domingo, 30 de março de 2014

A nota da campanha


Na manhã de terça-feira, um dia depois do rebaixamento da dívida brasileira, o diretor de rating soberano da Standard & Poor's, Sebastian Briozzo, era um dos mais aguardados palestrantes de um evento em São Paulo que também tinha entre suas atrações o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Ao responder à mediadora sobre o impacto da sucessão nos prognósticos fiscais do país, disse: "Faz tempo que não só no Brasil como no resto da America Latina a cor da bandeira deixou de fazer a diferença. Governos de direita e de esquerda fazem políticas pragmáticas e prudentes. O importante é a agenda e a equipe que vai trabalhar com as agendas".




ma tradução possível do bom português do diretor argentino da S&P é que a política no Brasil e na América Latina não preocupa a agência. Quem faz a política, na verdade, são as equipes econômicas e suas agendas. O rebaixamento de BBB para BBB-, portanto, seria um aviso para a atual presidente não se desgarrar do caminho do meio, onde inexistem bandeiras.
Três anos atrás, ao baixar a nota da dívida americana, a S&P pode ter sido acusada de tudo pelo governo Obama, menos de ter ignorado as bandeiras da política local. O país vivia o impasse entre democratas e republicanos em torno do teto da dívida pública que travou os gastos do governo.
A S&P justificou o rebaixamento de AAA para AAA-: "A política temerária dos últimos meses evidencia que a governança e a administração pública nos EUA estão se tornando cada vez mais instáveis, menos efetivas e menos previsíveis. (...) As diferenças entre os partidos políticos provaram-se extraordinariamente difíceis de ser estreitadas".
Como se trata de um país que imprime a moeda mundial, restou à S&P invadir a política para explicitar suas dúvidas sobre a capacidade de o governo americano pagar sua dívida.
A nacionalidade americana da empresa talvez explique a falta de cerimônia com que a agência adentrou terreno minado. As reações foram muito mais enervadas do que aquelas que se observam por aqui, mas a maior delas veio dois anos depois num prato frio. O Departamento de Justiça levou à frente uma ação de US$ 5 bilhões contra a S&P pelas barbeiragens de seus ratings na crise de 2008. A agência queixou-se de retaliação.
Na queda de braço entre a S&P e o governo americano ficou explícita a inconformidade da agência com um modelo político em que Congresso e partidos têm peso na definição dos rumos do país.
No Brasil, o dirigente da agência até chegou a reconhecer os limites do mercado - "O Brasil tem uma democracia consolidada, pluralista e mais avançada que a de outros emergentes e, por isso, é mais difícil construir consensos".
Onde Briozzo se traiu, e seu domínio do português não autoriza um lapso idiomático, foi na constatação de que as equipes econômicas valem mais que as bandeiras políticas.
O maior responsável pela convicção da S&P de que a esquerda no Brasil pode ser pragmática - ou seja, fazer o que a agência acha que precisa ser feito - foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seis anos atrás, Lula comemorou o grau de investimento a que chegou o Brasil sob seu governo.
A mesma agência que no passado serviu para o PT se exibir como o partido capaz de acender vela para deus e o diabo sem descuidar das criancinhas, agora é contestada como "inconsistente" e "contraditória" pelo governo do mesmo partido.
O rebaixamento chega num momento em que os candidatos - a governista e os de oposição - fogem despudoramente do debate que já precifica todo o mercado: quanto, como e onde vai se dar o corte de gastos.
Cinquenta anos atrás o país iniciava sua mais longa ditadura destruindo a chance de enfrentar a ordem financeira mundial que se modelou a partir da Guerra Fria com uma democracia mais pluralista e avançada do que hoje avalia Briozzo. Foi o pacto social da Constituinte de 1988 que pôs fim à ditadura. E é precisamente esse pacto, e os gastos nele envolvidos, que a sucessão, mais do que a S&P, põe em jogo.
Desaprovação
Intenção de voto vale pouco a esta altura do campeonato. Importa mais a popularidade de governo. Daí que os números do CNI/Ibope como aumento na reprovação à presidente acendam a luz amarela para Dilma.
A reeleição é recente para gerar um histórico confiável, mas tanto FH quanto Lula chegaram às urnas de sua reeleição com aprovação mais próxima a 60%, ainda que, em março tivessem índices parecidos com os de Dilma hoje (ver gráfico).
Para quem gosta de olhar a política brasileira com a bússola voltada para o Norte, os EUA têm 12 presidentes candidatos à reeleição e há quem ache a amostra pequena para que se tire conclusões. Lá aprovação de 60% é probabilidade de 90% de reeleição. Quando a aprovação cai para 40% também despenca para esse patamar a probabilidade de reeleição.
O cientista político Alberto Almeida, do instituto Análise, tabulou um outro dado, a soma de ótimo e bom de 47 governadores candidatos à reeleição desde 1998. Aqueles que tinham a soma superior a 60% foram todos reeleitos. A totalidade dos que tinham a mesma soma inferior a 34% foi derrotada. Dilma hoje tem 36%.
Dos quatro itens mais desaprovados pela população, três estão na linha de tiro do rebaixamento: juros, inflação e impostos. Se mexer para agradar o mercado, pode azedar o eleitor. Faltam Copa, horário
eleitoral e seis meses para a eleição, mas vai ser difícil para Dilma escapar dessa calibragem.

Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras
E-mail: mcristina.fernandes@valor.com.br

Maria Cristina Fernandes é editora de Política e colunista do Valor desde a fundação do jornal em maio de 2000. Integrou a equipe que fundou a revista "Época", publicação da qual foi repórter especial. Foi editora de Política da "Gazeta Mercantil", subeditora da revista "Veja" e repórter do "Jornal do Comércio".
É formada em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco e em História pela Universidade Federal de Pernambuco. É mestre em Política Comparada pela Universidade de Paris I e em Política Latino-Americana pela Universidade de Londres.

sábado, 29 de março de 2014

Tombini: Brasil está comprovadamente resistente a choques externos


SAUÍPE - A volatilidade “é do jogo e não deve ser confundida com vulnerabilidade”, observou o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Segundo ele, os bancos centrais devem estar atentos e os governos devem trabalhar em conjunto no sentido de adotar reformas e criar estímulos aos investimentos, principalmente, privados.

Em discurso do Fórum Econômico da América Latina, realizado pelo Institute of International Finance (IIF) na Costa do Sauípe, na Bahia, Tombini fez questão de mostrar aos participantes que o Brasil “comprovadamente” está mais resistente aos choques externos.

Além disso, ressaltou que a normalização das condições monetárias gera um realinhamento dos ativos financeiros, como por exemplo, o câmbio. “O ajuste não deve ser confundido com vulnerabilidade”, afirmou. “O Brasil é um país robusto e resistente a choque externos e tem sistema financeiro sólido”, acrescentou.

Para mostrar que a economia brasileira é sólida, Tombini destacou as elevadas reservas internacionais do país, que uma parcela pequena da dívida pública (17%) está nas mãos de não residentes e que o sistema financeiro está capitalizado.

O presidente do BC disse ainda que o Brasil tem respondido aos efeitos da crise e vai continuar respondendo de forma clássica, com austeridade na política macroeconômica e utilização de “colchão” para suavizar os preços dos ativos.

Tombini afirmou ainda que grande parte das regras de Basileia 3 estão definidas e muitos países, como é o caso do Brasil, já adotam as medidas. “A agenda regulatória do sistema financeiro global é simples, mas tem pendências a serem resolvidas.”
Por Edna Simão e Luciano Máximo | Valor


quarta-feira, 26 de março de 2014

Maria Amélia Enríquez, nova Secretária da SEICOM


A Universidade Federal do Pará deve estar de parabéns porque consegue mais uma representante da academia no governo do Estado. 

Maria Amélia Enríquez foi nomeada  Secretária de Estado de Indústria, Comércio e Mineração. 

Parabéns e sucesso!  

CURRÍCULO.
Doutora em desenvolvimento sustentável pelo CDS/UnB (2007), mestrado em Geociências pela Universidade Estadual de Campinas (1993), especialização em teoria econômica pelo CESEP/PA (1987), graduação em Economia pela Universidade Federal do Pará (1986). Atualmente é professora da Universidade da Amazônia e da Universidade Federal do Pará.
Ex- presidente da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO). Atualmente é membro do board do International Society for Ecological Economics (ISEE)  Tem experiência nas áreas mineração e desenvolvimento regional, licenciamento ambiental, planejamento estratégico e áreas afins, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento sustentável, indústria mineral e impactos regionais nos municípios de base mineradora do Brasil . No período de maio de 2008 a julho de 2011, foi assessora da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformacão Mineral (SGM) do Ministério das Minas e Energia (MME). 

Desde junho de 2009 é membro do International Panel for Sustainable Resource Management (Resource Panel) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). Até ser nomeada Secretária de Estado da Secretaria de Indústria Comércio e Mineração - SEICOM, do Estado do Pará, era a Secretária Adjunta. 

FOTOS 

Nas Nações Unidas, como membro do International Panel for Sustainable Resource Management (Resource Panel) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP).

No /senado Federal

Com Sidney Rosa, Helenilson Pontes e Cleide Amorin

Aniversário do Sidney Rosa

Com o Governador Simão Jatene

Reunião nas Nações Unidas 

Com Cristovam Buarque, no Senado Federal

 Itaituba, Pará

Com o Secretário da SEMA José A. Colares e prefeita de Itaituba

Seminário Internacional - Com Crsitovam Buarque
Com Marina Silva