segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Quem manda é a Fazenda




domingo, 9 de fevereiro de 2014

Protestos fizeram governo mudar discurso sobre Copa



Sondagem apontou ceticismo da população em relação ao legado do evento


Orientada por pesquisa, presidente deixou de enfatizar obras e passou a usar tom ufanista em discursos sobre evento



O governo federal mudou o discurso em relação à Copa depois que pesquisas internas apontaram no ano passado que a população via com ceticismo o "legado" do evento e enxergava as obras como uma "maquiagem" para garantir o sucesso do Mundial.

Uma ampla sondagem feita entre junho e agosto de 2013 para medir o impacto real das manifestações de rua fez com que a presidente Dilma Rousseff reformasse o tom de seus discursos.

Cruzamento entre as constatações das pesquisas e o comportamento do governo nos meses seguintes mostra adoção de medidas e novos hábitos de comunicação em razão das sondagens.

Após o levantamento, a mensagem oficial do Mundial deixou de enfatizar as obras de infraestrutura que ficariam como herança do evento e passou a enaltecer o ufanismo e o orgulho do "país do futebol" em sediar a Copa.

Os dois discursos permanecem na comunicação do Planalto, mas a ênfase mudou. Surgiu o bordão "Copa das Copas" em detrimento do "Pátria de Chuteiras", inicialmente adotado.

O mote "Copa das Copas" foi bolado pelo marqueteiro Nizan Guanaes em uma reunião secreta com Dilma em novembro passado. Outros assessores já tinham sugerido o foco na paixão nacional, não no legado. No dia 6 de dezembro, no sorteio da Copa, Dilma usou o bordão pela primeira vez --repetiu várias vezes depois, inclusive em sua conta no microblog Twitter.

"O futebol deve ser usado como um fim, não como um meio para atingir outros fins", diz a conclusão do levantamento qualitativo, que reuniu grupos de discussão para capturar tendências.

Foram esses grupos que usaram espontaneamente o termo "maquiagem" para definir as ações do governo.

"Havia grande expectativa de que os benefícios sociais e de infraestrutura da Copa seriam concretos e permanentes. Porém, com o passar dos dias, esse sentimento está se convertendo em percepção de maquiagem' e que tudo voltará a ser como antes quando a Copa terminar", diz o relatório da época, que apontou ainda que a "maquiagem está para a Copa assim como o jeitinho' brasileiro está para o lado negativo do comportamento brasileiro."

As sondagens detectaram uma percepção mista sobre o Mundial: um formado pelo sentimento de orgulho, união e nacionalismo e outro, negativo, formado pelo temor com a falta de segurança pública e obras atrasadas.

No levantamento, nota-se pessimismo nas classes C e D, sobretudo em São Paulo.

A Fifa é alvo preferencial. "É na associação entre governo e Fifa que as críticas são mais cáusticas", diz o estudo.

Há mais uma contradição: "A imagem dos estádios como obra é a melhor possível, mas é exatamente essa imagem que torna os estádios alvos de crítica, porque são comparados com a qualidade dos hospitais e escolas."

O texto recomenda ao governo sempre usar o termo "fiscalizar" ao tocar no tema.

Esse é um dos levantamentos mais completos feitos após os protestos, com custo não divulgado. Os resultados, coletados e aferidos pelos institutos Análise e Ibope, estão em 428 páginas sobre o perfil das manifestações, a relação delas com a Copa e índices de aprovação e rejeição.

NATUZA NERY
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Esse é o Cara

   Pizzolato tem pedido de liberdade provisória negado






BOLONHA - A Justiça italiana negou nesta sexta-feira o pedido do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão, de aguardar em liberdade a decisão sobre a sua extradição para o Brasil.

Antes dessa decisão, em uma audiência realizada em Bolonha, Pizzolato informou ao juiz que não pretende voltar ao Brasil.

O fato de Pizzolato ter entrado em território italiano portando documentos falsos, o que pode lhe render uma pena de até três anos, pesou na decisão do juiz. A defesa do ex-diretor do Banco do Brasil tinha alegado que não havia risco de fuga.

Prisão

Foragido desde novembro do ano passado, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão, foi preso na manhã de quarta-feira no norte da Itália.

Numa ação das polícias italiana e brasileira, ele foi detido em Maranello, a 322 quilômetros de Roma, onde vivia na casa de um sobrinho, com passaporte falso em nome de Celso, irmão morto em 1978 em um acidente de carro.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o governo pedirá à Itália a extradição de Pizzolato. No entanto, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a medida é "inócua".

Para Celso de Mello, o pedido é "juridicamente inviável" já que Pizzolato possui cidadania italiana e as leis locais proíbem a extradição de seus cidadãos. Já a Procuradoria-Geral da República considera que existem brechas legais.

A partir de informação da polícia italiana de pedido de cidadania de residente, a Polícia Federal descobriu que Pizzolato havia falsificado documentos. O planejamento da fuga começou em 2007, cinco anos antes dele ser condenado pelo STF a 12 anos e sete meses de prisão pelo envolvimento no esquema do mensalão.

No momento da prisão, o ex-diretor do BB estava com a mulher e tinha 15 mil euros. "Ele jogou o nome da família na lama", disse a tia de Pizzolato no Brasil.

Por Folhapress

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Pikachu Reconciliado com a torcida. Por enquanto...







Lima Gol!




A conferir!



São Paulo. Das mil creches previstas até o fim do ano, governo estadual só entregou 24

Secretaria da Educação diz que há R$ 1 bilhão disponível para as unidades, mas prefeituras não conseguem apresentar documentos e conseguir terrenos


Das mil creches previstas até o fim do ano no programa Creche Escola, lançado pelo governo paulista em 2011 para repassar verbas aos municípios na área da educação infantil, apenas 24 unidades já foram entregues - quatro delas no interior. A dificuldade das prefeituras em conseguir terrenos para as obras, atender às exigências documentais e garantir recursos para o funcionamento das creches estão entre as principais razões apontadas para o atraso.

Segundo a Secretaria da Educação do Estado, já foram assinados convênios para a construção de 467 creches. Do total, há 157 obras em andamento, 93 com licitações abertas e 299 com processos de concorrência previstos. A pasta diz que há condições orçamentárias - cerca de R$ 1 bilhão - para a construção das mil creches até dezembro, mas que as obras dependem de esforço dos municípios.

Antes de abrir concorrência e receber os recursos, as prefeituras devem apresentar os terrenos regularizados e toda a documentação necessária. A verba é repassada à medida em que avançam a licitação e a obra. Além de São Paulo, só as cidades de Anhembi, Guararapes, Queluz e Lençóis Paulista já têm creches finalizadas.

Na capital, foram entregues no ano passado 14 unidades frutos de convênio com o Estado. Mais três serão finalizadas em 2014, segundo a Secretaria Municipal de Educação, e outras 25 estão em diferentes etapas de construção. Apesar dos programas de apoio dos governos estadual e federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação define que o município é o responsável pela oferta de creches e unidades de educação infantil.

Queixas. Para as secretarias municipais de educação, as exigências técnicas e burocráticas são empecilhos. "As cidades médias deveriam ser mais livres para desenvolver a licitação enquanto regularizam o terreno", defende o secretário de Educação de Guarulhos, Moacir Souza. A cidade tem convênio assinado para uma creche e está na fase de localização de terreno. Com requisitos específicos de metragem e estrutura, a busca por áreas geralmente é a fase mais complicada.

Bragança Paulista já tem um convênio assinado e outras quatro creches liberadas, ainda à espera da entrega de documentação ao governo. "Como estamos em cidade de montanha, não é simples acharmos um local plano", diz a secretária de Educação, Huguette Theodoro. Para ela, essas dificuldades explicam o baixo número de creches prontas no Estado.

Em Lençóis Paulista, o terreno já pertencia à prefeitura, o que facilitou o processo. "Quando um empreendimento imobiliário é construído, planejamos a destinação de áreas para equipamentos públicos", relata Fernando Ortega, engenheiro da Diretoria de Educação.
As pastas municipais ainda reclamam dos cofres vazios para a regularização de terrenos e alocação das verbas de funcionamento das creches.

"A iniciativa (do Estado) é boa, mas várias prefeituras esbarram na Lei de Responsabilidade Fiscal. Falta dinheiro para manter a creche depois", diz a presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo, Priscilla Bonini, que também está à frente da pasta no Guarujá.

Exigências. Em nota, a Secretaria da Educação do Estado afirmou que cumpre os critérios previstos na Lei de Licitações, "sendo eles a garantia de que a verba pública será utilizada de forma adequada e para atender o objetivo de criar mais creches". Segundo a pasta, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligada ao Estado e que tem a responsabilidade de supervisionar as obras, oferece três tipos de plantas para facilitar a identificação de terrenos e reduzir custos.

(Ana Cristina Campos /Agência Brasil)

Dilma: Pronatec terá 8 milhões de matrículas até o fim do ano


No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma informou que 60% das matrículas do Pronatec foram feitas por jovens com idade entre 17 e 29 anos



A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (3) que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec) já conta com 5,7 milhões de matrículas, das quais 4 milhões feitas nos cursos de qualificação profissional e 1,7 milhão, nos cursos técnicos. "Até o final do ano, vamos chegar aos 8 milhões de matrículas que tínhamos nos comprometido quando lançamos esse programa", disse.

No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma informou que 60% das matrículas do Pronatec foram feitas por jovens com idade entre 17 e 29 anos, o que, segundo ela, mostra que eles veem no programa a oportunidade de melhorar a formação e conseguir um bom emprego. "[Isso] também é ótimo para o Brasil, que precisa, cada vez mais, de técnicos e de trabalhadores qualificados, para aumentar a produtividade nas nossas empresas e a competitividade da economia brasileira", acrescentou. Ela destacou que, em 2013, os cursos do Pronatec podiam ser encontrados em 3.200 municípios e que, este ano, chegarão a 4.260 cidades.

Dilma explicou que o Pronatec oferece cursos técnicos que podem durar até dois anos, e cursos de qualificação com duração menor, de até quatro meses. Os cursos técnicos são oferecidos para quem está fazendo ou já terminou o Ensino Médio, disse. "Até o final de 2014, estarão em funcionamento mais 208 escolas técnicas federais. Já no início de março, teremos, em funcionamento, mais 151 escolas técnicas", acrescentou. A presidente informou que o governo fez parceria com o Sistema S, como o Senai e o Senac, para a formação de técnicos nas mais variadas áreas.

Nos cursos de qualificação profissional, mais de 4 milhões de trabalhadores fizeram a matrícula para melhorar a capacitação, dos quais 900 mil eram beneficiários do Programa Brasil sem Miséria. "Esse esforço tem sido especialmente importante para a indústria", disse. Com o Pronatec, o governo oferece mais de 300 mil vagas em cursos em setores estratégicos, como petróleo e gás, tecnologia da informação, construção civil, energias renováveis, entre outros.

A presidenta Dilma também lembrou que, em março, serão abertas as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec), que seleciona jovens e adultos que já concluíram o ensino médio para as vagas dos cursos técnicos do Pronatec.

(Ana Cristina Campos /Agência Brasil)

Em meio à tensão mundial, Dilma vê economia no rumo


Desaceleração da China agrava queda da Bolsa no Brasil


Ibovespa desce ao menor nível desde julho; dados dos EUA e chineses afetam também mercados desenvolvidos


Saída de recursos eleva dólar a R$ 2,433 e pressiona alta de juros; Dilma diz que país está preparado contra crise

Números frustrantes de atividade na China e nos EUA fizeram as Bolsas cair em todo o mundo ontem, expandindo para os países desenvolvidos a crise financeira que atingia os emergentes em janeiro.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, despencou 3,13%, maior desvalorização desde julho. O índice atingiu seu menor patamar também em sete meses. Todas as suas 72 ações caíram.

As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras recuaram 5,8%, para R$ 13,85, o menor valor desde 2005.

Ações também caíram nos EUA, na Europa e no Japão (veja quadro), após a divulgação de que o crescimento do setor de serviços da China desacelerou em janeiro para o menor nível em cinco anos.

Agravou as perdas a divulgação de que a atividade manufatureira dos EUA cresceu em ritmo menor, o que levantou incertezas sobre a retomada da economia do país.

A Bolsa brasileira já caiu 10,41% desde o início do ano, por causa das dúvidas provocadas pelo crescimento mais lento da China e os efeitos da recuperação dos países ricos.

Os dois fenômenos afetam emergentes, como o Brasil. A demanda chinesa menor derruba o preço das commodities e reduz o fluxo de dinheiro para os exportadores.

Apesar do dado negativo de ontem, vários indicadores sinalizam a recuperação da economia dos EUA. A retomada funciona, no curto prazo, como um "aspirador de dólares", atraindo capital antes investido nos emergentes.

Essa migração de recursos para os EUA se acelerou no mês passado, com a decisão do Fed (banco central americano) de cortar as injeções de dólares na economia.

A saída de dinheiro agrava problemas estruturais dos emergentes, elevando ainda mais a incerteza de investir.

DÓLAR EM ALTA

Com investidores tirando dinheiro do Brasil, o dólar à vista (referência no mercado financeiro) subiu 0,74%, para R$ 2,433. Entre 24 moedas emergentes, 17 caíram.

Os fundos negociados em Bolsa dos mercados emergentes registraram resgates de US$ 4,4 bilhões (4,8% de seus ativos) na semana passada. Ao longo do ano passado, sofreram queda de 15,8%.

Embora no longo prazo a retomada americana --a maior do mundo-- seja benéfica para os emergentes, no curto prazo ela provoca perda de divisas e alta de juros (como forma de tentar segurar os recursos investidos).

Nas últimas semanas, a turbulência acentuou a perda de valor do peso argentino e provocou alta de juros na Turquia, na Índia e na África do Sul.

O Brasil já vinha subindo a taxa básica, a Selic, mas uma recente pressão por um ritmo maior na alta dos juros passou a preocupar o governo.

Em reação à crise de confiança dos investidores, a presidente Dilma foi enfática na mensagem de reabertura dos trabalhos do Congresso.

Ela assegurou que o Brasil está preparado para enfrentar a crise e alfinetou os países desenvolvidos afirmando que ninguém pode reconstruir a economia mundial isoladamente. 


DE SÃO PAULO 
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS