segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Dilma vence em 15 Estados, três a menos do que em 2010, e Aécio ganha em dez



Pela sexta vez consecutiva, desde 1994, a polarização entre PT e PSDB decidirá o vencedor da eleição à Presidência da República. A virada de Aécio Neves (PSDB) na reta final, indicada por pesquisas Ibope e Datafolha, no sábado, foi confirmada ontem nas urnas com a ultrapassagem do tucano, com 33,55% dos votos válidos, sobre a ex-senadora Marina Silva (PSB), que obteve 21,32%. O tucano enfrentará, no segundo turno, dia 26, a presidente Dilma Rousseff (PT), que amealhou 41,59% dos votos - cinco pontos a menos do que os 46,91% que conseguiu na primeira etapa em 2010.

Com a virada, Aécio superou em um ponto percentual o desempenho de quatro anos atrás do correligionário José Serra (32,61%) e pôs fim à maior ameaça em duas décadas à polarização entre petistas e tucanos. Marina Silva chegou a liderar as pesquisas ao lado de Dilma no início do mês passado. Mas desidratou com os ataques dos dois principais adversários. Juntos, Dilma e Aécio tiveram oito vezes mais tempo de propaganda no rádio e TV do que a candidata do PSB. No segundo turno, os dois terão espaços iguais.



O mapa da geografia do voto presidencial ficou menos vermelho. Dilma conquistou 15 Estados, três a menos do que os 18 de 2010. Os tucanos tiveram um avanço: enquanto Serra foi o mais votado em oito Estados, Aécio foi o preferido em dez. O refluxo de Marina na reta final de campanha foi grande: em meados de setembro, a pessebista liderava quatro unidades da Federação e empatava, na margem de erro, em mais sete. Ganhou apenas em Pernambuco e no Acre, sua terra natal. E perdeu no Distrito Federal, que lhe deu a única vitória há quatro anos, quando concorreu pelo PV e conquistou nacionalmente 19,33% dos votos. O pior desempenho foi em Rondônia (10,4%).

No caso do PT, foi o Distrito Federal (23%). Mas o Nordeste mantém-se como a grande mancha vermelha, no maior reduto eleitoral do partido. Dilma teve seu recorde de votação no Piauí (70,6%) - patamar semelhante ao apoio máximo de 2010 no Maranhão (70,65%). Na região, a presidente venceu em todos os Estados, exceto em Pernambuco, onde travou uma disputa acirrada com Marina, herdeira dos votos do ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 13 de agosto.

A ascensão de Marina à cabeça de chapa levou a candidatura do PSB a ultrapassar Aécio e empatar com Dilma, numa reviravolta inédita em eleições presidenciais. Em Pernambuco, a pessebista venceu por 48% contra 44,2% da petista. Muito longe, Aécio Neves registrou 5,92% - seu pior resultado estadual - num reflexo do mau desempenho histórico do PSDB na região. O Nordeste foi onde Aécio colheu suas piores votações. Ficou em terceiro lugar em cinco dos nove Estados, ainda que por pequena diferença em dois: Bahia e Piauí. Mas no Rio de Janeiro também terminou atrás de Marina, por quatro pontos (31,06% a 26,93%).

Por outro lado, a ida de Aécio ao segundo turno dá ânimo aos tucanos, que durante todo o último mês estavam num distante terceiro lugar. Aécio recuperou terreno principalmente em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. De acordo com pesquisa Ibope realizada entre os dias 6 e 8, o tucano tinha apenas 15% das preferências no Estado, contra 38% de Marina e 25% de Dilma. Nas urnas, fechou em primeiro, com 44,2%, à frente da petista (25,82%) e da pessebista (25,09%).

A melhor votação proporcional de Aécio foi em Santa Catarina, com 52,89%, mas perdeu para Dilma em Minas Gerais, seu Estado, por 43,48% a 39,75%.

Por Cristian Klein | De São Paulo

Aécio busca Marina e homenageia Campos


Otimismo de Aécio: o candidato à Presidência pelo PSDB acena logo depois de votar, ontem, em Belo Horizonte; agora sua prioridade é buscar o apoio de Marina Silva para o segundo turno





O senador e candidato presidencial pelo PSDB, Aécio Neves, confirmou a virada sobre Marina Silva (PSB), que as pesquisas já vinham apontando, e disputará com a presidente Dilma Rousseff (PT) o segundo turno das eleições. Ele surpreendeu na votação ontem e ficou apenas oito pontos percentuais atrás de Dilma.

Aécio teve uma vantagem de 4 milhões de votos sobre a presidente Dilma em São Paulo, no maior colégio eleitoral do país.

O tucano terá como tarefa imediata tentar atrair o apoio de Marina Silva, o que tornaria mais fácil a migração de eleitores marinistas para ele no segundo turno. O PT também brigará por uma costura eleitoral com Marina.

Ontem à noite, ao comentar os resultados da eleição, ele lembrou Eduardo Campos, candidato do PSB morto no início da campanha num acidente aéreo. Foi uma reverência a um amigo, mas também um claro aceno para cativar Marina e alas do partido ligadas ao antigo líder.

"Quero aqui, desde já, deixar uma palavra de homenagem muito pessoal a um amigo, a um homem público honrado, digno, que foi abatido por uma tragédia no meio dessa campanha: o governador Eduardo Campos. A ele, aos seus ideais e aos seus sonhos também, a minha reverência. Nós saberemos juntos transformá-los em realidade", disse Aécio.

"É hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais a candidatura de um partido político ou de um conjunto de alianças", afirmou, em entrevista coletiva no comitê da campanha tucana em Belo Horizonte.

Um interlocutor de Aécio disse ao Valor, no sábado, já ter tido duas conversas por telefone na semana passada com um dos políticos próximos a Marina. "Foi o começo de um ensaio de diálogo."

O grupo de Aécio dá um senso de urgência a essa aproximação. O ideal, segundo duas pessoas do círculo de Aécio, é que a abordagem seja rápida e que no máximo até o fim da semana a união entre os candidatos esteja sacramentada. O segundo turno está marcados para o dia 26.

Aécio disse ontem que não havia tido ainda nenhum contato com o campo de Marina e afirmou ter "enorme respeito pessoal" por ela.

O tucano, no entanto, fez um convite: "Nosso projeto é um projeto generoso. Não é o projeto de um partido é um projeto da sociedade brasileira e todos aqueles que quiserem se somar a ele e tiverem contribuições a dar a essas mudanças serão muito bem vindos".

Ex-integrante do PT por mais de 20 anos e ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, Marina será também cortejada pelos petistas - se não para aderir a Dilma, ao menos para se manter neutra, como fez em 2010. O presidente do PSB, Roberto Amaral, é próximo de Lula. Lideranças petistas afirmam que uma fatia importante dos eleitores de Marina tende a apoiar mais facilmente a candidata do PT.

No caso do PSDB, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é visto pelo grupo de Marina como a pessoa com quem ela fará a ponte para um início de conversa com Aécio Neves.

Na corte de Aécio a Marina, além do ex-presidente, outra pessoa terá importância: a viúva de Eduardo Campos, Renata Campos. "Sem dúvida ela será uma conselheira importante. Marina ouve a Renata e tem uma ligação pessoal e política muito sólida", disse o interlocutor da candidata ouvido pela reportagem

Aécio disse que não tinha ainda nenhuma conversa agendada com ela e que é "muito cauteloso com relação a essas questões".

No lado dos tucanos, a avaliação é que, além de FHC, outros nomes serão importantes na tentativa de costura com Marina. Entre eles, estão Márcio França (PSB), que se elegeu vice-governador de São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB); o candidato a vice de Marina, Beto Albuquerque (PSB), o presidente do PPS, Roberto Freire.

Mas a conversa com a Marina terá de ser com o Aécio, acrescenta um parlamentar tucano, dizendo que essa não é uma discussão que possa ser "terceirizada".

Marina chegou a ter 34% das intenções de voto, encostando em Dilma, que tinha 35%, na pesquisa do Datafolha feita entre 1 e 3 de setembro. Aécio apareceu com 14%. Para recuperar o segundo lugar nas pesquisas, a campanha tucana começou a criticar Marina, dizendo que ela não tinha experiência de gestão, que suas opiniões oscilavam em função de conveniências e que não era, de fato, oposição ao governo atual, já que esteve por mais de 20 anos no PT.

Aécio procurou, no entanto, misturar as críticas palavras positivas e de respeito sobre a adversária.

No sábado, o interlocutor de Aécio disse à reportagem que, na semana passada, teve duas conversas longas com uma pessoa da confiança de Marina e que os contatos serviram de "sinalização", de "abertura das conversas" sobre um apoio de Marina a Aécio - ou de Aécio a Marina.

As últimas pesquisas mostraram uma ascensão de Aécio proporcional à contínua queda de Marina. O tucano recuperou votos em Minas, sua base eleitoral e Estado que ele governou entre 2003 e 2010. Mas, ainda assim, teve menos votos do que Dilma entre os mineiros.

Sua campanha na TV foi marcada por exemplos de políticas bem sucedidas que ele adotou quando governador e que ganhariam escala caso fosse eleito presidente.

Mas Aécio terá dificuldades de continuar a exibir Minas como sua vitrine no segundo turno. Não apenas ele teve menos votos do que Dilma no Estado, como o candidato a governador apoiado por ele, o tucano Pimenta da Veiga, foi batido no primeiro turno por Fernando Pimentel, do PT, depois de três gestões seguidas do PSDB.

Aécio disse ontem que a oposição a Dilma já foi vitoriosa porque teve a maioria dos votos no primeiro turno. "Eu me sinto extremamente honrado em ser o representante desse sentimento."

Ele prometeu intensificar as ações de campanha já a partir de amanhã. O tucano estará em São Paulo hoje para definir com coordenadores da campanha suas próximas viagens pelo país.

Ainda sobre as futuras conversas entre tucanos e marinistas, os dois lados usam o mesmo termo quando se referem à forma a conversa entre Marina e Aécio terá de se dar: em bases programáticas. Quem convive com Marina acredita que ela começará a conversa com base nos compromissos que a candidatura de Aécio assumirá e no interesse dele em absorver algumas bandeiras que ela considere mais importantes.

É a mesma postura que ela teve em 2010, quando ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, atrás de José Serra (PSDB) e Dilma. Naquele ano, ela acabou não apoiando nenhum dos dois no segundo turno.

Para o parlamentar tucano, a "discussão programática" não será dificuldade. Ele lembra que conselheiros econômicos de Marina, Eduardo Gianetti da Fonseca e André Lara Resende, defendem posições muito semelhantes à da campanha do PSDB.

Uma das poucas diferenças que apareceram na campanha diz respeito ao Banco Central. Marina passou a defender que é necessário que instituição seja independente do Poder Executivo. Aécio, não.

Nas políticas sociais, ainda conforme o parlamentar tucano, não há diferenças entre os dois lados. As únicas arestas seriam quanto à questão ambiental e ao agronegócio, temas em que Marina já defendeu posições mais restritivas e críticas do que Aécio.

Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte

sábado, 4 de outubro de 2014

Discurso Marina Silva - São Paulo - SP - 30/09/2014

Dilma só cumpriu uma entre dez grandes metas


Metas como criação do ProUni do ensino médio e fixação do piso nacional do magistério, exploradas na campanha de 2010, ficaram no discurso. Campanha petista diz que cumprimento das propostas “persistirá no segundo mandato”





Tai Nalon, especial para o Congresso em Foco


No cada vez mais consolidado quadro de polarização entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), a candidata à reeleição tem sido cobrada a apresentar propostas claras para um eventual segundo mandato presidencial. Mas, diferentemente de Marina, que já apresentou seu programa de governo, a petista está diante de um dado que reporta à eleição de 2010: entre os dez principais temas abordados pela candidata naquele pleito, pode-se dizer que apenas um prosperou. Todos os assuntos pautaram o noticiário àquela época e, no transcorrer da campanha, foram incorporados ao rol de promessas da petista.

Veja o que foi e o que não foi cumprido das promessas de Dilma

A única promessa elencada por Dilma em 2010 e cumprida integralmente, sem relativismos, foi a inclusão de medicamentos para hipertensão e diabetes na lista de remédios grátis. Hoje, segundo dados oficiais, o programa Aqui Tem Farmácia Popular atende a mais de 6,8 milhões de pessoas ao mês. Compromissos de campanha como a construção de seis mil creches e a inclusão de 100% dos pobres na classe média, tidas como duas das principais propostas incorporadas ao programa petista, ficaram no discurso.

Para a disputa deste ano, entretanto, o PT ainda recorre a uma série de projetos que constavam do discurso de Dilma em 2010, quando concorria pela primeira vez ao Palácio do Planalto sob as bênçãos do antecessor, o ex-presidente Lula. É o que mostra o programa de governo da chapa governista protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para os próximos quatro anos (confira as linhas gerais do programa petista).

Ainda que seja uma espécie de rascunho de um plano de governo real, o texto repete grande parte dos pontos defendidos em 2010, planejados durante os quatro anos do mandato, mas incompletos até o momento. Trata-se, entretanto, de uma estratégia calculada pela campanha: relativizar números e mudar o discurso. O mote é “ampliar conquistas”, mesmo que em quatro anos não tenham sido completadas. Oficialmente, a ordem no PT é propagar a ideia de que metas começaram a ser atingidas no primeiro mandato e que serão concluídas na segunda gestão Dilma.

“Busca ativa”

Principal proposta de campanha de Dilma em 2010, a erradicação da extrema pobreza também é apontada por integrantes do governo como um dos grandes trunfos para 2014. Desde o ano passado, o Planalto diz ter zerado a miséria, uma vez que todas as famílias de seu cadastro oficial recebem benefício para superar os R$ 77 per capita da linha extrema pobreza.

O próprio governo ressalva, porém, que ainda existem cerca de 300 mil famílias sem acesso a condições básicas de vida. “Persistiremos, no segundo mandato da presidenta Dilma, guiando nossas ações pelo compromisso de que ‘o fim da miséria é só um começo’”, diz a campanha. A ideia é “ampliar o conceito de ‘busca ativa’”, isto é, o mecanismo de rastreamento de pessoas miseráveis.

Para bater outras metas, o governo mudou ao longo dos últimos três anos e meio o discurso de outras grandes vitrines. Por exemplo, o programa Minha Casa, Minha Vida; o projeto de construir 6.000 creches; e a meta de entregar 10 mil quadras cobertas a comunidades espalhadas pelo país.

Enquanto o anúncio, em 2010, do número de casas, creches ou quadras a ser alcançado vinha acompanhado pelos verbos “construir”, “criar” ou “abrir”, hoje a campanha petista prefere empregar os termos “contratar” ou “autorizar” para dizer que alcançou as metas. Conforme números mais recentes, foram “contratadas” 10.330 obras para construção de quadras e “autorizados” 6.036 projetos para creches. Já sobre o Minha Casa, Minha Vida 2, Dilma tem dito que o programa deverá chegar, para bater a meta, a 2 milhões de contratos até o fim do ano.

ProUni e magistério

Outras promessas que foram exploradas em 2010, mas que não foram levadas a termo neste mandato, são a criação do ProUni do ensino médio e o cumprimento do piso nacional do magistério. O primeiro, idealizado como réplica do ProUni, que oferece bolsas de ensino superior a alunos de baixa renda, foi esquecido. O sucesso do programa universitário é celebrado pela campanha do PT, mas criar uma nova versão está fora dos planos.

Já o cumprimento do piso nacional do magistério – classificado pela então candidata, em 2010, como algo a ser “perseguido” – fracassou. Apontada à época como meta ambiciosa, já que a esfera federal não pode obrigar estados e municípios a pagarem os R$ 1.697 do piso atual, a promessa é tratada como assunto delicado no governo.

O Ministério da Educação tem dito que a pasta “não tem nenhuma responsabilidade legal” nem “possui atribuições legais para fiscalizar e, muito menos, exigir o cumprimento” da lei. Afirma, contudo, que sua equipe “tem contribuído financeiramente na complementação do piso de acordo com legislação, com transferência de recursos para estados e municípios que recebem complementação do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica]”.

O Congresso em Foco procurou a assessoria da campanha de Dilma para ouvir a candidata à reeleição sobre o assunto. Até o momento não houve resposta. Mas os esclarecimentos serão publicados assim que forem enviados à redação.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Pânico pre-eleitoral da candidatura do Helder Barbalho

Eleições correm perigo afirma Diário do Pará 






Petistas do Rio jogam a Toalha, segundo afirma o Painel Político do Diário do Pará. 

PMDB de São Paulo cobra petistas pela derrota. Cadê o piso de 20% que ofereceu o PT?  




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Diário do Pará

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Governo de Dilma embarcou em “farra de gastos”, diz "Economist”



SÃO PAULO - A revista britânica “The Economist” destacou em sua última edição, divulgada nesta quinta-feira, o aumento das despesas do governo de Dilma Rousseff, candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à reeleição, na reta final da disputa pela presidência. Segundo a reportagem, a administração de Rousseff embarcou em uma “farra de gastos”, que tornou-se evidente depois que o Tesouro divulgou suas contas de agosto.

A publicação afirma que o déficit primário (antes do pagamento de juros) do país alcançou 14,4 bilhões de reais (US$ 5,9 bilhões) em agosto. “O superávit primário consolidado nos oito primeiros meses do ano até agosto ficaram em apenas 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB). E grande parte do superávit veio dos Estados. O governo federal foi responsável por apenas 1,5 bilhão de reais, ou 0,05% do PIB, o pior resultado para o período desde 1998. O déficit orçamentário total subiu para 4% da produção, nível mais alto desde que o antecessor e mentor de Roussef, Luiz Inácio Lula da Silva, implementou grande pacote de estímulos em 2009, no auge na crise financeira mundial”, disse o texto.

De acordo com a revista, parte da deterioração fiscal não é totalmente ruim, além de ser uma tendência. “O governo pelo menos decidiu parar de ‘pedalar’, forma como os críticos ironicamente chamam o processo duvidoso de adiar pagamentos aos bancos estatais encarregados de distribuir os benefícios como o seguro-desemprego e os auxílios em dinheiro para a população mais pobre, ampliados por Dilma há três meses”.

A “Economist”, porém, ressalta que se a administração do PT quiser cumprir sua meta de superávit primário de 1,9% do PIB em 2014, todas as esferas do governo devem economizar 22,2 bilhões de reais até o fim do ano, “uma meta impossível”. O leilão decepcionante de banda larga 4G realizado nesta semana, ajuda a piorar esse espectro. A reportagem lembra que o governo esperava arrecadar 8 bilhões de reais e conseguiu apenas 5 bilhões de reais.

Na avaliação da revista, se o Brasil mantiver a grade de investimento, o próximo governo precisará reverter essa tendência. “Na teoria, Marina Silva, candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), prometeu ampliar a política de responsabilidade fiscal. Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), também foi na mesma linha. No entanto, se as pesquisas estiverem certas, nenhum dos dois terão a chance de instituir um novo curso. Os últimos levantamentos mostram que Rousseff tem vantagem confortável em relação à Marina e a Aécio e deve vencer mesmo se houver segundo turno”.

Entretanto, a publicação ressalta que os mercados não estão satisfeitos com a reeleição da presidente e se “desesperam” com essa possibilidade. “Na última segunda-feira, o mercado de ações teve sua pior sessão em três anos e o Ibovespa registrou queda de 4,5%. As ações da Petrobras, a gigante estatal do petróleo que foi muito mal administrada por Rousseff, caiu 11%. O real também teve forte desvalorização em relação ao dólar e em setembro caiu 11% na comparação com a moeda americana”, disse a “Economist”.

Ao citar entrevista feita com Mauro Leos, analista sênior da Moody´s responsável pelo rating dos países da América Latina, a revista aponta que ele reconhece que “o segundo mandato de Rousseff pode ser, na prática, um pouco diferente do de Marina Silva. A presidente não tem outra escolha a não ser cortar os gastos, enquanto Silva poderia enfrentar uma pressão social para voltar atrás em algumas contenções de gastos implícitas em seu programa de governo”.

A matéria, no entanto, ressalta que Silva deve contar com a ajuda dos investidores. Se ela ganhar, os mercados financeiros provavelmente vão se fortalecer. Em contraste, “Roussef tende a enfrentar um período bem adverso nos mercados, o que deve fazer com que as reformas fundamentais nas finanças públicas fiquem ainda mais difíceis”.

Agora, no último programa na TV, Marina decide fazer ataque frontal a Dilma