem da Rio+20. Dilma recebeu quase 60 pedidos de reuniões paralelas com chefes de Estado, mas decidiu concentrar sua agenda em dez encontros.

Conforme ressaltaram auxiliares da presidente, encontrar-se com Ahmadinejad no Rio desviaria a atenção dos assuntos discutidos na conferência e poderia criar uma "agenda negativa". Além disso, funcionários do Palácio do Planalto e do Itamaraty ressaltam que um encontro com o presidente do Irã exige "tempo" e "atenção máxima" com palavras e declarações, o que era impossível de conciliar com a programação de Dilma no Rio.

Sem o encontro com Ahmadinejad, já totalmente descartado, Dilma concentrará sua agenda em dois encontros bilaterais. Em termos políticos, a prioridade é o café da manhã marcado para amanhã com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan, com quem ela tem uma relação descontraída e de bastante confiança. No encontro, Dilma pretende ouvir o diagnóstico da Turquia sobre a situação no Oriente Médio, em especial da Síria. O Irã e o Egito também preocupam a presidente.

Em termos econômicos, o foco estará na conversa com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, também prevista para amanhã. A intenção de Dilma é avançar, com ele, nas discussões iniciadas no G-20 sobre um possível swap cambial entre os cinco países dos Brics. Embora seja uma iniciativa comum, Brasil e China lideram as discussões.

Os demais encontros de Dilma, amanhã, serão com os chefes de Estado da Austrália, da Dinamarca, de El Salvador e da Nicarágua. À noite, ela terá um jantar com os líderes da União Africana, do qual também participarão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Nesse caso, as expectativas são baixas no Palácio do Planalto, que considera o encontro um jantar de "manutenção das boas relações" criadas entre a África e o Brasil no governo Lula.

Hoje, Dilma almoçou com o presidente da França, François Hollande, e tem encontros previstos com os chefes de Estado do Senegal e da Nigéria, totalizando dez reuniões bilaterais durante a Rio+20.

(Daniel Rittner | Valor)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Todos Felizes e contentes, até nós....


RIO + 20

 
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Avanços do pleito


domingo, 17 de junho de 2012

O PT enloqueceu, mas foi honesto, mostrou a cara


 
Marta Suplicy critica negociação entre PT e partido de Maluf - E não era para criticar?, devia ficar calada?, engolir em seco?, quando estava com mais de 35% das preferências?.

Comentário deste blog

A articulação eleitoral LULA não tem sido para construir uma alternativa de um novo modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil. Os compromissos assumidos são apenas olhando sua própria situação e umbigo, para não perder o poder que exerce, detrás do trono. 

A divisão da Presidência da República é muito clara, só não entende quem não quer, até um estagiário pode explicar muito simplesmente o enredo do núcleo duro do Governo Lula/Dilma. Dilma governa, mas não manda. Ela segue sendo uma técnica, que exerce com toda a capacidade que pode seu mandato. Nunca pode esquecer-se de se referir ao Presidente Lula como Presidente do Brasil, assim que alguém da imprensa ou da oposição ousa criticá-lo, pobre dele, vira saco de pancadas. A Casa Civil se encarrega de construir e desconstruir, uma resposta e a imagem, do louco que criticou o Presidente Lula. Quem fale mal do Lula será grado e se submetido a leitura labial para demonstrar que mentiu.

Agora veja a palavra da Martha Suplicy.(ela sabe que seus 30-35% são praticamente dela, pouco disso será transfeirdo para o Ministro de Educação do ENEM. 

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) criticou as negociações entre seu partido e o PP do deputado Paulo Maluf. Segundo ela, a aliança com o pepista na eleição seria um "pesadelo" maior do que ter respaldo do PSD de Gilberto Kassab, cogitado antes de José Serra virar candidato dos tucanos e ganhar apoio do prefeito.


'Cada um faz as suas alianças', diz José Serra

"Acho que seria pesadelo com Kassab, imagine agora com o Maluf", disse Marta, sentada na primeira fila do desfile do estilista Samuel Cirnansck na São Paulo Fashion Week, neste sábado.

Preterida pelo PT, que preferiu lançar um neófito em eleições, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo, Marta resiste a apoiá-lo na campanha. Tem faltado sistematicamente a atos realizados para promover o petista. Já chegou a declarar que "não basta o novo" para que o PT volte à prefeitura, em evento com a presença do ex-presidente Lula e do próprio Haddad.

Uma aliança com Maluf significa que Marta sepultará de vez qualquer chance de endossar a campanha de Haddad no futuro? ""Nã-nã-ni-nã-não", disse ela "Eu não disse isso."

ERUNDINA

Ela disse "ter muito respeito" pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP), escolhida como vice de Haddad. Marta, contudo, criticou-a por ter comparado a eleição de São Paulo à luta de classes.

Questionada se Erundina já a procurou, a senadora aconselhou a pré-candidata a vice a "dar os braços para Haddad" e sair em campanha com ele.

Nesta semana, Erundina disse que ia procurar Marta pessoalmente, "porque somos amigas e precisamos estar juntas nessa tarefa histórica".

Folha de São Paulo.
ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DA COLUNA MÔNICA BERGAMO 

sábado, 16 de junho de 2012

Espectáculo teremos, mas não do crescimento

Índice do BC reforça receio de crescimento pífio do PIB neste ano

A economia brasileira precisará ter um desempenho excepcional nos dois últimos trimestres do ano para que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB (soma das riquezas produzidas no país) consiga chegar em 2012 pelo menos perto dos 4% esperados pelo governo. Ontem, o Banco Central divulgou a variação do IBC-Br de abril — um indicador que serve como uma espécie de antecipação do PIB. O crescimento foi somente de 0,22% em relação a março. Os economistas correram para fazer as contas e chegaram à conclusão que um resultado tão tímido aponta para uma expansão econômica de apenas 0,50% no segundo trimestre
e inferior a 2% no ano.

Pelo indicador do BC, em 12 meses a variação da atividade está em apenas 1,55%. No primeiro quadrimestre, a alta em relação ao mesmo período do ano passado foi de mero 0,35%. E em abril, com o enfraquecimento da atividade econômica, o IBC-Br teve uma contração de 0,02% na comparação com abril de 2011. Foi a primeira queda nessa base de comparação desde setembro de 2009, quando o banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers quebrou, agravando a crise financeira global. Naquela ocasião, o IBC-Br recuou 1,79% em relação a setembro de 2008.

 Vânia Cristino
 

Dilma Rousseff se prepara para o pior com agravamento da crise na Europa


Publicação: 16/06/2012 10:04 Atualização: O otimismo com que tenta convencer o eleitorado de que o Brasil está superando os estragos provocados pela crise global desapareceu ontem das palavras da presidente Dilma Rousseff, durante encontro com governadores e vice-governadores de 26 estados e do Distrito Federal. Ela traçou um quadro sombrio para o mundo, diante da gravidade da situação na Europa. “Com o aproximar da eleição na Grécia, eu diria aos senhores que a luz no fim do túnel não está acesa. Estamos todos de olho naquilo que pode ser o pior: o período pós-eleitoral da Grécia”, disse. Em meio a um silêncio perturbador, ouviu-se a voz do ministro da Fazenda, Guido Mantega: “Se me permite, presidente, há, sim, luz no fim do túnel. Só que é uma locomotiva vindo em sentido contrário”.

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O diálogo deixou claro o quanto o governo está preocupado com os impactos da crise sobre as economias emergentes, grupo que inclui o Brasil. O país praticamente parou nos primeiros quatro meses deste ano e são pequenas as chances de uma retomada forte no segundo semestre. O crescimento anual deve ficar próximo de 2%. Ciente desse quadro, a presidente pediu união aos presentes no Palácio do Planalto. E, para convencê-los de que o momento é de agir, anunciou uma linha de R$ 20 bilhões para os estados, dinheiro que será liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). A meta é ampliar os investimentos em infraestrutura e dar um sinal à arredia iniciativa privada de que não há riscos para se tirar projetos da gaveta. O aumento da produção é vital para a atividade sair do atoleiro. O prazo para a contratação da linha de financiamento termina em 31 de janeiro de 2013, prazo considerado curto pelos governadores.


Correio Braziliense. 
Rosana Hessel, Vera Batista, Denise Rothenburg