domingo, 10 de agosto de 2014

Pará está fora

Nove governadores vão terminar o mandato com seus Estados mais endividados


Nove dos 27 governadores devem entregar aos seus sucessores, no dia 1º de janeiro de 2015, um Estado mais endividado do que encontraram. Segundo o Tesouro da Fazenda as 27 unidades da federação deviam, no final de 2013, nada menos que R$ 500 bilhões.

O nível de endividamento de um Estado é calculado na comparação com a receita corrente líquida. É uma conta similar à de qualquer cidadão: Se você tem uma renda de R$ 1.000, e paga R$ 300 por mês de dívidas (compromete 30%), está mais endividado do que outro que ganhe R$ 2.000 e paga R$ 500 mensais (25%).

No caso dos Estados, a comparação foi feita com base em dados do balanço final de 2010 e de abril de 2014. Nesse período, Acre, Amapá, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins passaram a comprometer percentualmente mais a receita com a dívida.

Segundo o economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Alexandre Manoel, mais endividados, os Estados passam a pagar prestações maiores, comprometendo ainda mais os apertados orçamentos das unidades e reduzindo, teoricamente, o poder de investimento futuro.

"Os governos têm de pagar, de acordo com o prazo previsto no contrato. Mas nem sempre isso é automático. A maioria dos empréstimos tem carência de dois a cinco anos", explica.

Procurados pelos UOL, cinco Estados responderam aos questionamentos do UOL.Todos alegaram estar com margem de financiamento dentro do limite. Acre, Amapá, Rondônia e Tocantins não responderam à solicitação.

Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, apenas os Estados com comprometimento superior a 200% de sua receita estão impossibilitados de pedir novos financiamentos. O único do país, segundo balanço do primeiro quadrimestre, é o Rio Grande do Sul.

Patinando



Dilma mantém liderança com 38% das intenções de voto; Aécio e Eduardo Campos oscilaram um ponto percentual para cima





A presidente Dilma Rousseff tem 38% das intenções de voto, mesma taxa registrada há duas semanas, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira pela TV Globo. Segundo colocado na corrida eleitoral, o tucano Aécio Neves aparece com 23%, e Eduardo Campos, do PSB, com 9%. Ambos oscilaram um ponto porcentual para cima.

Outros candidatos, somados, têm 6%. Assim, a soma das taxas de intenção de voto dos adversários de Dilma chega a 38%. Para vencer a eleição já no primeiro turno, a presidente precisará de maioria absoluta dos votos válidos, ou seja, mais do que a soma dos rivais.

Em um eventual segundo turno, Dilma venceria hoje seus dois principais concorrentes. Contra Aécio, o placar seria de 42% a 36% – há duas semanas, era de 41% a 33%. Em um confronto direto com Campos, a petista venceria por 44% a 32%.
Assim como o panorama eleitoral, a avaliação do governo se manteve estável: 32% o consideram ótimo ou bom, 35%, regular, e 31%, ruim ou péssimo.

A pesquisa é a primeira desde que o Jornal Nacional, da TV Globo, passou a fazer a cobertura das atividades diárias de campanha dos candidatos a presidente, na última segunda-feira. Desde então, eles têm privilegiado agendas de rua, para produzir imagens televisivas de contato direto com eleitores.

O levantamento do Ibope foi realizado entre os dias 3 e 6 de agosto, por encomenda da TV Globo. Foram feitas 2.506 entrevistas em todas as regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro.

Empacou

Painel Político Folha. 

sábado, 9 de agosto de 2014

Dilma determina investigação sobre alteração de perfis de jornalistas


A presidente determinou que a Casa Civil conduza uma investigação sobre o uso de computadores do Planalto na alteração de perfis de jornalistas


OSASCO (SP) - Em visita a Osasco, sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, negou neste sábado de que esteja privilegiando São Paulo em sua campanha. Esta foi a quinta ao estado em duas semanas.

Questionada pelos jornalistas se São Paulo é um campo de batalha. Ela disse que não é possível desconsiderar São Paulo, que é estado mais populoso do país. A presidente destacou ainda que sua campanha também está visitando outros estados e que já chegou até ao Amapá.

Durante a entrevista a joprnalistas em Osasco, Dilma disse que nos próximos quatro anos pretende construir pelo programa “Minha Casa Minha Vida” mais 3 milhões de moradias e que encerrará 2014 com a construção de 2,750 milhões casas.

“Não há nenhuma política de habitação feita no Brasil feita com a magnitude do Minha Casa Minha Vida”, afirmou Dilma.

(Fabiana Batista | Valor)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

BNDES faz papel que mercado não cumpre, afirma Kregel



Kregel: cenário em que nenhuma empresa 
pode arcar com juro de longo prazo

Ao se manter como praticamente a única fonte de recursos para o financiamento de longo prazo da economia brasileira, o BNDES cumpre o papel que o mercado de capitais e o setor privado não desempenham. A afirmação é do americano Jan Kregel, acadêmico do Levy Economics Institute e ex-consultor da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

"O BNDES não está ocupando o espaço dos bancos, porque eles não estão lá e não querem, porque é um negócio muito arriscado", disse Kregel, em entrevista ao Valor. Crítico das altas taxas de juros, "as mais altas no mundo e na história", o economista credita as dificuldades no desenvolvimento de um mercado de longo prazo à maneira como o país superou o problema da hiperinflação.

"Se eu fosse banqueiro no Brasil e me perguntassem se gostaria de emprestar por 20 ou 30 anos a uma empresa ou para o governo, a resposta seria óbvia", diz Kregel, que participou nesta semana de seminário sobre bancos de desenvolvimento, no Rio.

A forte expansão do BNDES após a crise financeira, sustentada por sucessivos empréstimos do Tesouro, é questionada por analistas. A principal crítica é sobre o custo da operação para os cofres públicos, já que os financiamentos têm taxas mais baixas do que a dívida assumida pelo governo, o que representa um subsídio às empresas.

Para Kregel, o problema não está na atuação do BNDES, mas na taxa básica de juros da economia. "Na estrutura atual, os bancos precisariam cobrar uma taxa tão alta nos empréstimos de longo prazo que nenhuma empresa teria condições de pagar", afirma. Nesse cenário, a presença do banco público como praticamente a única fonte de recursos se faz necessária.

O desenvolvimento do mercado de capitais, que poderia se tornar uma alternativa para o financiamento privado, foi prejudicado pela crise com derivativos cambiais em 2008, segundo Kregel. "E quem precisou atuar para evitar um problema ainda maior na época foi justamente o BNDES", diz.

Questionado sobre como o governo poderia reduzir os juros sem provocar pressões inflacionárias, Kregel defendeu mecanismos de controle de capitais. Assim, seria possível reduzir a volatilidade cambial, que para ele é o principal combustível da inflação.

O acadêmico também vê como positiva a política de empréstimos do BNDES a grandes empresas exportadoras, ainda que a maior parte delas tenha acesso a recursos no mercado de capitais internacional. Embora defenda o controle de capitais, ele diz que, se o Brasil pretende continuar a ser uma economia aberta, precisa ter um fluxo de recursos em moeda estrangeira mais estável.

"E a criação de plataformas de exportação é a forma mais viável de se fazer isso", diz, ao lembrar que os principais bancos de desenvolvimento internacionais prestam esse tipo de apoio às empresas com atuação fora de seus países.

Kregel aponta como uma fragilidade do país a dependência das commodities. Os superávits comerciais obtidos ao longo da década passada, sustentados pela alta no preço das matérias-primas, proporcionou uma falsa sensação de riqueza.

"De uma maneira crua, programas sociais como o Bolsa Família e a política de aumento do salário mínimo foram financiados pela soja", afirma. Kregel provocou polêmica quando disse, ainda em 2006, que o crescimento do país nos anos anteriores era uma bolha sustentada pela alta das commodities.

Com a recente piora nos termos de troca (relação entre preços de exportação e de importação), sustentar esses programas se tornou uma missão mais difícil para o país, diz Kregel. Realizar um ajuste fiscal, conforme defendem parte dos economistas, não soluciona a questão. "Um ajuste fiscal não vai mudar os termos de troca do Brasil e pode piorar o problema da economia", diz.

Para Kregel, a saída para o país é investir na melhora da produtividade da economia e apostar no crescimento interno.

Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo