quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Com arranhões, Marina sai ganhando de entrevista na TV

Kennedy Alencar

Postado por: DANIELA MARTINS


O comentário no “Jornal da CBN” analisou a entrevista de Marina Silva, candidata do PSB à Presidência da República, ao “Jornal Nacional”, da Rede Globo. Marina manteve a calma e um tom de voz firme. Não se intimidou com questões duras.

A candidata defendeu a legalidade do uso do jato que ocasionou a morte de Eduardo Campos e mais seis pessoas. Afirmou que era um empréstimo e que as horas de voo seriam contabilizadas e ressarcidas pela campanha ao final das eleições, como permite a lei. Mas disse que não tinha conhecimento das questões de propriedade da aeronave, que envolvem empresas laranjas. Também não apresentou documentos de empréstimo. A resposta foi incompleta. Esta continua sendo uma questão que precisa ser mais bem esclarecida.

Questionada sobre a posição que alcançou no Acre nas eleições de 2010, Marina utilizou um argumento razoável. Havia uma forte polarização entre PT e PSDB e ela ficou em terceiro lugar, como na média nacional. Ela lembrou fatos de sua trajetória política e usou frases de efeito como “minha vida nunca é fácil”.

As contradições entre Marina e seu vice, Beto Albuquerque, são pertinentes e foram bem abordadas na entrevista. Elas jogam dúvidas sobre quais seriam, de fato, as diferenças entre a “nova política” e a “velha política”. Mas, politicamente, Marina se saiu bem em uma entrevista difícil.

Outro tema comentado foi a manchete da Folha de S. Paulo que diz que Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, pagou multa para evitar uma investigação da Receita Federal sobre sua evolução patrimonial. É um assunto que preocupa o governo e o PT. A Petrobras já está no centro do debate eleitoral devido à operação Lava Jato e à compra da refinaria de Pasadena. Uma investigação que envolva o Banco do Brasil pode significar munição para a oposição falar em eventuais aparelhamento e corrupção em outro órgão estatal. Tudo o que a campanha da presidente Dilma Rousseff não quer é abrir outra frente de batalha no momento em que Marina Silva cresce nas pesquisas e aparece com chances de vencer no segundo turno.

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