sábado, 23 de março de 2013

Royalties da mineração em questão

Com mais de mais de 200 participantes Sedip e Seicom promovem oficina sobre royalties da mineração em Parauapebas


Mesa de abertura com representantes das instituições convidadas e o 
Prefeito de Parauapebas, anfitrião do evento.  
Qual o futuro da mineração no Pará? Mais do que responder a essa pergunta, com interesse na atividade extrativista em si, o Governo do Pará quer saber como a atividade pode colaborar para o aumento da qualidade de vida dos paraenses. Foi com esse intuito que o secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (Sedip), Sidney Rosa, abriu ontem no auditório da prefeitura de Parauapebas a 8ª Oficina Royalties e o Desenvolvimento Regional.

Secretário da SEDIP,  Sidney Rosa palestrando
Promovida pela pasta de Sidney Rosa e executada pela Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), a oficina faz parte do processo de participação social para a composição do Plano de Mineração do Estado do Pará. Esse documento vai nortear as políticas pública para a gestão do setor, antecipando-se à revisão do marco legal de exploração mineradora no Brasil, que está sendo reelaborado pelo Governo Federal e será encaminhado ao Congresso Nacional em breve.

Sidney Rosa ressaltou que a população paraense deve ter conhecimentos sólidos sobre a atividade mineradora, dada a sua importância para a economia do estado. “Não importa o quão grande essa atividade é, nós devemos conhecê-la em seus detalhes”, afirmou.

Com a colaboração da Prefeitura Municipal, a oficina foi aberta com a explanação da secretária adjunta da Seicom, Maria Amélia Enriquez, que também é doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UNB) com trabalhos na linha de pesquisa da mineração. Ela explicou os detalhes da nova legislação que tem sido discutida entre os estados e o governo federal. Enriquez, inclusive, trabalhou no Ministério de Minas e Energia durante oito anos, ajudando a construir o plano nacional do setor, que deve ser implantado em breve.
Palestra da Profº Maria Amélia 
Para Enriquez, a correção de algumas distorções na legislação, como a cobrança de royalties em cima do faturamento bruto, pode aumentar em muito os ganhos dos municípios mineradores e diminuir os prejuízos promovidos atualmente pela legislação que desonera as exportações de produtos não industrializados, ajudando assim a impulsionar o desenvolvimento regional. Ela usou o caso de Parauapebas, que arrecada em taxas e contribuições por participação no PIB do estado mais do que Belém, como exemplo. “A grande questão é como esses recursos podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e para diversificar a economia. Isso é importante, pois o ciclo do desenvolvimento econômico do minério vai passar e o boom da mineração deve ser aproveitado pela gestão municipal e estadual”, explicou a doutora.

Para falar sobre o assunto, o Governo do Estado levou a Parauapebas o ex-prefeito do município de Congonhas (MG), Anderson Cabido, que é referência no Brasil sobre como a gestão municipal pode contribuir para um melhor aproveitamento dos recursos minerais. Hoje ele é presidente do Instituto de Desenvolvimento de Territórios Mineradores (IDTM), braço social da Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib).


Trio dinâmico formado pela Funcionária da SEICOM Marjorie Neves,
Anderson Cabido  (conhecido como Nicolas Cage da mineração)
 e pela Profª Maria Amélia Enríquez Secretária Adjunta da Seicom

Cabido ressaltou a importância da participação comunitária no evento promovido pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. Mais de 200 pessoas lotaram o auditório da Prefeitura. Ele ainda ressaltou a qualidade das intervenções e disse que a previsão de esgotamento da reserva de Carajás, prevista hoje para 80 anos de exploração, não deve ser considerado como o prazo para o fim do ciclo minerador no município. Este, ressaltou ele, pode se dar antes do esgotamento da reserva devido a fatores econômicos globais, como a queda do preço do minério no mercado internacional.

“Veja o caso do automóvel, já não existe mais tanto ferro ou aço na composição de um automóvel. O ferro já não é mais tão importante no processo de crescimento urbano em muitos países. Com os avanços técnicos na elaboração de novos materiais e com a tecnologia da engenharia, ele há de deixar de ser no futuro tão importante no mercado. Além disso, há outras reservas no mundo, como na África, onde o acesso aos mercados da Europa e Ásia são mais fáceis”, ressaltou Cabido.

Entre tantas questões importantes levantadas durante o evento, esteve uma suscitada por um administrador de um município vizinho. Ele afirmou que muitos trabalhadores que migram para a região em busca de melhores condições de trabalho acabam se fixando no município vizinho, pois o custo de vida em Parauapebas se tornou muito alto. Porém, ressaltou ele, o município, com todas as suas deficiências, não recebe nenhuma participação nos royalties da mineração em Carajás.

O prefeito Valmir Mariano respondeu que, de acordo com o que disseram os técnicos e gestores convidados ao evento, a intenção é promover o desenvolvimento regional e para isso é importante a criação de consórcios e a atuação das Associações de Municípios, que, juntos, podem elaborar planos conjuntos de desenvolvimento. A fala do prefeito foi ratificada pelo palestrante mineiro Anderson Cabido, que ressaltou, mais uma vez, a importância do processo de governança promovido pelo governo do Estado e município.

A propósito disso, o secretário especial Sidney Rosa, ressaltou, em sua fala final, que a participação da comunidade é fundamental para o sucesso das políticas públicas do Estado. “Muita gente reclama, mas quantas pessoas da comunidade fazem parte do Conselho Municipal de Educação, por exemplo? É preciso ter a nossa parcela de responsabilidade. Não é somente a escola, mas a família. O dever que você faz em casa com seu filho é importante para a educação dele tanto quanto a escola”, disse o secretário.

Uma visão dos participantes que em mais de 200 lotaram o
 auditório do local do evento
O evento contou, ainda, com a participação do diretor de gestão financeira da Vale em Carajás, Gustavo Rios. Ele afirmou que a iniciativa dos governos municipal e estadual vem ao encontro do processo de relacionamento da empresa com a comunidade. E disse que esta participação se faz particularmente necessária no momento em que a crise mundial começa a afetar o faturamento da mesma no mercado internacional. Segundo ele, no ano passado a Vale teve um lucro menor de 13 bilhões de dólares em relação ao ano anterior, graças à crise.

“Em primeiro lugar, a Vale tem a preocupação com o retorno aos seus acionistas, pois sem eles a empresa não existira. Mas temos em igual condição de importância o nosso relacionamento com a comunidade e a minoração dos impactos ambientais e sociais que o processo de mineração pode provocar nos municípios onde ela atua. Por isso nós prestigiamos o evento. Acredito que esse processo de participação deva ser constante”, disse. 

Informações da Secretaria de Minas e Transformação Industria do MME e da Agência de Notícias do Governo do Pará.




sexta-feira, 22 de março de 2013

Terceira via?


O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos,
deve se lançar candidato à Presidência em 2014 
Marcos Alves / O Globo


RECIFE — Uma semana após ter-se reunido, em caráter sigiloso, com o ex-governador de São Paulo, José Serra, o Presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou nesta sexta-feira em Recife que tem muitas ideias em comum com o tucano, inclusive algumas maiores do que as mantidas com integrantes da base do governo.


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— Temos mais afinidades do que divergências. Serra sempre militou em um campo muito mais próximo do nosso, do que o de muita gente que está conosco, ou que estava conosco na base de sustentação do presidente Lula. Todo mundo sabe disso.

Entre as ideias convergentes com o tucano, ele citou a defesa de melhor distribuição de renda no país, de crescimento econômico mais arrojado e de uma política de inovação que agregue valor às exportações.

O governador deu as declarações ao chegar na Central de Artesanato de Pernambuco, onde presidiu cerimônia de lançamento do livro "Escultores Populares de Pernambuco", que reúne perfis e fotos de 80 artistas da zona da mata, agreste e sertão do estado.

Em busca de uma composição que viabilize um palanque em São Paulo, Campos reuniu-se com Serra na sexta-feira passada, na capital paulista. No encontro, foi discutido, segundo aliados de ambos, o cenário eleitoral do ano que vem, a economia nacional e o papel da oposição no Brasil. A reunião não foi informada ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que tenta uma aproximação de Serra com Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência. Na avaliação de tucanos, o líder do PSB quer aproveitar o descontentamento de Serra com o comando do PSDB para obter o apoio de parcela da sigla em São Paulo.

O PSB faz parte da base aliada de Alckmin na Assembleia Legislativa e está à frente de 30 prefeituras em São Paulo, a maior parte delas em composição com o PSDB. O diagnóstico é de que, caso se lance candidato, o governador de Pernambuco precisará de um palanque no estado, que poderá ser o de Gilberto Kassab (PSD), candidato ao governo estadual, e aliado de Serra.

Nos últimos meses, o dirigente do PSB tem articulado cada vez mais encontros com empresários e políticos. No próximo dia 5, por exemplo, falará a prefeitos em Santos, em evento que terá a participação também de Aécio Neves, pré-candidato do PSDB a presidente.

O governador recebe segunda-feira a presidente Dilma Rousseff em Recife, depois de constantes adiamentos. A presidente inaugura obras na região metropolitana e no sertão. A presidente visitará as obras de duplicação da BR-408, em Recife, e a construção do sistema adutor do Pajeú, em Serra Talhada. De lá, a presidente deverá seguir para Durban (África do Sul), onde se reunirão os representantes do grupo de países em desenvolvimento chamado de BRICS (que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

quarta-feira, 20 de março de 2013

Impactos do Espetáculo do Crescimento do 0,9 % do PIB

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes ouviu na tarde de hoje (19) relato da representante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Alexânia Rossato, sobre o aumento de vítimas de exploração sexual em obras de construção de hidrelétricas.

Boate em inauguração em Belo Monte


Alexânia citou uma série de casos aos parlamentares. Segundo a representante, na Barragem Jirau, em Rondônia, foi registrado aliciamento de jovens. “Os estupros chegaram a 392 depois do início da construção das barragens, mais do que dobrou em relação ao período anterior às obras. Em Porto Velho, o índice de estupros aumentou 18%. Depois da chegada dos operários, o número de habitantes subiu de seis para 20 mil. O número de bordéis cresceu e agora disputam espaço com outros tipos de comércio, como farmácias e armazéns”, disse.

De acordo com Alexânia Rossato, há casos de exploração sexual infantojuvenil na Barragem de Barra Grande, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, e no Pará, onde está sendo construída a Usina de Belo Monte. “Esperamos que todas as denúncias feitas aqui sejam levantadas e apuradas e os criminosos sejam punidos. Contamos com a CPI para desvelar o mal que assola tantos jovens em nosso país, na construção de grandes obras, que farão tão bem para o Brasil. Nossa matriz energética não pode carregar isso junto consigo. Não pode carregar o princípio desse mal”, disse Alexânia.

A deputada federal Érika Kokay (PT-DF), presidenta da CPI, disse que a comissão continuará fazendo audiências e “a partir delas, oferecer mecanismos de proteção às nossas crianças com relação aos impactos provocados pelas grandes obras”. “É inadmissível que nós tenhamos que escutar um relato desse sobre uma coisa que deveria só nos orgulhar, que é a construção de novas hidrelétricas. Não há dúvida de que as grandes obras têm deixado rastro de violação de direitos e o agravamento da violência sexual de crianças e adolescentes”, disse a presidenta.

Em abril, a comissão vai ouvir os representantes das construtoras.

Por: Marcelo Brandão
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Carolina Pimentel

Deus é brasileiro pobre e franciscano, mas sua representante no Brasil ostenta luxo e riqueza

Por enquanto no Brasil morrem dezenas de brasileiros afetados pelas enchentes e por falta de politicas públicas habitacionais, em Roma há festa e um grande show turístico dos novos donos da riqueza do Brasil. 

Severas críticas, nesta terça-feira (20/03), foram feitas ao tamanho do aparato logístico levado para a cidade de Roma pela presidente Dilma Rousseff, para acompanhar entronização do Papa Francisco. Em Plenário, em plenário se considerou que o tamanho da comitiva presidencial, que exorbitou nos gastos com diárias de hotel, aluguel de veículos e equipamentos, representaram uma afronta à população brasileira. “Já é mais do que sabido que este é um governo perdulário, que gasta em demasia com ações desnecessárias e estruturas excessivas. 

Mas o espetáculo turístico promovido pelo Palácio do Planalto, para visitar um Papa que se apresenta como amigo dos pobres, não apenas é afrontoso com a população de um País que abriga boa parte da sua população na faixa de pobreza, como também causa inconformismo e indignação”, afirmou um senador. 

A presidente brasileira dispensou a hospedagem no suntuoso prédio da Embaixada do Brasil em Roma, localizada no Palácio Pamphilli. Tem quem lembra que foi o embaixador Hugo Gouthier, nos anos 60, que liderou a negociação e posterior compra do Palácio, localizado na famosa Piazza Navona, na capital italiana. Também foi lembrado que a embaixada, que sofreu os efeitos da deterioração do tempo, teve sua restauração coordenada pela embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, na época em que Paulo de Tarso era o embaixador brasileiro na Itália. 

“A memória do Embaixador Hugo Gouthier e a saúde do contribuinte brasileiro teriam sido melhor preservadas se a presidente Dilma optasse pelo Palácio Pamphili”, agregou um político da Casa. A logística utilizada por Dilma em Roma foi detalhada no Plenário. 

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a comitiva presidencial envolveu 52 quartos de hotel e 17 veículos. A frota incluiu sete veículos sedam com motorista, um carro blindado de luxo, quatro vans executivas com capacidade para 15 pessoas cada, um micro-ônibus e um veículo destinado aos seguranças, sem falar de um caminhão-baú e dois furgões para o transporte de bagagens e equipamentos. 

Já o hotel utilizado pela presidente – Westin Excelsior – cobra pela diária de sua suíte presidencial algo em torno de R$ 8.000, e seu apartamento mais barato custa aproximadamente R$ 900,00. Nesse hotel o bloqueio da comitiva brasileira foi de 30 quartos. O tamanho gasto com a viagem representa “uma agressão ao bom senso, à realidade, mas é sobretudo uma agressão à pobreza, que não foi exterminada no Brasil como a propaganda oficial tenta insinuar”, afirmou um outro Senador, destacando, ainda  que os gastos do Brasil para a visita a Roma se chocam com o discurso do novo Papa, voltado para o atendimento aos mais pobres. 

A  repercussão sobre o assunto em jornais internacionais, como o espanhol ABC foi negativa para o Brasil, a repercussão é justificável, dado o tamanho da comitiva. “Dilma levou a Roma uma pequena multidão. Se a presidente reunisse sua numerosa comitiva em frente à Embaixada em Roma, pensariam que ali estaria sendo realizado um comício. Ao que parece, foi uma missão de turismo oficial, um verdadeiro espetáculo turístico em Roma”, concluíram no Senado, políticos de oposição. 

terça-feira, 19 de março de 2013

Eu te amo e até me humilho pela tua causa, mas tu nem aí comigo

Empresa de Eike Batista, MMX prevê plano de investimentos de R$ 2 bilhões em 2013, só que nenhum centavo será investido no Estado do Pará. 

Eike Batista

De nada adiantou a festa que políticos paraenses organizaram no Rio de janeiro para festejar Eliézer Batista, Líder do grupo empresarial, que fez fortuna na Amazônia, aproveitando informação privilegiada que tinha como Ministro de governos brasileiros. A empresa MMX não tem planejado investir no Estado do Pará. 


Veja as matérias do Valor Econômico a seguir. 

MMX prevê plano de investimentos de R$ 2 bilhões em 2013


RIO - O diretor-presidente e diretor de relações com investidores da MMX, Carlos Gonzalez, disse hoje durante conferência com analistas que, apesar de o plano de negócios da empresa estar sendo revisto, a companhia trabalha com o valor de R$ 2 bilhões para o programa de investimentos de 2013.

Leia mais: Prejuízo da mineradora de Eike sobe 40 vezes em 2012

MMX quer exportar 100% da produção até 2014

Ele adiantou que a revisão do plano de negócios deverá ser concluída em 90 dias e reiterou que o foco do projeto da MMX é a entrega do Superporto do Sudeste este ano, melhoria da do desempenho operacional da companhia e consolidar a empresa como operadora portuária prestando serviços a terceiros, como é o caso do contrato que a empresa já tem com a Usiminas. “Vamos usar o porto como negócio e concluir a expansão do projeto Serra Azul”, disse. Gonzalez considera que estes são os grandes desafios da empresa este ano.

O executivo demonstrou preocupação em relação à licença de instalação (LI) da barragem de rejeitos da mina de Serra Azul, porque a liberação de um crédito de R$ 3 bilhões do BNDES para expansão do projeto depende do documento. A avaliação da LI está sendo feita pelos órgãos ambientais de Minas Gerais.

Questionado por analistas sobre a compra de terrenos para a instalação completa da barragem, ele disse que esse procedimento estava sendo feito. De acordo com o executivo, mesmo não tendo 100% dos terrenos comprados, será possível obter a licença de instalação, condicionando o fechamento das comportas e o enchimento do lago da barragem ao recebimento da licença.

Por Vera Saavedra Durão e Luciana Bruno | Valor

segunda-feira, 18 de março de 2013

Operação identifica e embarga áreas de desmatamento ilegal no Pará


Ibama já identificou 2,5 mil hectares de áreas irregulares.
Operação "Onda Verde" já aplicou R$ 7 milhões em multas.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/PA) divulgou nesta segunda-feira (18) o balanço parcial da operação “Onda Verde”. Os dados são referentes à região de Novo Progresso, no oeste do Pará. Desde que começou, em fevereiro deste ano, a operação identificou 2,5 mil hectares de áreas ilegalmente desmatadas para pecuária, e aplicou aproximadamente R$ 7 milhões em multas.
Operação "Onda Verde" já identificou 2,5 mil hectares de floresta desmatados de forma irregular (Foto: Nelson Feitosa/Ibama)
De acordo com o Ibama, apesar de identificados, muitas áreas desmatadas ainda não foram autuadas e foram embargadas por edital, já que os proprietários são desconhecidos. "Essa medida vai facilitar a aplicação futura da multa, além da apreensão e doação do gado que for encontrado nestas propriedades", explica o coordenador da Onda Verde em Novo Progresso, o analista ambiental Leonardo Tomaz.

Um dos pontos de desmatamento foi identificado próximo a Terra Indígena do Baú, no distrito de Castelo dos Sonhos. Segundo o Ibama, os desmatadores fugiram do local quando avistaram os fiscais. Duas motosserras foram abandonadas no terreno, onde já havia 400 hectares de florestas destruídas. A área não tem Cadastro Ambiental Rural (CAR) e foi embargada pelo Ibama.

Gado apreendido em Novo Progresso (Foto: Nelson Feitosa/Ibama)

Gado irregular
Nesta segunda (18) o Ibama também divulgou uma apreensão inédita no país: no final do ano passado, 500 cabeças de gado foram apreendidas em uma área desmatada e embargada em Novo Progresso. De acordo com o Instituto, foi a primeira vez que um rebanho de dono desconhecido foi apreendido pelo órgão. "Criar gado em área desmatada e embargada por edital, deixar de marcar o animal, não se inscrever no CAR, não vai impedir a apreensão do Ibama. Este ano mais rebanhos nesta mesma situação serão apreendidos na região", afirma o superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo.

Depois de ter o gado apreendido, o proprietário se apresentou e reclamou a posse dos animais. Porém, segundo o Ibama, todo o rebanho foi doado a uma associação beneficente da região. "Foram apenas dez dias entre a apreensão na área embargada sem posseiro conhecido e a doação sumária. Ou seja, foi pior negócio para o pecuarista não buscar a legalidade ambiental", diz o superintendente.


Aula de português para alunos do ENEM



Estudo mostra por que usuários de celular são irritantes


Se você acabou de ler o mesmo parágrafo 12 vezes porque a pessoa sentada ao seu lado no ônibus está conversando no telefone celular, sinta-se livre para mostrar a ela o seguinte: os cientistas descobriram mais uma prova de que ouvir conversas alheias de celulares é muito mais irritante e causa mais distração do que ouvir o diálogo entre duas pessoas.

Em um estudo publicado na revista PLoS One, estudantes universitários que foram solicitados a completar anagramas enquanto uma pesquisadora próxima falava em seu celular ficaram mais irritados e distraídos --e muito mais propensos a lembrar o conteúdo da conversa-- do que os estudantes que fizeram os mesmos quebra-cabeças enquanto a mesma conversa acontecia entre duas pessoas que estavam na sala.

O estudo é o mais recente de um corpo de pesquisa crescente sobre por que os celulares estão no topo da lista de irritações modernas. Cada vez mais provas indicam que os hábitos encorajados pela tecnologia móvel --entre eles falar alto em público com alguém que não está presente-- são feitos sob medida para sequestrar as funções cognitivas de quem está próximo.

Um dos motivos, disse Veronica V. Galvan, professora-assistente de psicologia da Universidade de San Diego e autora principal do estudo, é o desejo do cérebro de preencher os espaços em branco das conversas.

"Se você ouvir só uma pessoa falando, ficará constantemente tentando colocar essa parte da conversa em contexto", disse Galvan. "Isso, naturalmente, vai atrair sua atenção para longe de qualquer outra coisa que você estiver tentando fazer."

Também é uma questão de controle, dizem Galvan e seus colegas. Quando as pessoas estão presas ao lado de uma conversa unilateral --conhecida hoje em dia como um "metálogo"--, a raiva vem à tona da mesma forma que em outras situações em que as pessoas não têm liberdade de sair, como esperando um trem.

"Se você estiver esperando em fila e alguém atrás de você estiver falando num telefone celular, você está de certa forma preso ali", diz ela, "e você pode ter uma resposta de estresse psicológico".

Não que você precise se sentir estressado para achar os celulares perturbadores. Alunos que participaram de um estudo da Universidade Cornell em 2010 tiveram problemas para completar tarefas simples, como acompanhar um ponto numa tela com um cursor, enquanto ouviam uma fita de uma conversa unilateral, mesmo sabendo que a conversa era o foco do estudo.

Os 149 alunos no estudo de Galvan não sabiam que as conversas paralelas faziam parte da pesquisa; 15 alunos que descobriram isso não foram contabilizados nos resultados. E embora sua capacidade de resolver os anagramas não tenha sido visivelmente prejudicada, os alunos que ouviram os "metálogos" tiveram uma pontuação mais alta ao se avaliarem numa "escala de distração". Eles também disseram que se lembravam de mais detalhes da conversa, que tinha o mesmo roteiro em ambos casos (um professor de teatro foi convocado para interpretar a conversa).

O cérebro simplesmente não pode ignorar um fluxo de novas informações, disse Lauren Emberson, associada de pós-doutorado da Universidade de Rochester, de Nova York, que liderou o estudo de Cornell quando trabalhava lá.

"Nossos cérebros estão configurados para se concentrar em coisas que são novas ou inesperadas", disse Emberson. "Quando você está ouvindo metade de uma conversa, cada enunciado novo é uma surpresa, então você é forçado a constantemente prever o que vai acontecer a seguir."

Como é quase impossível se desligar de uma conversa de celular próxima, as pessoas sujeitas a elas muitas vezes acreditam –incorretamente-- que o locutor está falando alto fora do normal, de acordo com os resultados de um estudo de 2004 da Universidade de York (Inglaterra).

Sessenta e quatro passageiros foram expostos à mesma conversa em níveis de volume diferentes, metade numa ligação de telefone celular e a outra metade numa conversa face a face. Em média, os passageiros acharam que os indivíduos que estavam ao telefone falavam mais alto, mesmo que isso não fosse verdade.

"Quando você olha para uma luz, ela parece mais brilhante", disse Emberson. "E quando você não consegue deixar de prestar atenção em um ruído, ele parece mais alto."

Essa sensação de estar submetido a algo inevitável e desagradável transformou as conversas de telefone em público num ponto de irritação.
"Quando você está ouvindo uma conversa tola de um estranho ao celular, seu cérebro é obrigado a trabalhar muito mais no que você está fazendo, e isso interfere em sua capacidade de se concentrar em outras coisas", disse Amy Alkon, colunista que escreveu um livro sobre boas maneiras chamado "I See Rude People" [algo como "Eu Vejo Pessoas Mal Educadas"]. "Ela dá o que eu chamo de 'cócegas neurais'."

Embora as pesquisas tenham repetidamente colocado as conversas de celular em público no topo das irritações dos norte-americanos, há indícios de que o problema está diminuindo --ou, talvez, de que as pessoas estão começando a aceitar que todo esse blá blá blá é a nova realidade. Em 2006, 82% dos norte-americanos disseram que se irritavam pelo menos ocasionalmente com conversas de celular em público. Em 2012, esse número caiu para 74%.

Alkon atribui a queda a uma rejeição crescente do comportamento. "As pessoas estão começando a reconhecer que é realmente rude obrigar as outras pessoas a ouvirem a sua conversa", disse ela, "especialmente em lugares em que você fica preso, como em um trem ou em um consultório médico."

É uma sensação familiar para qualquer um que já tenha tentado ler, trabalhar ou apenas relaxar no transporte público. Geoff Huntting, executivo de marketing da New Canaan, em Connecticut, diz que seu trajeto de mais de uma hora até Manhattan é muitas vezes marcado por alguém conversando ao celular.

Como os alunos no estudo de Galvan, ele disse que ainda conseguia se lembrar dos detalhes de um "metálogo" irritante que ouviu há mais de um mês. "Uma jovem de 20 e poucos anos reclamando para o namorado ou parceiro --no volume máximo durante toda a viagem-- sobre uma outra garota que estava tentando marcar pontos com o chefe ou algo parecido", disse Huntting, 38.

Para ser justo, disse ele, o trem também é frequentado por torcedores barulhentos e embriagados dos Yankees a caminho de casa depois dos jogos. Mas de alguma forma ele acha mais fácil ignorar essas conversas.

"É alto, mas é menos irritante do que ouvir as reclamações só de um lado sobre algo que você não pode colocar em contexto", disse. "Não é nem mesmo uma conversa: é tagarelice, é só barulho."

Douglas Quenqua


Colapso da navegação no Rio Xingu pelos impactos da Hidrelétrica

Belo Monte causa transtornos com transposição de embarcações


Em 21 de dezembro de 2012, segundo interpretação equivocada do calendário maia, o mundo iria acabar. Naquele dia, “o coração de Belo Monte começou a bater”, nas palavras de Antônio Kelson, diretor de construção da concessionária Norte Energia, empresa responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Na ocasião, a empresa anunciara que havia concluído a construção da ensecadeira do sítio Pimental, um dos canteiros da obra, no Rio Xingu.

No site da Norte Energia, a empresa garantiu ainda que “a construção das ensecadeiras não trouxe prejuízo na navegabilidade no Xingu devido à construção do Sistema de Transposição de Embarcações (STE)”. Publicada em 15 de janeiro, a nota afirmada que o sistema funcionaria “como espécie de guincho que iça e atravessa pequenas embarcações por cima da barragem feita no local”.

Aquele era o último dia do prazo dado pelo Ibama para a conclusão do sistema de transposição e a Norte Energia precisava ser convicente. Kelson declarou então que “Belo Monte veio para resolver! Em momento algum a obra vai interromper os ciclos de vida nessa região”.

Ademar Ferreira, um pescador nascido e criado na região, discordaria das profecias do diretor, caso tivessem sido dirigidas a ele, enquanto observava um trator tirando seu barco da água. O trator puxaria por terra o barco do pescador, atrelado a um reboque. Ademar, desconfiado, iria ser transportado até o outro lado do rio dentro de uma van. A cena é surreal para um pescador acostumado a navegar livremente no Xingu, rio que sempre considerou como sendo dele.

O sistema de transposição é uma das medidas de mitigação dos impactos da construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, planejada para ser a terceira maior do mundo. Com o barramento de grande parte do rio naquele trecho, o canal que ainda está aberto acumula um grande volume de água que torna perigosa a navegação.

Para os pescadores, o sistema não é adequado e está provocando o que chamam de “decalafetamento” – quando a trepidação do reboque causada pelo deslocamento do trator, vai abrindo pequenas fissuras no casco, danificando as embarcações.

Pescadores e ribeirinhos também reclamam da demora na fila de barcos e muitos tem se arriscado tentando cruzar o rebojo no pequeno canal ainda aberto entre as obras da hidrelétrica naquele trecho do rio. A espera chega a durar até uma hora em alguns casos e segundo pescadores e ribeirinhos este tempo ainda deve aumentar com o fim do período de defeso, quando o fluxo de pescadores navegando aumenta consideravelmente.

Leonardo Batista, pescador indígena da etnia Juruna, desabafa:

- A gente se sente aqui em um cativeiro. Nós não temos mais a nossa liberdade. Antes a gente pescava livremente nesta área agora esta essa situação aqui do sistema de transposição, colocando em risco a nossa vida, nosso motor, nossa mercadoria. O prejuízo fica pra nós, então nós nos sentimos massacrados, ilhados, desrespeitados como seres humanos filhos desta terra”.

Irmã Ignez, que participa na luta contra Belo Monte desde 1989, se emociona ao ver os pescadores submetidos à espera e ao trator do sistema de transposição da Norte Energia.

- Agora tudo é arrasado em nome do capital; tudo é transformado em cimento e em pedra. Da vontade de chorar.



Por: Lunaé Parracho
Fonte: Terra Magazine/ Blog da Amazônia



Mais tragédias pela hidrelétrica......

Acidente de avião que levava trabalhadores de hidrelétrica mata dez pessoas no Pará


14 de março de 2013
Dez pessoas morreram na noite de ontem (12) em um acidente com um avião bimotor que transportava de Belém (PA) a Almeirim, no oeste do estado, funcionários da Hidrelétrica Santo Antônio do Jari. Morreram o piloto e nove trabalhadores contratados da Cesbe Engenharia e Empreendimentos, uma das empresas consorciadas para a construção.

A aeronave foi alugada da companhia de táxi aéreo Fretax e os destroços foram encontrados na manhã de ontem (13).

De acordo com a Cesbe, as autoridades locais iniciaram as investigações para apurar as causas do acidente. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que o acidente envolveu a aeronave de matrícula PT-VAQ nas proximidades do aeroporto de Monte Dourado, um distrito de Almeirim.


Uma equipe de investigadores do Cenipa está no local colhendo as informações que vão iniciar o processo de investigação. De acordo com a instituição, ainda não é possível apontar nenhum fator que contribuiu para o acidente, que ocorreu às 20h26 de ontem.

A Agência Brasil entrou em contato com a empresa Fretax, que não se manifestou a respeito do acidente até a publicação desta matéria.

Por: Carolina Sarres
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Davi Oliveira





Lecheva: 'Vitória foi incontestável. Fomos melhores nos 90 minutos'


Um domingo para nenhum do Paysandu botar defeito, afinal, ganhar do maior rival tem gosto especial, ainda mais quando o placar é confortável, como o deste domingo, dia 17, quando os bicolores venceram os azulinos por 3 a 1 em tarde de gala com boa atuação de toda a equipe e, em especial, do meio-campista Eduardo Ramos




Diferentemente dos últimos três clássicos, acirrados e com o placar definido nos detalhes, Paysandu e Remo apresentaram um roteiro diferente neste domingo, no Mangueirão. O Papão passeou em campo, venceu o arquirrival por 3 a 1 e fechou a quarta rodada do Campeonato Paraense na liderança.

O Leão até começou melhor, mas o time bicolor construiu a vitória ainda no primeiro tempo: Yago Pikachu abriu o placar, e Diego Bispo ampliou. Maestro do time e um dos melhores em campo, Eduardo Ramos assinalou o terceiro. Branco descontou para Remo.

Com o resultado, o Paysandu volta à liderança da competição, com dez pontos, deixando o rival em segundo, com nove. As duas equipes voltam a campo na quarta-feira, às 20h30m (de Brasília). O Papão enfrenta o Cametá no Estádio da Curuzu, e o Leão encara o Paragominas fora de casa, na Arena Verde.