domingo, 1 de fevereiro de 2015

Suplicy enviou oito cartas pedindo audiência com Dilma, mas jamais foi recebido pela presidente


Suplicy se sente magoado por não ter sido recebido por Dilma


Em mensagem publicada no Facebook, senador lembra que presidente tinha se comprometido a recebê-lo pela primeira vez antes do término de seu mandato. “Era justo que me recebesse ou, como ela mesmo me disse, ‘mais do que justo’”

Esperançoso, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) esperou até o minuto derradeiro, mas não deu. O primeiro petista a se eleger para o Senado concluiu seus 24 anos de mandato sem ter sido recebido uma vez sequer pela presidente da República, Dilma Rousseff, sua companheira de partido. Em mensagem publicada no Facebook no final da noite de ontem (31), Suplicy disse sentir “imensamente” que Dilma não tenha cumprido o compromisso de recebê-lo no Palácio do Planalto.

Segundo o senador, ela disse, durante a cerimônia de diplomação em dezembro, que era “mais do que justo” atender ao seu pedido de audiência. “Foram oito cartas enviadas desde junho de 2013. Sou senador do PT. Muitos foram recebidos mesmo não sendo do PT. Era justo que me recebesse ou, como ela mesmo me disse, ‘mais do que justo’”, escreveu o senador paulista.

Na última delas, como revelou o Congresso em Foco, ele questionou a presidente se alguém no Planalto não queria que os dois se encontrassem. Em São Luís para um compromisso na Universidade Federal do Maranhão este fim de semana, ele disse à reportagem que voltaria às pressas no sábado a Brasília se Dilma resolvesse recebê-lo. Mas o Planalto, mais uma vez, não respondeu ao seu pedido. “Sinto que cumpri com as minhas responsabilidades, procurando honrar a confiança que me foi dada e o privilégio de representar a população de São Paulo”, resignou-se o senador, que será secretário municipal de Fernando Haddad na capital paulista.

Veja a mensagem publicada por Suplicy no Facebook:

“Esta é minha última hora e dia de senador após 24 anos de mandato. Agradeço muito a todos que votaram em mim, que colaboraram comigo de tantas formas para que eu pudesse representar bem o povo de São Paulo e contribuísse para a construção de um Brasil justo. Sinto imensamente que a Presidenta Dilma Roussef, após ter assegurado que me receberia antes do término do meu mandato, para conversar sobre proposta feita por todos os 81 senadores, não tenha me recebido. Foram oito cartas enviadas desde junho de 2013. Sou senador do PT. Muitos foram recebidos mesmo não sendo do PT. Era justo que me recebesse ou, como ela mesmo me disse, “mais do que justo”. Sinto que cumpri com as minhas responsabilidades, procurando honrar a confiança que me foi dada e o privilégio de representar a população de São Paulo. Viva o Brasil!”

POR EDSON SARDINHA E FÁBIO GÓIS
UOL

sábado, 31 de janeiro de 2015

Milagre. Luis Fernando Verissimo


Deus colocou uma barra de ouro na cabeceira de um rabino, que quando acordou e viu o que Deus tinha feito ergueu as mãos para o alto e disse:
— Senhor, quem sou eu para receber esta dádiva?
E diante do silêncio de Deus, o rabino continuou:
— Quem sou eu para ser distinguido desta maneira?
E:
— Quem sou eu para enriquecer assim, da noite para o dia?
E disse mais:
— Quem sou eu, pobre de mim, para merecer um presente tão precioso, quando tantos mais necessitados do que eu não receberam?
E mais:
— Quem sou eu, Senhor, na minha humildade, para ser abençoado por este milagre?
E Deus ficou tão impressionado com os protestos reincidentes do rabino que falou:
— Talvez eu tenha mesmo me enganado, e essa barra de ouro seja para outro rabino...
Ao que o rabino escondeu a barra de ouro dentro da camisola, rapidamente, e disse:
— Quem sou eu para ser a prova de que Deus se engana?


PERFUMES
E tem a parábola do mendigo cego que todos os dias recebia uma esmola de uma mulher que passava, e que ele reconhecia pelo perfume. Cada dia um perfume diferente.
— Mmmm. Violeta — dizia o mendigo, depois de ouvir o tilintar da moeda no seu chapéu.
— Acertou — dizia a mulher.
No outro dia:
— Mmmm. Jasmim. Maravilha.
— Obrigada.
— Mmmm. Rosa.
— Acertou de novo.
Todos os dias a mesma coisa.
— Mmmm. Lírio.
— Mmmm. Cravo.
— Mmmm. Dracena.
Um dia a mulher disse ao mendigo que não tinha nenhuma moeda para lhe dar.
— Não importa — disse o mendigo. — Só o seu perfume de gardênia já me enche de prazer.
— Obrigada!
Até que um dia a mulher resolveu testar o mendigo. Perfumou-se de enxofre e amoníaco e despejou muitas moedas no seu chapéu. E o mendigo ouviu o tilintar das muitas moedas, aspirou fundo e exclamou:
— Mmmm. Flor de laranjeira!