terça-feira, 11 de setembro de 2012

Quem falou que cuidaria do seu cargo na Vice-Presidência do Senado?


Saiu prêmio de consolação para Marta Suplicy

Trocam 6 por meia duzia.

Planalto confirma Marta como nova ministra da Cultura; ela assume na 5ª feira. 


O Palácio do Planalto confirmou ainda nesta terça-feira (11) a troca de Ana de Hollanda pela senadora Marta Suplicy (PT-SP) no comando do Ministério da Cultura. A petista vai assumir a nova função na quinta-feira.

A troca foi antecipada pela Folha e faz parte do acordo para que a senadora se integrasse à campanha de Fernando Haddad pela Prefeitura de São Paulo.

A presidente Dilma Rousseff se encontrou com a ministra na tarde de hoje. Dilma conversou por telefone com a senadora petista e confirmou o convite.

Marta já havia sido sondada no início do ano para assumir o posto.

Nota da assessoria de imprensa da Presidência afirma que "a presidenta agradeceu hoje o empenho e os relevantes serviços prestados ao país [por Ana de Hollanda] à frente da pasta desde janeiro de 2011".

"Dilma Rousseff manifestou confiança de que Marta Suplicy, que vinha dando importante colaboração ao governo no Senado, dará prosseguimento às políticas públicas e aos projetos que estão transformando a área da Cultura nos últimos anos", conclui o texto.

Ao chegar ao Senado hoje, Marta Suplicy desconversou e chamou de "especulação" a sua ida para o ministério. A senadora também não quis responder se aceitaria um convite para comandar a Cultura.

Pela manhã, Marta ficou a maior parte do tempo em seu gabinete e depois saiu para uma conversa com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A petista já avisou ao suplente, o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), para que fique preparado para assumir sua cadeira no Senado.

A senadora, segundo Rodrigues relatou a interlocutores, o procurou na segunda-feira (10) e informou que estavam avançadas as negociações para que ocupe o ministério.

POLÊMICAS

Irmã do compositor Chico Buarque, Ana de Hollanda é cantora e fez carreira na burocracia estatal, trabalhando inclusive na Funarte.

Sua gestão tem sido marcada por críticas e em diversas oportunidades o Planalto precisou negar a saída da ministra.

A ministra sofre pressão de setores do PT desde que cancelou a nomeação do sociólogo Emir Sader para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa. O sociólogo havia dito à Folha que a ministra era "meio autista".

Além da pressão por parte de petistas, as críticas à ministra se devem à política sobre direitos autorais defendida pela pasta, à suspensão de pagamento de convênios e à retirada do selo Creative Commons (licença para uso de conteúdo) do site da pasta.

Outra crítica de parte do setor cultural é que ela não teria se empenhado para reduzir o corte no Orçamento da Cultura neste ano.

No ano passado, a CGU (Controladoria Geral da União) determinou ainda que Ana devolvesse cinco diárias que recebeu quando estava no Rio de Janeiro sem compromissos oficiais.

Em outra polêmica envolvendo a ministra, a Comissão de Ética Pública da Presidência pediu esclarecimentos à ministra por ter recebido camisetas da escola de samba Império Serrano para desfilar no Carnaval.

O brinde foi enviado seis meses após o ministério zerar a inadimplência da agremiação carioca, desbloqueando o CNPJ da escola.

MARTA

Esta será a segunda passagem de Marta Suplicy no governo federal. Em 2007, assumiu o Ministério do Turismo durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, foi criticada por conceder entrevista em que aconselhou a população do país "relaxar e gozar" em meio a caos nos aeroportos.

Deixou a pasta em 2008 para disputar a Prefeitura de São Paulo, mas perdeu a disputa no segundo turno para o atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD).

Famosa por apresentar um programa de TV que falava sobre sexo na década de 80, Marta foi deputada federal na década de 90 e também prefeita da cidade entre 2001 e 2004, mas não conseguiu ser reeleita.

Ex-mulher do senador Eduardo Suplicy, de quem ainda carrega o sobrenome, é uma das lideranças do PT em São Paulo.

TROCA

Ana de Hollanda é a 13ª ministra a deixar o governo da presidente Dilma Rousseff - ao todo, oito ministros deixaram a gestão de Dilma devido a denúncias de irregularidades.

Os ministros que já deixaram a Esplanada dos Ministérios são: Antonio Palocci (Casa Civil), Pedro Novais (Turismo), Alfredo Nascimento (Transporte), Nelson Jobim (Defesa), Orlando Silva (Esporte), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), Mário Negromonte (Cidades), Iriny Lopes (Mulheres), Luiz Sérgio (Pesca), Carlos Lupi (Trabalho), Wagner Rossi (Agricultura) e Fernando Haddad (Educação).

Colaboraram Márcio Falcão e Flávia Foreque, de BrasíliaFolha de São Paulo

domingo, 9 de setembro de 2012

As alianças para se manter no poder

O Partido dos trabalhadores fez alianças políticas com o que tem de pior na política brasileira ou com aqueles partidos que sempre estiveram fora da sua agenda eleitoral. Quem mudou, o DEM, o PP ou o PMDB?


Os casos emblemáticos são  São Paulo,  onde o PT procurou aliança programática com o Partido Progressista do Paulo Maluf. O arqui - inimigo, que agora se abraça a Martha Suplicy, ao Presidente Lula, ao candidato Fernando Haddad e à Presidenta Dilma.

Tem outros exemplos onde as rixas internas foram tão fortes que até terminaram na justiça. Nada de programas, nem diferenças políticas profundas, só problemas de poder. Nas cidades de Recife, Porto alegre, fortaleza e Belém, as diferenças internas no Partido, podem representar uma verdadeira derrota do PT nestas eleições e encoler sua força eleitoral nas bases da sociedade brasileira.

Veja reportagem do Jornal do Brasil.



 A pesquisa Ibope divulgada segunda-feira em Recife demonstrou a queda da última candidatura petista que liderava as pesquisas de intenção de votos nas 10 capitais com os maiores eleitorados do país, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O senador Humberto Costa, que virou candidato depois de um racha dentro do PT e do rompimento da aliança com o PSB, foi ultrapassado por Geraldo Julio (PSB), candidato indicado pelo governador Eduardo Campos. Dono de uma ampla aliança e do maior tempo de TV em Recife, Julio vive uma arrancada surpreendente. Após dois meses de campanha, o socialista saiu de 16% para a liderança, com 33% das intenções de voto - oito pontos percentuais de vantagem sobre Costa, que aparece com 25% do total, de acordo com a pesquisa Ibope divulgada no dia 03 de setembro.

Entre essas 10 cidades, o PT possui candidatos próprios em sete - São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife e Porto Alegre - e governa duas, Fortaleza e Recife. Coincidentemente, a escolha dos atuais candidatos nas duas capitais do Nordeste foram tumultuadas e culminaram no rompimento da aliança com o PSB, que optou por indicar candidaturas próprias em ambas as cidades.

No Ceará, o PT governa há oito anos com a atual prefeita Luizianne Lins (PT), que escolheu Elmano de Freitas, seu secretário municipal de Educação, como candidato da legenda.

Como o PSB, do governador Cid Gomes, preferia uma chapa encabeçada por outro petista, o atual secretário de Cidades do Estado, Camilo Santana (PT), a aliança com o PT foi rompida e o partido então optou por lançar Roberto Cláudio (PSB) em uma chapa separada de seu antigo aliado.

Com o racha, ambas as candidaturas se enfraqueceram e, de acordo com a última pesquisa Vox Populi divulgada no dia 29 de agosto, Freitas e Cláudio aparecem na segunda e terceira colocação, respectivamente, com 13% e 12% do total de intenções de voto, enquanto Moroni Torgan (DEM) lidera com folga, com 26% do total.

"O desempenho do candidato petista é reflexo também da grande rejeição à prefeita Luizianne Lins", afirma o cientista político Paulo Kramer.

Racha interno

No Recife, após conflito interno durante as prévias do PT, que por semanas ocupou os jornais e os tribunais, os dois pré-candidatos cotados para a disputa, o deputado federal Maurício Rands e o atual prefeito da cidade João da Costa, foram substituídos pelo senador Humberto Costa, convocado pela executiva nacional como solução para o impasse jurídico criado durante o processo interno do partido na capital pernambucana.

A confusão petista motivou o PSB, do governador Eduardo Campos, a também romper a aliança com o PT, a exemplo de Fortaleza, e lançar Geraldo Julio como seu candidato.

Em outra capital do Nordeste, o PT também não apresenta bom desempenho. Em Salvador, o deputado federal Nelson Pelegrino tem 16% das intenções de voto, e ocupa a segunda colocação, a 24 pontos percentuais do primeiro colocado, ACM Neto (DEM), que tem 40%, de acordo com pesquisa Ibope divulgada no dia 24 de agosto. Os votos somados pelo petista são menores do que os brancos e nulos, por exemplo, que representam 19% do total.

Rompimento

Em Belo Horizonte, outro conflito entre PT e PSB colocou em choque as legendas, que também eram parceiras na cidade e dividiam o governo da capital mineira ao lado do PSDB, do senador Aécio Neves.

Como o PSB, do atual prefeito Marcio Lacerda, optou por não se coligar também na chapa de vereadores com o PT, sob articulações de Aécio, os petistas optaram por romper a peculiar aliança e lançar candidatura própria. O escolhido foi o ex-ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Patrus Ananias.

Apesar de estar em trajetória ascendente nas pesquisas, Patrus ainda está distante de Lacerda, que, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 29 de agosto, tem 46% do total de intenções de votos, contra 30% do petista, uma diferença de 16 pontos percentuais.

A força de Lula

Em São Paulo, apesar do processo de escolha da candidatura petista não ter causado nenhum rompimento com partidos aliados, a nomeação do ex-ministro da Educação Fernando Haddad, escolhido pelo ex-presidente Lula, como o concorrente petista na cidade culminou na insatisfação da senadora Marta Suplicy, que desejava concorrer ao cargo nesta eleição.

No início da campanha, conturbada também pela saída da deputada federal Luiza Erundina (PSB) da vice da chapa após o PT firmar aliança com o PP, de Paulo Maluf, Marta não esteve ao lado de Haddad, ainda pouco conhecido do eleitorado. Somente na última semana a senadora acertou sua entrada na campanha do petista.

Apesar de mostrar crescimento nas pesquisas, Haddad ainda está na terceira colocação, com 16% das intenções de voto, de acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada nessa terça-feira. Baseado na margem de erro da pesquisa, de três pontos, o petista está tecnicamente empatado com o segundo colocado, José Serra (PSDB), que tem 21% do total de votos. Apesar da trajetória descendente do tucano, Haddad ainda estaria fora de um possível segundo turno.

Sem consenso

Em Porto Alegre, a escolha entre o candidato petista ficou dividida entre Raul Pont e Adão Villaverde, que acabou sendo escolhido como o concorrente do partido.

A escolha do candidato do partido evidenciou a falta de um consenso em torno de um nome, o que motivou parte da legenda a querer apoiar a candidata Manuela D'Ávila (PCdoB).

O PT, porém, optou por lançar candidatura própria, e até o momento está distante do foco da disputa, polarizado entre Manuela e o atual prefeito da cidade, José Fortunati (PDT). Villaverde aparece na terceira posição, mas possui apenas 5% das intenções de voto, e está a 30 pontos percentuais do segundo colocado, Fortunati, que possui 35%, e está tecnicamente empatado na primeira colocação com Manuela, que tem 37%, de acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada no último sábado.

No maior colégio eleitoral do norte do Brasil, Belém, os números divulgados pelas pesquisas também não mostram a candidatura petista em boas condições. Alfredo Costa (PT) tem apenas 3% do total de votos, de acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada no último sábado, e é o quinto colocado na disputa, liderada por Edmilson Rodrigues (Psol), que tem 47%.

Nas outras três cidades, o PT apoia apenas uma das chapas vitoriosas. No Rio de Janeiro, o atual prefeito, Eduardo Paes, que tem 53% das intenções de voto, lidera com folga a disputa.

Em Manaus, porém, onde apoia o PCdoB, de Vanessa Grazziotin, e Curitiba, onde apoia Gustavo Fruet (PDT), o PT ocupa a segunda e a terceira posição nas pesquisas de intenções de votos, respectivamente.

Enquanto na capital amazonense Vanessa tem 19% e está a 10 pontos percentuais de Arthur Virgílio (PSDB), com 29% das intenções - de acordo com a pesquisa Ibope do dia 16 de agosto - no Paraná, Fruet está em terceiro lugar, com 15% do total, a 13 pontos percentuais de Ratinho Jr. (PSC), que lidera a disputa com 28%, e a 12 do atual prefeito Luciano Ducci (PSB), que possui 27% do total, de acordo com a última pesquisa Vox Populi divulgada na segunda-feira.

Vitrines

O PT, que por três mandatos seguidos governa o Brasil, tem com o ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff dois grandes puxadores de votos, devido à boa avaliação que ambas as gestões possuem, próxima de 80%.

Porém, os principais puxadores de votos do partido não tiveram participação tão forte na campanha até o momento. Enquanto Dilma optou por não participar ativamente nas eleições municipais, principalmente em cidades em que haja disputa entre candidatos petistas e de outros partidos da base, Lula se recupera do tratamento do câncer na laringe, diagnosticado em outubro de 2011.

Por conta disso, o ex-presidente, tido como um dos principais puxadores de voto do País, tem apenas gravado depoimentos e tirado fotos com candidatos, e não tem ido às ruas, onde era esperado, principalmente em São Paulo. Com sua melhora, a expectativa é de que participe mais ativamente das campanhas petistas em todo o Brasil.

A volta do presidente é uma das esperanças do PT para reverter o quadro e conseguir conquistar a prefeitura dessas cidades, tidas como prioritárias. Segundo Kramer, com o mau resultado nas capitais, o partido pode perder municípios que servem como vitrines importantes para mostrar seus principais nomes em cada estado e também programas de governo, o que pode inclusive afetar o desempenho na eleição de 2014, por exemplo.

Para o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, Marcus Ianoni, porém, o quadro não pode ser considerado ruim, já que o PT aparece quase sempre na segunda colocação nas pesquisas e possui chance de ir para o segundo turno nesses locais.

"O PT cresceu em relação às eleições de 2004 e me parece que, com a boa avaliação que o governo Dilma está tendo, o momento é propício para o PT se fortalecer ainda mais", disse.

Para Ianoni, apesar da importância de se conquistar cidades maiores, aumentar o número de prefeituras no país pode amenizar a perda de grandes centros. Segundo o cientista político, além de pensar em eleger prefeitos, os partidos precisam focar seus esforços também em cionquistar cargos nas Câmaras de todos os municípios, como forma de dar base de governabilidade aos prefeitos eleitos.

"Nessas eleições está em jogo também a eleição dos vereadores. Um prefeito sem base na Câmara de Vereadores terá dificuldade", afirmou.

Reunião

A executiva nacional do partido fará uma reunião por volta do meio de setembro para discutir o cenário nas principais cidades brasileiras e traçar as estratégias que orientarão as campanhas até a reta final, o dia 07 de outubro, data marcada para o primeiro turno das eleições deste ano.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Cristovam Buarque, Dilma a gerentona do Brasil


CRISTOVAM BUARQUE (no Senado). Eu tenho ultimamente falado aqui sobre equívocos, do Governo Federal, da Presidenta Dilma, quando a gente olha o sonho que a gente tem de um Brasil futuro.

Quando a gente analisa as medidas econômicas do Governo Dilma nos últimas semanas, e até meses, não dá para reconhecer que são corretas do ponto de vista imediato, mas absolutamente insuficientes, e as vezes incorretas, do ponto de vista de um sonho diferente de país.

Ela vai bem como gerente, mas vai mal como estadista. Eu fico triste por dizer isso. Mas a diferença do gerente para o estadista é que o gerente tem que resolver e se concentra na solução dos problemas de hoje; o estadista resolve os problemas de hoje, construindo o amanhã.

Analisemos a política econômica do Presidente Obama, que, inclusive por causa disso, perde muitos votos. O Presidente Obama, na hora de fazer o seu programa de recuperação da crise que ele herdou do governo anterior, não teve dúvida de que precisava gastar US$800 bilhões no setor produtivo.

Mas onde ele colocou esse dinheiro? Não colocou nas indústrias tradicionais, Senador Paim. Ele começou a investir no desenvolvimento de fontes alternativas de energia. Ele começou a colocar no setor social, pagando melhores salários aos professores que, com isso, dinamizavam a economia pela renda. Ele teve a solução de gerente, com a visão de estadista.
Hoje, nós não vemos isso no Governo da Presidenta Dilma. Ela dá uma solução de gerente, reduzindo os impostos que pesam sobre os automóveis para vender mais carros. Ela não tem a sensibilidade de reorientar a indústria automobilística para outros produtos, uma vez que essa não é mais compatível com o médio e longo prazo da economia.

E eu tenho chamado isso, Senador Paim, de qual é o sabor que queremos para o bolo que a economia brasileira produz? Qual é o retrato que nós queremos para o País? Qual é o retrato que nós queremos para o País? Não apenas qual é o tamanho do produto que nós queremos cada vez maior para o País. Por exemplo, Senador Paim, nós queremos mais riqueza – ponto – ou queremos menos pobreza? É diferente.

Os economistas venderam por muitos anos a ideia de que se investindo na cúpula, essa renda se distribuiria. Foi falso, demonstrou falsidade isso. Essa ideia não acontece na dimensão suficiente.

Outro exemplo, Senador Paim, eu vejo todo mundo comemorando – e aqui acabou de sair o Senador Suplicy, que falou sobre a importância dos programas de transferência de renda –, mas, como gerente, a saída é aumentar o número de famílias com Bolsa Família; mas, como estadista, é diminuir a necessidade de famílias receberem Bolsa Família. É uma diferença radical.

O gerente, preocupado com a pobreza de hoje, aumenta o Bolsa Família – tudo bem, e tem que fazer isso –, mas o estadista, preocupado com o futuro, toma as medidas para que daqui a 20 anos a gente tenha o Bolsa Família como uma coisa da história. O Bolsa Escola também. São opções diferentes entre gerente e entre estadista.

Nós optamos, nesses últimos poucos anos – eu digo nós, o Brasil, através do Presidente Lula –, por termos Copa e Olimpíadas. Mas qual é o retrato que a gente quer do Brasil? Um país que faz as Olimpíadas ou um país que tem medalhas? É completamente diferente o que se tem que fazer para ter medalhas do que se tem que fazer para ter os estádios e as outras instalações das Olimpíadas. Como gerente, basta cuidar da Copa; como estadista, precisa-se cuidar da taça, precisa-se cuidar das medalhas de ouro, precisa-se cuidar de uma juventude com alto desempenho atlético.

Nós queremos mais viadutos – como todos os governantes comemoram –, ou nós queremos mais jardins, mais água encanada, mais esgoto, saneamento? O que nós queremos? Qual é o retrato que a gente quer? Como é que a gente quer que um satélite veja o Brasil, uma quantidade de viadutos ou um País com jardins, onde todos tenham água, onde todos tenham saneamento?

Nós queremos – e essa aqui, Senador Paim, é importante para mostrar a diferença entre o gerente e o estadista –, nós queremos mais cadeias para colocar os bandidos ou nós queremos um país onde não haja mais crime, onde tenhamos paz? É diferente a visão do estadista e do gerente. O gerente tem que dar solução para os bandidos de hoje, então se constroem mais cadeias; o estadista constrói uma sociedade com paz, uma sociedade em que possamos até um dia derrubar as cadeias. Gerente constrói cadeia; estadista faz um país que permite derrubar as cadeias porque o crime acabou.

Nós queremos mais consumo ou queremos menos endividamento? O gerente aumenta o endividamento para aumentar o consumo para o PIB parecer maior, mas o estadista deve construir um país, cujo retrato é o de uma sociedade sem endividamento, em que as famílias possam dormir tranquilas, como não dormem hoje 60% das famílias brasileiras com medo da conta do banco.

Nós estamos bem de gerência, mas estamos péssimos de estadismo. O gerente tem que recuperar a perda de competitividade do Brasil. O que faz ele? O gerente reduz impostos, pressiona a Previdência, reduz os gastos sociais que pesam sobre o salário, para reduzir o chamado custo Brasil. O que faz um estadista? Ele cria um sistema do conhecimento e da inovação, para que a competitividade volte pela inventividade, pela capacidade de inovação.
 
É completamente diferente a solução gerencial de reduzir o custo Brasil pela diminuição dos custos e a solução estadista para aumentar a quantidade de bens novos, com alto conhecimento, com alta taxa de tecnologia, que faça com o Brasil inteiro fique dependente de nós, em vez de nós dependentes deles.

O que a gente quer? Um Estado maior ou um Estado mais eficiente? É completamente diferente uma alternativa e outra.

Eu não falo daqueles que defendem o fim do Estado, porque aí é um estadismo inconsequente e sem compaixão pela parte pobre da população. Nós precisamos de um Estado atuante, presente. Mas a gente tem que comemorar cada vez mais o Estado maior ou cada vez mais o Estado eficiente?

Senador Paim, surpreende-me cada vez que vejo governantes que querem dizer que são bons em educação, dizendo que gastam mais em educação. Eu não quero saber se eles gastam mais, Senador, eu quero saber se eles têm mais meninos terminando o ensino médio com qualidade.

Um gestor é aquele que reduz os gastos para fazer o melhor possível. O estadista é aquele que busca o melhor olhando o futuro.

No Brasil, a gente perdeu essa perspectiva. Um prefeito diz que merece prêmios de educação porque gasta mais. Ele tem que gastar é melhor, e não mais.

Nós queremos cada brasileiro com carro ou queremos mais brasileiros com livros? Nós queremos, aliás, um País em que o satélite o mostre coalhado de automóveis ou nós queremos um País onde as pessoas riem porque conseguem ir depressa de um lugar para outro?

É completamente diferente a solução gerencial de fazer o possível para vender mais carros hoje e a solução de estadista de fazer com que, no futuro, as pessoas consigam se mover mais rapidamente e, mais que isso, consigam viver bem sem precisar de grandes locomoções dentro da cidade, por uma reorganização do espaço urbano, especialmente do setor produtivo ao mesmo tempo com o setor habitacional, em que as pessoas não precisem andar tanto.

Hoje, com as novas tecnologias, é perfeitamente possível uma parte dos nossos trabalhadores produzirem em casa, mesmo com relação aos produtos mais tradicionais, como móveis. Não precisa mais o trabalhador ir para a fábrica de móveis, Senador Paim; ele pode fazer uma parte dos móveis em uma oficina perto da casa dele e mandar por caminhão para uma indústria onde esses móveis vão ser feitos, aliás, como a indústria automobilística faz: ela monta o produto aqui no País com base em insumos recebidos do mundo inteiro.

Por que a gente não pode fazer isso de uma maneira muito maior? Posso fazer uma lista grande, mas vou colocar pelo menos mais um: nós queremos um país mais rico ou um país com melhor bem-estar? São duas coisas diferentes. Um país mais rico é aquele em que as pessoas têm mais dinheiro na conta bancária. Um país com maior bem-estar é aquele em que as pessoas sabem que, se ficarem doentes, não vão ficar pobres para pagar a conta; que, se ficarem sem dinheiro, o menino não vai ficar sem uma boa escola; que, no final do mês, ele pode caminhar tranquilo nas ruas. Nós queremos um país em que as pessoas tenham mais dinheiro ou mais tempo para andar de casa para um passeio, à noite, sem medo de serem assaltadas? Nós queremos um país com mais riqueza ou com menos mortos por violência? Nós queremos ter dinheiro para fazer casas com mais muralhas ou ter até menos dinheiro e uma casa não grande, mas saber que ninguém vai entrar nela, surpreender sua família com um revólver e levar o que você tem?

A Presidenta Dilma está acertando como gerente, mas está errando como estadista, e ela não foi eleita para ser gerente, porque, aí, a gente não elegeria, faríamos concurso público! Ela foi eleita para ser uma estadista num momento fundamental da nossa história, em que se precisa dar uma virada, como deu Getúlio Vargas, como deu Juscelino! É isso que a gente espera dela, uma estadista que traga um novo projeto de país, um retrato novo, que acabem as vergonhas brasileiras do analfabetismo, de crianças fora da escola, nas ruas, pedindo dinheiro, das notas do Ideb, das greves de universidades por 110 dias, ontem, de greves de trabalhadores da educação de base por meses seguidos. 
 
Este é um País em que, cada vez em que aumenta a sua riqueza, não diminuem suas vergonhas. Nós precisamos de um estadista que acabe com as nossas vergonhas. Para isso, a Presidenta Dilma deveria trazer um discurso completamente diferente dos seus pacotes econômicos que lança a cada semana – e agora está lançando um de aumentar os impostos de importação sobre bens de capital; ainda não foi tomada a decisão, mas, se for, aí é um erro ainda mais grave, não só de estadista, como de gerente, porque são esses bens que vão gerar a possibilidade de a gente crescer. Tem que aumentar impostos é sobre bens de consumo, que estão tirando o emprego das nossas indústrias, e não só dos bens de capital, que viriam para cá e permitiriam que os trabalhadores produzissem os bens de consumo aqui dentro.

A Presidenta Dilma pode estar acertando como “gerentona”, mas eu não votei nela, para ser gerente: eu votei nela para ser estadista, e, nisso, nesses dois anos, ela está frustrando a população brasileira.
  
O gerente é aquele que porta a motosserra. O estadista é aquele que carrega as crianças nos ombros. É completamente diferente!

O gerente tem que derrubar o máximo de árvores, o mais rápido possível, para aumentar o Produto Interno Bruto. O estadista se preocupa em como deixar que a economia produza sem destruir um patrimônio que pertence às gerações futuras – e é aí que está a diferença.
O gerente pensa em ganhar a próxima eleição. O estadista pensa em servir à próxima geração.
O gerente que saber como aumentar o Produto Interno Bruto. O estadista que saber como melhorar a qualidade do Produto Interno Bruto.

Há momentos em que esse problema de melhorar não se coloca, porque está indo tudo muito bem. Nós estamos em uma encruzilhada. As coisas não estão indo bem! A violência, a degradação ambiental, a falta de empregabilidade dos jovens, a perplexidade geral, o atraso do Brasil, mesmo produzindo mais, está mostrando que nós não estamos no bom caminho. Não é que nós estamos paralisados pelo pequeno PIB. Isso daí não é o mais grave! O mais grave é que, se o PIB crescer, nos leva a um caminho ruim; e, se ficar parado, sabemos que é uma tragédia.

Nós precisamos de uma proposta que melhore o PIB. Mas eu creio, Senador, que, neste momento, está havendo um esgotamento da visão tradicional de busca de projeto nacional. O projeto nacional, que vem desde os anos 30, com algumas modificações, se esgotou. E, nas próximas eleições, nós vamos querer saber quem é estadista e quem é gerente; quem promete continuar o mesmo, eficientemente; e quem promete fazer o novo, competentemente.

Eu espero que, nestas próximas eleições – porque num país não se vive pensando em uma eleição, tem que se pensar em dez eleições –, a geração inclusive que virá depois da atual aqui no Senado, a geração de crianças hoje jovens que nem ainda pensam em fazer política – e até por causa de uma das vergonhas nacionais querem fugir da política, por causa do vazio de ideias e da corrupção no comportamento –, que esses jovens, pelo menos eles, tragam aqui para esta Casa, levem para o Palácio do Planalto uma geração em que elejamos um estadista ou uma estadista, e não mais gerente, porque, para gerente, a gente faz concurso público, não faz eleição.

Era isso, Sr. Presidente, que eu tinha para colocar.
Obrigado.

Cachorro ganha destaque na FOLHA DE SP, mas crianças abandonadas.....


A cadela Polly, desaparecida desde a noite desta quarta-feira (5), em Porto Alegre, depois de ser levada no carro roubado de sua dona, foi devolvida na tarde desta quinta-feira (6). Um casal encontrou a shih tzu no estacionamento de um supermercado, na zona sul de Porto Alegre.

Conforme a comerciante Tatiane Sodré de Matos, 30, dona de Polly, a família foi avisada por um telefonema. "Ligaram para nós dizendo que tinham visto ela no bairro Nonoai. Meu marido foi ao local e confirmou. Ela está super bem, alegre e faceira", conta. "A minha filha é a mais feliz com a volta da Polly. Ela está eufórica", completou a comerciante.


Na noite de ontem, Tatiane foi rendida junto com a filha de oito anos e a mãe, de 62, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, quando chegavam em casa. O veículo foi encontrado intacto ainda durante a madrugada. Porém, o que ainda preocupava a família até o final da tarde de hoje era o desaparecimento da mascote.

Através das redes sociais e da imprensa, a comunidade se envolveu na busca por Polly. No início da tarde, havia relatos de que o animal tinha sido visto na zona sul de Porto Alegre, onde as buscas foram intensificadas pela família.
UOL NOTÍCIAS

Campanha de Haddad em SP é a mais cara do Brasil




Líder nas pesquisas com 35% das intenções de voto, o candidato do PRB a prefeito de São Paulo, Celso Russomanno, gastou até agora menos de um décimo do investido pelo rival Fernando Haddad (PT), que tem a campanha mais cara do país.

Depois de dois meses de campanha, Russomanno declarou à Justiça Eleitoral ter gasto R$ 1,3 milhão.

O petista, que tem 16% das intenções de voto e está tecnicamente empatado com José Serra (PSDB) em segundo lugar, teve despesa 11 vezes maior: R$ 16,5 milhões. O tucano disse ter gasto a metade deste valor: R$ 8,4 milhões.

Só com marketing, Haddad gastou mais que toda a campanha de Russomanno: R$ 3 milhões repassados à Polis, empresa do publicitário João Santana.

Outros R$ 2,9 milhões já haviam sido investidos no aluguel de carros de som. O PT ainda declarou gastos de R$ 1 milhão com advogados e R$ 960 mil com a assessoria de imprensa de Haddad.

O volume de investimentos explica a presença maior da propaganda petista nas ruas da cidade. O coordenador da campanha, Antonio Donato, afirmou que os gastos estão dentro do programado.

"Como o eleitor não conhecia Haddad, tivemos que antecipar muitas despesas para espalhar o rosto e o nome dele nos bairros, com apoio dos candidatos a vereador."

Os petistas disseram ter arrecadado R$ 10 milhões até aqui. Deste valor, quase 90% foram contabilizados como repasses do partido -- são as chamadas doações ocultas, em que a origem dos recursos não é discriminada.

O expediente é permitido pela Lei Eleitoral e, segundo Donato, atende a pedidos das empresas. "Os doadores preferem assim. Para nós, tanto faria divulgar", disse.

TOSTÃO

Russomanno investe no mote do "tostão contra o milhão", que elegeu Jânio Quadros prefeito pela primeira vez em 1953. "Estou fazendo uma campanha bem humilde", diz. "Estou conversando aos poucos com empresários, mas ajudas são bem-vindas."

O grosso da campanha é bancado com recursos públicos: o PRB repassou R$ 850 mil que recebeu do Fundo Partidário, mantido pela União, para o candidato.

Seus principais gastos são em panfletos no seu programa de TV --cerca de R$ 300 mil, 15% do que gastou Haddad. Ele tem apenas 2 minutos no horário eleitoral.

O marqueteiro Ricardo Bérgamo não aparece na contabilidade oficial. Ele disse trabalhar de graça para a campanha. (PAULO GAMA, BERNARDO MELLO FRANCO, DIÓGENES CAMPANHA E DANIELA LIMA). UOL.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Candidato do PMDB é acusado de ligação com milícias

Não tem virgem nem junior na terra de Deus

Durante o debate Folha/Rede TV, promovido na noite desta quarta-feira (5), no Rio de janeiro, candidato do PSOL acusou ao Prefeito  Eduardo Paes (PMDB), candidato a reeleção de ligação com milícias paramilitares.

No debate, o candidato do Psol, Marcelo Freixo voltou a ligar o atual chefe do Executivo carioca ao crescimento das milícias. Segundo o candidato do PSOL, ao falar do transporte alternativo na cidade, a relação do governo municipal com os grupos paramilitares "é profunda". "No transporte alternativo, a relação das milícias com a prefeitura é profunda. Esse é o principal braço econômico da milícia e a prefeitura tem responsabilidade sobre esse crescimento", afirmou.

"Esse é um bom debate. As milícias não cresceram sozinhas. Todo miliciano é dono de centro social, e muitos tem parceria com a Prefeitura do Rio. A milícia é uma máfia: eles estabelecem o domínio territorial com um projeto de ocupar o espaço eleitoral. Eles ajudaram a eleger muita gente, é uma máfia com projeto de poder. Basta ver que eles têm bases na Câmara", disse.

Paes revida e  disse não ser necessário "pedir ficha de antecedentes criminais" para participar de reuniões em seu gabinete --em referência a uma fotografia que mostra o candidato à reeleição em uma mesa com milicianos--, e afirmou que Freixo "deveria ler o seu próprio relatório", referindo-se à CPI das Milícias, da qual o deputado estadual foi presidente, ironizando o fato de um ex-candidato a vereador do PSOL ter sido identificado como um dos citados pela CPI das Milícias, na Assembleia Legislativa do Rio.

Fonte - UOL. 

 

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